História
HUMAN NETWORK DO BRASIL
25 anos de atuação no Nordeste do Brasil
Autora: Anna Karenina de Oliveira Vieira.
Colaboradores: Michael Eckes e Jussara Antunes.
“Se você planeja para um ano, plante arroz. Se você planeja para dez anos, plante árvores. Mas se você planeja para cem anos, eduque a humanidade” (Provérbio chinês)
Prefácio
Human Network do Brasil - 25 anos – duas décadas de luta.
Somos uma rede de apoio, com sede no Sul da Bahia, uma organização não governamental, sem fins lucrativos, com apoio financeiro e missão de uma tradicional família alemã e amigos. Derivada da Human Network International, constituída em Munchen, Alemanha, com uma base de 30 anos de experiência na área social e com o foco na educação.
Porque surgiram estas ajudas e projetos?
Depois do ano de 1970, a nossa família alemã e nossa empresa (Eckes-Granini) tiveram uma fazenda (Gavião) e participações nas atividades agrícolas (frutas tropicais, laranja, etc) no Brasil, “und war einen Menschen sher verbunden”. A monocultura, a falta de infraestrutura e a industrialização, causaram mais problemas sociais em áreas de grande pobreza, especialmente no Nordeste do país.
Nos anos 70 e 80, foi organizada ajuda financeira para escolas primárias, creches e casas de apoio.
“Se você planeja para um ano, plante arroz.
Se você planeja para dez anos, plante uma árvore.
Mas se você planeja para cem anos, eduque a humanidade”.
(Provérbio chinês)
A ideia inicial e o objetivo foram criar uma rede de apoio entre as necessidades e a realidade e entre os sonhos das crianças...
Os primeiros passos deste projeto, “rede humana international” de educação, foram dados em 1970 através do apoio das famílias Eckes às escolas, creches e cursos profissionalizantes, em áreas rurais das cidades de Entre Rios e Alagoinhas, no Norte da Bahia. As famílias Eckes fizeram questão de iniciar o apoio financeiro para este projeto, como uma forma de retribuição do sucesso que tiveram com os negócios no Brasil.
Somente em julho de 1999, foi criada legalmente a Associação Brasileira para o Desenvolvimento Comunitário Human Network do Brasil.
E hoje, no início do ano de 2021, eu com 76 anos de idade e 50 anos da minha primeira “experiência” na Bahia, com mais de 20 relatórios anuais entregues para os doadores e fiscais da ONG, em Munchen, na Alemanha, pedi para as senhoras Anna Karenina de Oliveira Vieira (que toma conta da Comunicação da HN do Brasil) e, Jussara Antunes (secretária, com várias funções durante 23 anos), de estudarem, explicarem e organizarem a história da HN do Brasil durante toda a sua vida como uma rede de apoio no Nordeste do Brasil, e aqui está!
Michael Eckes
Fundador da Human Network do Brasil
SUMÁRIO
HUMAN NETWORK DO BRASIL
25 anos de atuação no Nordeste do Brasil
25 ANOS DEPOIS, CELEBRANDO O PRIMEIRO ENCONTRO, EM 17 DE OUTUBRO DE 1995
UMA HISTÓRIA QUE NASCE NA FILANTROPIA
PESCADOR, JOGA A REDE NO MUNDO
1998. UM ANO CHAVE
Marianne Eckes e a escola
FILANTROPIA EM PERSPECTIVA
A Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM) e mais de meio século de história
E A HISTÓRIA CONTINUA...
A Associação Menores com Cristo (AMECC)
1999 E A CONSTITUIÇÃO FORMAL DA HUMAN NETWORK DO BRASIL
O CENTRO DE PROMOÇÃO FEMININO DOM BOSCO
ESCOLINHA DE ESPORTES OS MENINOS DE ILHÉUS, PARA O COSMOS
DO CENTRO DE PROMOÇÃO FEMININO DOM BOSCO AO CENTRO PROFISSIONALIZANTE HUMAN NETWORK DO BRASIL
A LINHA DO TEMPO CONTINUA
SEGUINDO CHRONOS, DE 2009 EM DIANTE
UM PARÊNTESE PARA A PARÓQUIA SÃO PAULO APÓSTOLO, VETERANA EM TRABALHOS SOCIAIS
Ampliação e reforma da Paróquia de Santa Terezinha
AÇÕES EM CURSO
Situação do terreno usado pelo projeto da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus
DE 2014, PARA FRENTE...
NOVO CÉU, NOVAS CRIANÇAS
O INSTITUTO FLORESTA VIVA E O JARDIM BOTÂNICO DE SERRA GRANDE
DE 2016, PARA FRENTE...
MUTIRÕES E PARCERIAS NA ESCOLA DE PROFISSIONALIZAÇÃO
ARTE NA HNB E A CASA DE ARTE BAIANA
DA COVID-19, EM DIANTE...
A HNB HOJE (2021)
LINHA DO TEMPO DOS CHEFES DE GOVERNO DO BRASIL EM 20 ANOS
PLANILHA COM PROJETOS E VALORES INVESTIDOS
SOBRE A AUTORA
HUMAN NETWORK DO BRASIL
25 anos de atuação no Nordeste do Brasil
“Se você planeja para um ano, plante arroz. Se você planeja para dez anos, plante árvores. Mas se você planeja para cem anos, eduque a humanidade” – (Provérbio chinês)
Querido amigo (a), você é nosso convidado (a) vip para dedicar alguns instantes do seu preciso tempo e embarcar conosco em uma viagem narrativa, agarrados na cauda de um cometa estelar, como centelhas de luzes passando na malha do infinito. Neste nosso pequeno grande mundo da Terra, contamos-lhes, brevemente, a trajetória da Human Network do Brasil (HNB) ao longo de mais de duas décadas de existência – uma organização filantrópica não governamental que ilumina muitas vidas, e é luz, até onde o universo alcançar.
Isso ecoa na eternidade e faz esse trabalho valer a pena.
25 anos depois, celebrando o primeiro encontro, em 17 de outubro de 1995.
Uma história que nasce na filantropia
Foi em outubro de 1995, em Morro de São Paulo, na Ilha de Tinharé, município de Cairu, Estado da Bahia, no Brasil, que o cidadão Michael Eckes conheceu sua esposa Maria Rosa Goes Oliveira.
Após uma visita aos projetos da Família Eckes na região de Alagoinhas, município situado no norte baiano, Michael foi convencido pelos amigos Bruno Germscheidt e Max Ruegger a conhecer Morro de São Paulo, antes de visitar as indústrias no estado de São Paulo. Após a insistência dos amigos, que falaram muito bem das belas águas azuis e cristalinas desse lugar, Eckes aceitou o convite e embarcou para Morro de São Paulo.
Michael Eckes, de nacionalidade alemã, natural da cidade de Mainz, na Alemanha, e Maria Rosa, brasileira, natural do município de Ilhéus, Sul da Bahia, foram apresentados pelo amigo Max Ruegger.
“Pensa bem, você precisa contratar ela”, disse Max Ruegger para o amigo sobre Maria Rosa, ao destacar a facilidade da brasileira em conversar com crianças e pessoas inseridas em projetos sociais. “Mas ela trabalha no Hotel Transamérica, com um chefe alemão”, disse Michael, ao relembrar os diálogos com Max Ruegger, à época.
A partir daí, Michael conheceu Maria Rosa, que falou para ele das necessidades sociais dos bairros pobres de Ilhéus, convidando-o a conhecer e fazer uma análise da cidade, vendo de perto a realidades das pessoas carentes.
Convite aceito, os dois ingressaram juntos na proposta de lançar um projeto em rede de apoio, para contribuir com iniciativas que precisavam de auxílio local, como associações, para ajudar comunidades carentes, aliviando o sofrimento das pessoas expostas aos riscos sociais, inclusive crianças, jovens e mulheres.
A ideia foi tomando forma após visitas aos projetos sociais que já eram apoiados pela família Eckes, no norte da Bahia. “O primeiro projeto que apoiamos foi em 1972, com ajuda às comunidades carentes nos municípios de Entre Rios e Alagoinhas, para alimentação, construções, assistência às escolas, creches e promoção de cursos profissionalizantes”, conta Michael.
As ajudas à essas comunidades carentes no norte baiano, resultaram das atividades da fazenda de frutas e da fábrica de sucos da família Eckes, nomeada “Gavião”, pioneira em exportar sucos de laranja do Brasil para a Alemanha.
Comunidades de outros lugares como os municípios de Guarabira-PB, Fortaleza-CE, João Pessoa-PB e regiões pobres de outros países, como a Bulgária e Hungria, também foram ajudadas pela família Eckes, veterana em filantropia e ajuda humanitária
E então Michael continuou o seu relato: “Maria Rosa me falou sobre as carências de Ilhéus e região. Foi com ela que fundamos a Human Network do Brasil. A partir daí, muitos amigos da Alemanha quiseram ajudar os projetos na Bahia”, lembrou.
Pescador, joga a rede no mundo
Identificar os principais problemas sociais enfrentados pelas comunidades carentes de Ilhéus foi necessário para traçar as direções específicas de trabalho da HNB. Um levantamento social realizado em 1997, através de agentes de liderança motivados, verificou que em decorrência da crise da vassoura-de-bruxa, milhares de famílias, sustentadas pela cultura do cacau, foram diretamente prejudicadas no Sul da Bahia, quando um cenário de forte desigualdade foi intensificado, expondo linhagens inteiras à uma condição de vulnerabilidade social.
A evasão de comunidades rurais para a zona urbana de Ilhéus propiciou a formação de favelas. A maioria, até hoje, concentradas nas áreas dos morros e manguezais.
Nesse contexto, em Ilhéus, faltavam infraestruturas sociais básicas nas periferias, como creches para as mães matricularem seus filhos e poderem trabalhar com a tranquilidade de que estes estariam sendo bem cuidados. Faltavam postos de saúde, salas de aula adequadas para a educação de crianças e adolescentes, e escolas profissionalizantes.
Em muitos lugares, muitas vezes, também faltavam água, energia elétrica, transporte público e policiamento. Um cenário de ausência do pacote de urbanismo, onde o desenvolvimento ainda não havia chegado.
O desemprego tomava conta da juventude e de uma classe de pessoas que trabalhava nas fazendas de cacau. Com a crise, essas famílias passaram a viver o desemprego, a pobreza e a miséria. Diante da marginalidade, falta de trabalho e fome, mazelas sociais e violações de direitos se tornaram uma nova realidade, entre elas, a exploração sexual, criminalidade, tráfico de drogas, analfabetismo e trabalho infantil.
Com a realização do levantamento social local, diversas ações sociais começaram a ser planejadas pelos dirigentes da HNB com amigos, comerciantes, médicos, professores de esportes, freiras, padres, assistentes sociais e pessoas de boa vontade. Tudo isso para estruturar o trabalho da rede de apoio. Projetos voltados para a melhoria da qualidade da alimentação, vestuário, educação e profissionalização foram desenvolvidos em conjunto.
Já em 1997, rapidamente foi aberto um pequeno escritório na Rua Benjamin Constant, 62, bairro do Pontal, em Ilhéus, para concentrar as reuniões e trabalhos da rede, em que a tarefa importante de ajudar pessoas individuais, como o acolhimento de crianças em situação de risco, doentes, abandonadas e, algumas, maltratadas, foi uma das primeiras ações realizadas.
Os dirigentes Michael Eckes e Maria Rosa também investiram em brinquedos educativos, promoveram atividades esportivas, além de apoiar os monitores que trabalhavam diretamente nas ações sociais, que diante da realidade vivenciada, algumas vezes, ficavam estressados e carentes de informações educacionais.
As primeiras medidas de ajuda aos centros de acolhimento e creches para crianças carentes, foram adotadas por amigos, famílias, fundações e organizações da Alemanha, o que oxigenou o patrocínio de 9 projetos apoiados em 1998.
1998. Um ano chave
Um grupo de amigos, comerciantes, médicos e professores, colaboradores da Alemanha e da Suíça, se uniram ao movimento da rede em favor da proposta da HNB.
As famílias Eckes de Nieder-Olm, amigos alemães e organizações como as fundações Eckes, Ludwig-und, Peter-Eckes-Familienstiftungen, o Rotary Club de Mainz-Churmeyntz; Adveniat; Misereor; Salesianos; e Dom Bosco, realizaram doações para criar uma base necessária para a implementação dos projetos no Sul da Bahia e em projetos no nordeste brasileiro. O objetivo central estava voltado para a melhoria da qualidade de vida das pessoas mais necessitadas, tanto na alimentação, vestuário, promoção da educação formal e profissionalizante.
Era preciso divulgar as ações de ajuda humanitária para o maior número de pessoas, a fim de atrair doadores, ampliar a rede de cooperação e potencializar os projetos sociais. Para isso, os dirigentes da HNB produziram um filme documentário, onde foi retratada a realidade social das pessoas e famílias carentes do Sul da Bahia.
Os objetivos da rede, foram se solidificando cada vez mais, ao mesmo tempo em que as raízes alemãs e brasileiras se fortaleceram com laços de amizade, amor e confiança. Um ambiente favorável para relações firmes, permitiram uma boa formação dos tecidos da rede, fio a fio, e o desenvolvimento de diversos projetos.
Nas ações de planejamento, os dirigentes prepararam iniciativas específicas para a captação de mais doadores da indústria alemã e do Rotary Club de Mainz-Churmeyntz.
Novos círculos de amigos e doadores foram criados na Suíça e nos Estados Unidos, ao tempo em que uma solicitação de ajuda financeira foi elaborada junto à União Europeia, em Bruxelas, para atender as escolas profissionalizantes. Contatos foram aprofundados com organizações filantrópicas como a Missionprokur dos Salesianos, Misereor, Adveniat, Papstliches Missionswerk / Missão do Papa, que possuíam finalidades semelhantes à proposta de ajuda humanitária da rede.
Somente no ano de 1988, em Ilhéus, Sul da Bahia, foram promovidos diversos projetos e elaborado o plano para o funcionamento de um centro profissionalizante como escola de capacitação para jovens recém formados e pessoas carentes, com o objetivo de possibilitar, à estes, a construção de uma nova história, através do exercício de uma atividade profissional, para ingresso no mercado de trabalho, e o autossustento, com a geração de renda por estas pessoas pelos próprios meios.
Entre os projetos apoiados em 1998, destacamos o Centro Comunitário de Canavieiras; Camaic; Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM); Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS); Associação dos Pais do Pré-Escolar Nossa Senhora da Conceição; Centro de Apoio ao Menor Carente do bairro Teotônio Vilela; Centro Comunitário Alto do Carvalho; Abrigo Caman; Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus (APAE); e Obras Sociais Nossa Senhora de Fátima.
A rede realizou obras de ampliação do Centro Comunitário de Canavieiras, uma casa onde funcionava uma escola abrigo no município de Canavieiras, situado a 120 km de Ilhéus, com 38 mil habitantes à época.
O Centro Comunitário de Canavieiras, ligado à Igreja Católica por meio da Pastoral do Menor, tinha a finalidade de acolher a criança e o adolescente em situação de risco, que estavam às margens da sociedade, promover capacitação, educação formal, projetos artísticos, culturais e lazer, como oficinas de capoeira, teatro, futebol e música, além da dignidade humana.
Com um atendimento médio anual de 2000 pessoas, entre crianças e adolescentes em vários projetos apoiados pela comunidade, o Centro Comunitário de Canavieiras retirou da rua muitos menores vulneráveis.
Neste projeto, foram construídas 8 salas de aula, além de salas para atividades de costura e artesanato. Diversas oficinas, como de carpintaria, foram realizadas por meio da ação do trabalho em rede.
Inclusive os beliches dos menores abrigados no CAMAIC e na AIAM, foram fabricados no projeto do Centro Comunitário São Boaventura de Canavieiras, sob a coordenação do Padre José Carlos Lima Santos. Assim, o trabalho de rede começou a funcionar, onde um projeto apoiava o outro.
Em Ilhéus, o Abrigo Camaic foi totalmente reformado e ampliado para a melhoria do atendimento de 100 crianças e adolescentes, com idades entre 3 e 17 anos.
Doações de tênis foram feitas por amigos doadores da Alemanha, que enviaram diretamente para Ilhéus centenas de pares de tênis para calçar os meninos pobres.
Entre as benfeitorias realizadas, foi construído um parque infantil e o terreno do imóvel vizinho foi comprado para a implantação de uma escola com 4 salas, cozinha e uma diretoria, que recebeu o nome da mãe do fundador Michael Eckes, chamando-se “Escola Marianne Eckes”.
Marianne Eckes nasceu na região do Lago de Constança, atravessado pelo rio Reno, situado na fronteira da Alemanha com a Suíça e Áustria, no dia 13 de novembro de 1936. Casou-se com Peter Eckes – criado em uma Paróquia Católica próxima da Lagoa de Constança. Ele foi sócio de um distribuidor de conhaque e produtor dos licores Eckes. Depois de casar-se com Peter em 1986, Marianne viveu com seu esposo em Nieder-Olm, região de grandes vinícolas e sede da destilaria, situada a 12 km, ao sul de Mainz, e a 50 km ao sul de Frankfurt.
Ao longo de sua vida, Marianne serviu e dedicou-se à família, bem como a muito projetos sociais. Ela faleceu no ano de 2003, antes do aniversário de 90 anos.
Marianne Eckes conheceu a Bahia em 1973 - única viagem realizada para o estado, hospedando-se em Salvador durante a temporada de visitas à fazenda de frutas da família no Norte baiano e ao projeto da Escola Rural.
Segundo relata o filho Michael Eckes, depois desta viagem, sua mãe se disponibilizou em ajudar ainda mais os projetos sociais, especialmente os da HNB.
Com excelente localização, a Escola Marianne Eckes está situada na Avenida Itacanoeira, nº 1081, bairro Jardim Savóia. O imóvel possui uma área térrea com espaço recreativo e amplo quintal, pavimento superior, 5 sanitários, cozinha, 6 salas, sendo uma com banheiro, 1 sala de secretaria, 2 salas de informática, 2 depósitos, escada e corredores.
Na época, foram adquiridos móveis, equipamentos e apoio financeiro mensal para a educação e alimentação das crianças. Com estes avanços, o número de vagas saltou para atender mais 160 crianças, de 5 a 11 anos.
Hoje, a Escola Marianne Eckes funciona como uma unidade escolar da rede municipal de educação.
Filantropia em perspectiva
“Diferentes entidades sociais foram reconhecidas mediante a seriedade, compromisso e corresponsabilidade social de seus projetos”, conta Maria Rosa, quem identificou as dificuldades das entidades conveniadas e, ao lado do fundador Michael Eckes, tomou diversas providências para possibilitar o funcionamento das ações em cada espaço e projeto.
As associações responsáveis contaram com projetos sociais, construções, ampliações, reformas e/ou instalações realizadas com a ajuda da HNB para a promoção do serviço social, melhoria da qualidade do atendimento às crianças, jovens e pessoas carentes.
Crianças e adolescentes carentes dos centros de acolhimento e creches puderam ter acesso à alimentação e vestuário de qualidade, assim como praticar esportes, adquirirem vivências culturais e, principalmente, receberem uma educação digna.
Jovens expostos à vulnerabilidade social foram contemplados com os cursos profissionalizantes, recebendo auxílio educacional direto dos instrutores.
Ao longo da trajetória dos trabalhos sociais da HNB, na Bahia, foram apoiadas comunidades de cidades como Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Alagoinhas, Salvador, Canavieiras, Santo Antônio de Jesus, Cachoeira de São Félix e Una. Em cidades de outros Estados, foram contempladas comunidades de Governador Valadares, em Minas Gerais; Itatinga, no Ceará; Rondonópolis, Mato Grosso do Sul; Iguaçu, Pernambuco; e Guarabira, na Paraíba.
“A Human Network do Brasil busca, através dos projetos, entregar à sociedade um legado de cidadania e transformação social. Queremos que as pessoas atendidas tenham a chance de construir uma nova história, exerçam sua participação na sociedade como cidadãos ativos, conscientes de seus direitos e deveres, e, como profissional, para seu próprio desenvolvimento, da sua região e consequentemente do seu país”, destacou o fundador Michael Eckes.
Com inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, CNPJ n° 03.541.241/0001-36, criado em 18 de novembro de 1999, a HNB foi reconhecida em 14 de maio de 2001, pelo Poder Público, como entidade civil que presta serviços sociais de interesse para toda coletividade, com Declaração de Utilidade Pública Municipal, Lei nº 2.903.
A diretoria da organização é formada por um Presidente, um Diretor Superintendente, um Diretor Administrativo, um Diretor Financeiro, três Conselheiros Fiscais e cinco Conselheiros Administrativos.
Todas as despesas administrativas da HNB são custeadas pela família Eckes, na pessoa do fundador Michael Eckes, garantindo, assim, a aplicação de todas as doações, nacionais ou internacionais, diretamente aos projetos sociais.
A Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), por sua vez, também foi uma das primeiras instituições contempladas com o trabalho em rede de cooperação fomentado Ilhéus, no ano de 1998 e permanece como um projeto de continuidade, até os dias de hoje.
O serviço social de educação primária e abrigamento de crianças e adolescentes carentes de Ilhéus da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), chamada como Escola Dom Bosco, foi conhecido pelos dirigentes da Human Network do Brasil durante a gestão realizada pelas Irmãs da Ordem de Santa Catarina de Sena, no final da década de 90.
A Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM) e mais de meio século de história
A história da AIAM remonta há mais de meio século de existência. Fundada em 2 dezembro de 1965 pela irmã Cléia Rebouças através do respaldo do Padre Antônio Nobre, a AIAM foi constituída. O objetivo da instituição era assistir e abrigar crianças e adolescentes carentes de Ilhéus e região para a recuperação moral por meio da educação, medidas para o aperfeiçoamento de assistência aos menores abandonados, visando a adaptação ao meio social, na promoção de valores de solidariedade, da prática do amor ao próximo e de estímulo à vocação profissional, com o aporte de instrumentos necessários à sua formação.
A ata de fundação da AIAM registra que a diretoria foi formalizada em uma reunião na residência do Sr. Álvaro Melo Vieira, a convite da Irmã Cleia Rebouças, do Padre Antônio Nobre, e das demais pessoas que constituíram a diretoria e o conselho. O encontro reuniu Erine Vieira, escolhida, como presidente; Dinorah Soledade, na vice-presidência; Consuelo Medauar, como 1ª secretária; Lourdes Medauar, como 2ª secretária; Claire Maron Dórea, como 1ª tesoureira e Luiza Mora, como 2ª tesoureira.
No Conselho, integraram os senhores Álvaro Melo Vieira, Osório de Carvalho, Paulo Pinto, Acidólio Mendonça, João Freire, Watson Negreiros e suas respectivas esposas - cujos nomes não estão registrados em ata, - e Alcides Kruschewsky.
A instituição, em seu início, contou com o apoio financeiro da gestão do então prefeito Sr. Herval Soledade, funcionando na Av. 2 de julho, em Ilhéus.
O imóvel onde funciona hoje a sede no Banco da Vitória, foi doado pelo pai da irmã Cléia, Sr. Daniel Rebouças, cuja construção foi iniciada em 1969. Dez anos depois, em 1979, é que o trabalho social e profissional foi conduzido com a chegada das Irmãs da Ordem de Santa Catarina de Sena, e, depois, com a HNB, a partir de 1999.
Durante o processo de interação entre os dirigentes da HNB com as dirigentes religiosas, a Irmãs católicas da Ordem de Santa Catarina de Sena, como a Irmã Josefa e a Iirmã Maria de Lurdes, a AIAM reconheceu a base, a seriedade e o compromisso da rede humana tocada por Maria Rosa e Michael Eckes, juntamente com os colaboradores e apoiadores.
Situado no km 9 da BR 415, da rodovia Jorge Amado, que liga as cidades de Ilhéus e Itabuna, no bairro do Banco da Vitória, as Irmãs católicas enfrentavam dificuldades para a manutenção e custeio da estrutura da AIAM e do projeto. Por outro lado, elas puderam contar com a dedicação de Maria Rosa no trabalho da rede humana, desenvolvido para ajudar crianças e jovens pobres de Ilhéus.
Com uma estrutura ampla, situada no bairro do Banco da Vitória, a Dom Bosco, como a instituição é referenciada, recebeu, por meio dos dirigentes empenhados no trabalho em rede, uma grande reforma das instalações sanitárias, banheiros e dormitórios, além da instalação completa da rede hidráulica e elétrica. Com o acolhimento de 71 crianças, entre 4 e 13 anos, abrigadas e mais 50 alunos, de 5 a 11 anos, matriculados na Escola São João Bosco, a AIAM recebeu, ainda, um parque infantil construído na área verde para o lazer dos atendidos.
Através de um acolhimento inicial, as necessidades mais urgentes do projeto foram abraçadas pelo casal e amigos alemães, que visitaram o projeto para apoiar os menores abandonados.
Ajudas com alimentação, vestuário, materiais para estudos e saúde, chegaram para as crianças e jovens pobres assistidos na AIAM.
A partir da chegada dos recursos originários da Alemanha, todos os caminhos percorridos até então, criaram um ambiente favorável para a continuidade e manutenção do projeto.
Assim, as freiras, asseguradas pelos laços de confiança, amizade e sentimento de segurança, ofereceram a transferência da gestão e administração da AIAM para a HNB.
Empenhados na missão proposta, os dirigentes da ONG assumiram a responsabilidade, tendo, a partir de 1999 a tarefa de cuidar das 56 crianças e jovens abandonados que estavam abrigados e eram atendidos na AIAM, à época.
Além do empenho profícuo e incontestável de Michael Eckes e Maria Rosa para que os trabalhos do Abrigo Dom Bosco pudessem ser frutíferos, a participação de parceiros, voluntários, conselheiros e amigos foram peças chave para tocar os cuidados com os menores abandonados.
Lembramos, ainda, dos parceiros e dirigentes da AIAM, Clotilde Barreto, Maria de Lourdes Medauar, Eduardo Citron, e amigos importantes no processo de transição da gestão administrativa e operacional das irmãs missionárias da AIAM para a HNB, bem como no período em que a HNB assumiu integralmente a direção desta instituição social.
Foi a partir de 1999, que a HNB trabalhou na AIAM a missão de realizar a inclusão social dos menores que se encontravam em situação de risco pessoal. Era desafiadora, e, ao mesmo tempo, nobre, a tarefa de realizar o acolhimento provisório de crianças e jovens excluídos da convivência sócio familiar, até a recomposição dos vínculos com a família, por meio da regulação emanada pela Lei Orgânica da Assistência Social.
Ao todo, mais de 70 famílias foram contempladas pela educação e abrigo, internato, projetos educativos e profissionalizantes, atividades artísticas e laborais, higienização pessoal, visitas periódicas a médicos, dentistas, psicólogos e assistência social.
Melhorias e reformas foram realizadas pela HNB no prédio da AIAM, para a adequada acomodação dos alunos atendidos, sobretudo pela necessidade de manutenção do imóvel, sendo realizada uma completa reestruturação.
E a história continua...
O pobre bairro de Vila Nazaré, de 1998 até os dias atuais, carente de desenvolvimento e estrutura urbana, reunia os voluntários da rede que enxergaram na iniciativa do Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS) um lugar potencial para a implantação de cursos profissionalizantes.
O projeto atendia 50 crianças pobres de 2 a 7 anos, na creche, e 240 crianças de 7 a 12 anos, na escola. Além de qualificar as instalações da unidade, os dirigentes Michael Eckes e Maria Rosa iniciaram uma completa reforma na unidade, realizando também a ampliação das instalações; construção de uma quadra poliesportiva; compra de equipamentos como máquinas de costura e implantação de um curso profissionalizante de móveis da cana-da-índia. Cerca de 80 adolescentes, de 12 a 18 anos, participaram do curso e foram profissionalizados.
Ainda em 1998, a Associação dos Pais do Pré-Escolar Nossa Senhora da Conceição, uma creche e pré-escola, foi contemplada pela Human Network do Brasil com a aquisição de 3 terrenos para a ampliação do centro, aquisições de móveis para cursos de aperfeiçoamento, um carro usado e uma quadra poliesportiva.
Com 140 crianças de 3 a 6 anos, esse projeto passou a atender mais 57 adolescentes nos cursos de capacitação oferecidos no turno da tarde.
Já no Teotônio Vilela, bairro de Ilhéus, o trabalho da rede também chegou para o Centro de Apoio ao Menor Carente no mesmo ano, ao ter suas instalações reformadas e ampliadas.
Também foram doadas máquinas para fabricação de sorvetes, materiais escolares e de produção, além de ajuda financeira para a manutenção da escolinha que atendia 50 crianças pobres, de 2 a 7 anos, e mais 240 crianças, de 7 a 12 anos. Os cursos profissionalizantes fomentados através do trabalho de rede capacitaram 80 adolescentes, entre 12 e 18 anos, também com a parceria da Associação Menores com Cristo (AMECC).
AMECC - Uma instituição que trabalha com acolhimento a meninos em situação de rua, a AMECC, sediada no município de Guarabira, Estado da Paraíba, muito contou com o trabalho do Padre Geraldo Brandstetter, de nacionalidade alemã, que auxiliou a Human Network do Brasil a implantar a sorveteria para sustentação do Centro de Apoio ao Menor Carente.
Amigo pessoal do fundador Michael Eckes, o Padre Geraldo ajudou na implantação do projeto da sorveteria em Ilhéus. O objetivo, além de gerar renda para custeio do projeto, era também fornecer capacitação para os menores e beneficiá-los com os recursos obtidos com as vendas dos sorvetes.
Com base na expertise do Padre Geraldo Brandstetter, a HNB estabeleceu contato e enviou para Guarabira um jovem para receber o treinamento para atuar como multiplicador da iniciativa em Ilhéus, no bairro Teotônio Vilela, onde funcionava o Centro de Apoio ao Menor Carente.
Outra contribuição do Padre Geraldo foi o diálogo sobre o processo de desinstitucionalização dos abrigos, e a formação de casas lares nos encontros dos dirigentes de abrigo. A AMECC foi pioneira nesse assunto, onde havia a constituição dos conceitos de pai e mãe sociais, dentro do novo contexto das casas lares.
A HNB foi patrocinadora e facilitadora de muitos encontros de dirigentes de abrigos durante um período de 5 anos, a partir de 1998. Os encontros aconteceram em Salvador, Guarabira, e outros três aconteceram em Ilhéus, no Abrigo São Vicente de Paulo e no Hotel Aldeia da Praia.
Foi por meio dos trabalhos da pastoral do menor, que a Igreja Católica, também com a contribuição social de outras instituições religiosas no acolhimento de menores e abandonados, promoveu encontros onde se reuniram padres, freiras e civis de diversas áreas profissionais - psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e juízes - para falar sobre abrigo, trocar ideias e informações dessa realidade, identificando as necessidades e atualizações das práticas quanto aos assuntos relacionados aos menores em abrigos, e para melhorar o atendimento às crianças e adolescentes. Inclusive a discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), permeou o centro dos diálogos.
O Padre Geraldo, como coordenador nacional, dentro do âmbito da Igreja Católica, para promover esses encontros de dirigentes, contou com o patrocínio da HNB e a participação de dirigentes de todas as instituições conveniadas com o nosso projeto de rede.
A construção de um pequeno centro social no Morro do Carvalho, com aproximadamente 800 habitantes à época, em Ilhéus, foi possível graças às famílias Eckes e do Dr. Bruno Germscheid, nomeado Centro Comunitário Dr. Bruno Germscheid.
O foco para apoiar menores vulneráveis continuou firme ao longo do produtivo ano de 1998.
O Abrigo Caman contou com a instalação de uma sala de aula para atender mais 25 crianças e adolescentes de 7 a 17 anos, além dos 35 menores que já eram abrigados na instituição. A nova instalação, além da função educacional, também foi destinada para projetos de agricultura, iniciando com criação de hortas, também com atendimentos e assistência psicológica.
Pessoas com deficiência intelectual e múltipla, assistidas pela Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus (APAE), foram beneficiadas com a instalação de um centro para educação profissionalizante na unidade desse projeto.
Já o internato para meninas, das Obras Sociais Nossa Senhora de Fátima, dirigidas por freiras, recebeu apoio da rede para a renovação de suas instalações.
As Obras Sociais Nossa Senhora de Fátima atualizaram sua missão com a oferta de educação formal para alunos tanto do sexo feminino, quanto do sexo masculino, de 6 a 11 anos, do 1º ao 5º ano, com a administração da Congregação das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena.
A sede da instituição, onde funciona a Escola Daniel Rebouças, está situada no km 7 do Banco da Vitória, em Ilhéus, com atividades educacionais regulares. A estrutura desse projeto compõe uma quadra poliesportiva, pátio, refeitório, área verde, espaço de poesia, brinquedoteca, sala de leitura, sala de dança, 5 salas de aula, sala de ensino religioso, sala para menor aprendiz, sala dos professores e banheiros.
Em períodos regulares, as crianças ingressam às 7h na escola, tomam o café da manhã, e, em seguida, é realizada uma oração como a primeira atividade do dia para a jornada de formação humana, das 8h às 12h, em sala de aula, com o intervalo para o lanche. Após o almoço, os alunos tomam banho, e, no período de 13h às 18h, participam das oficinas temáticas. As atividades físicas envolvem recreação, futsal e futebol.
As iniciativas de ajuda humanitária com obras, custeio e medidas em favor dos mais necessitados foram florescendo gradativamente ao longo do ano e, com o retorno das instituições sociais apoiadas, os dirigentes da rede perceberam os frutos iniciais resultantes das primeiras iniciativas, refletidos na prestação de serviços às pessoas carentes para atender as suas necessidades mais básicas.
Assim foi, que no ano seguinte, em 1999, a amplitude de projetos apoiados cresceu de forma significativa.
Dos projetos financiados em 1999 no município baiano de Alagoinhas, as iniciativas contempladas foram a Pastoral Menor, Associação Lar São Benedito Taizé, a Pastoral das Creches e Promoção Humana.
As ajudas chegaram também para outros municípios como Salvador, capital da Bahia, onde foi apoiado o projeto Meninos Cantores de Itapoã; a Pastoral da Menor, em Fortaleza-CE; o Sítio Pe. Ibiapina (AMECC), em Guarabira-PB; o Centro Comunitário de Canavieiras-BA; a Obra de Assistência, em Cachoeira-BA; AMEFAL, em Propriá-SE; projetos sociais do Pe. José Carlos, em Una-BA e do Pe. Fausto, em São Miguel das Matas-BA.
Na cidade de Ilhéus, os projetos apoiados no ano de 1999 foram o CAMAIC; a AIAM – Escola São João Bosco; o Centro Comunitário Nossa Senhora da Conceição; Casa Acolhimento Monsenhor André; Centro de Apoio ao Menor Carente no bairro Teotônio Vilela; Centro Comunitário da Paróquia Santa Terezinha; Centro Educativo Missionário da Santíssima Trindade; o projeto social do Pe. Celso no bairro Nelson Costa; o Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS), onde Maria Rosa conheceu o trabalho da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, em um dos encontros promovidos pelo CEHAS, do Sr. Luís Lima; e o Abrigo São Vicente de Paulo, instituição que foi muito apoiada pela rede com doações de alimentos e custeios de melhorias nas estruturas do imóvel.
Nesse contexto cada vez maior de projetos apoiados, foram fomentadas as providências para a criação formal da ONG HNB.
1999 e a constituição formal da Human Network do Brasil
Enquanto que em 1999, na Alemanha, governava o chanceler Gerhard Schröder, Fernando Herinque Cardoso exercia a presidência no Brasil. Um contexto de crise agrária e de altos índices de desemprego eram uma realidade no país, que buscava consolidar o plano real e alcançar o equilíbrio econômico. Mas o aumento da dívida pública era gradativo e constante no Brasil, gerando o desequilíbrio fiscal e uma lentidão na expansão econômica. O desenvolvimento social, na expressão e efetivação dos direitos fundamentais, era um privilégio de uma pequena camada social brasileira nessa época.
A realidade da maioria das pessoas no Brasil era o desemprego, acesso difícil a serviços públicos de qualidade e a necessidade de mais infraestruturas sociais para atender às necessidades mais básicas.
Foi nesse contexto social, político e econômico, que a proposta da HNB foi formada, com foco na educação profissionalizante, esporte e creches. O bom relacionamento de Michael Eckes e Maria Rosa com os amigos da Alemanha, possibilitou o trabalho de rede com a família alemã Eckes; amigos da Suíça; Estados Unidos; de várias famílias industriais e de comerciantes dos Rotarys Clubs de Mainz-Churmeyntz.
Em 29 de julho de 1999 foi constituída a Associação Brasileira para o Desenvolvimento Comunitário Human Network do Brasil, e registrada no Cartório de Registro Especial de Título e Documentos e Registro Civil e Pessoas Jurídicas da Comarca de Ilhéus-BA, em 5 de setembro de 2001.
Em sua ata de fundação, participaram o Sr. Humberto dos Santos Menezes convidado a presidir a assembleia constitutiva, com as presenças dos membros do Conselho de Administração como Michael Eckes, Rute Colares Pelição, Silvio Raimundo Cardoso Nora, Ceres Santos Morais, Bruno Germscheider, Maria Zenaid Souza de Oliveira e Saulo Cavalcanti Portela. A diretoria foi composta por Josan Ney do Rosário Gomes como Diretor Superintendente, José Brandt da Silva Filho como Diretor Financeiro e Alvarin Brinck Izaguirres como Diretor Administrativo. No Conselho Fiscal, assumiram Alfredo Dantas Landim, Jaime Alves dos Santos, Paul Elmar Germscheid e, por fim, como membros suplentes, as pessoas de José Lourenço da Fonseca Silva, Augusto César Abreu Macedo e Grudun Burgunde Grundmann.
O suíço Max Ruegger, e sua esposa Dra. Ulla, foram os doadores que ajudaram a complementar a compra e reforma da sede onde funciona a HNB, onde depois foi estabelecido o Centro Profissionalizante, na Rua Antônio Lavigne de Lemos, 92, Centro da cidade de Ilhéus, Bahia.
O elo fundamental para o estabelecimento da HNB em Ilhéus, no Sul da Bahia, foi a amizade com pessoas comprometidas com a causa social. Uma dessas pessoas foi a Irmã Encarnação, da Pastoral da Criança, com quem os dirigentes da HNB muito contaram com sua importante atuação voluntária para a implantação do Centro de Promoção Feminino Dom Bosco, e os cursos profissionalizantes.
“Graças às doações de amigos de confiança, podemos continuar nossas atividades. A confiança e o compromisso são os valores fundamentais para a rede apoiar os projetos. Recebemos doações diretamente de amigos e pessoas próximas a mim, que me conhecem. Os doadores gostam sempre de receber cartas para ter notícias sobre as ações sociais, e, sempre que podem, vêm ao Brasil visitar os projetos. Ficam felizes ao verem as realizações”, conta o fundador Michael Eckes.
A unidade de propósitos bem formados para a consolidação da HNB confluiu bem e a favor dos trabalhos sociais, desta vez amparados pela existência formal da instituição.
Os membros da rede, animados pela intenção de ajuda humanitária para o desenvolvimento social através de projetos, contaram com bons ventos para uma jornada regada a muitas atividades.
Em 2000, o escritório administrativo da HNB entrou em funcionamento em Ilhéus.
Também neste ano, a Human Network Internacional, em Munich, na Alemanha, foi criada. Com isso, uma rede de amigos doadores da família alemã Eckes, da Bavária, de outros Estados germânicos e da Europa, concretizaram o compromisso firmado três anos antes, para apoiar a HNB em sua missão social e áreas de atuação.
Em 2000, também foram contempladas as iniciativas do Centro de Amparo ao Menor Abandonado de Ilhéus (CAMAIC); o Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS); o Centro de Apoio aos Menores Carentes do Bairro Teotônio Vilela; a Associação dos Pais do Pré Escolar Nossa Senhora da Conceição; a Associação das Irmãs Missionárias da Santíssima Trindade; o projeto Cáritas da Paróquia de Santo Antônio de Alagoinhas; a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Itapoan; a Associação Menores com Cristo; e o Instituto Emília de Brito Correia, que por meio da direção da Irmã Luciana, transformou a vida de centenas de crianças da periferia.
Neste mesmo ano, no dia 27 de junho, o fundador Michael Eckes recebeu o título de cidadão ilheense, expedido pela Câmara Municipal de Ilhéus, a sede do poder legislativo ilheense. O reconhecimento do poder público municipal endossou a importâncias das atividades da HNB para o município, atuando, pelo terceiro setor, de forma significativa para a promoção do desenvolvimento social.
Com a seriedade que é peculiar da dinâmica de trabalho da Human Network do Brasil, e a solidez necessária, estabelecida no núcleo da rede, os horizontes que permearam as realizações a partir da constituição formal da organização, lançaram, ao longo de vinte dourados anos, uma trajetória com significativo saldo social.
A HNB passou a funcionar com três funcionários contratados, colaborando na sede situada no bairro do Pontal, em Ilhéus.
No ano de 2003, a HNB transferiu sua sede para um imóvel situado no Centro da cidade.
Essas ações, em conjunto, foram fundamentais para criar solidez e sustentação, lançando as bases para a promoção da cidadania e a transformação social da realidade de crianças, adolescentes e a população de baixa renda no município de Ilhéus.
Gente de outros lugares, também foram alcançadas com as iniciativas sociais, através da educação, cursos profissionalizantes, esporte e cultura. O objetivo era servir como fonte de apoio a projetos próprios e de instituições sociais já existentes.
O Centro de Promoção Feminino Dom Bosco
“Nosso objetivo era oferecer àquelas mulheres carentes, uma oportunidade para aprenderem uma atividade profissional, conquistarem um espaço no mercado de trabalho, seja por meio do emprego formal ou com a realização do próprio empreendimento. Formamos muitas turmas e conseguimos transformar a vida de milhares de mulheres por meio da profissionalização no Centro Feminino Dom Bosco”, destaca Maria Rosa.
Com inauguração no início do ano 2000, o Centro de Promoção Feminino Dom Bosco foi estabelecido no imóvel onde está sediado o centro administrativo da HNB, para atender mulheres de baixa renda em diversas áreas comerciais e funcionando com recursos próprios.
Por meio da parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), a HNB iniciou em espaço próprio as atividades profissionalizantes, oferecendo diversos cursos como informática; corte e costura; arte e culinária; cabeleireira; artesanato; camareira; manicure e pedicure; bijuteria; artesanato; recepcionista; pintura em tecido; automaquiagem e inglês.
Foi destaque o projeto Ralph Goldberg, com um curso de Informática. O financiador desse projeto investiu na compra de dez computadores, aparelhos e instalação de rede.
Ao mesmo tempo, a HNB também realizou importante aposta na área da Informática, com a aquisição de mais 26 computadores completos entre os anos de 2003 a 2006, para possibilitar o uso individual de cada máquina e valorizar ainda mais a potencialidade do curso.
Uma média de 900 mulheres foram formadas, por ano, durante o funcionamento do Centro de Promoção Feminino Dom Bosco, em diversos tipos de cursos. O sucesso do trabalho foi sentido por comerciantes da cidade de Ilhéus, que procuraram a administração da HNB para indicar mulheres capacitadas no Centro de Promoção Feminino Dom Bosco para ingresso no mercado de trabalho.
O Centro de Promoção Feminino Dom Bosco funcionou atendendo mulheres até o ano de 2007. A partir de 2008, a unidade passou a receber também alunos do sexo masculino para participar das capacitações, passando, o núcleo de profissionalização, a ser chamado de Centro Profissionalizante Human Network do Brasil.
A instituição também fomentou outras iniciativas para além dos muros do Centro Profissionalizante da HNB, como é o caso da Escola de Informática Dr. Ritt, situada na Igreja Católica do Sagrado Coração de Jesus, no Iguape, em Ilhéus, que contou com a doação de 4 computadores do Dr. Ritt, diretor técnico de uma companhia de vidros industriais na Alemanha.
Nesta instituição, foram oferecidas 8 turmas e 44 jovens capacitados por curso, com duração de 3 meses e conteúdo programático dos módulos de IPD, Windows, Microsoft Word e Excel.
Na Escola de Informática Dr. Raith, não foi diferente. Localizada na Casa da Criança da Princesa Isabel, em Ilhéus, foram doados pelo empresário industrial Dr. Lorenz Raith, 16 computadores utilizados para a capacitação de 167 jovens, distribuídos em 15 turmas, num curso que durou 3 meses trabalhando conteúdos como IPD, Windows, Microsoft Word, Excel e Corel Draw.
O Centro Profissionalizante HNB também chegou a ofertar aulas preparatórias para estudantes que iam fazer o vestibular para ingresso no ensino superior, como na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Diversos projetos passaram a ser apoiados no ano 2000. A AIAM continuou sendo subsidiada, enquanto que a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus foi abraçada na rede. Estes projetos se tornaram de continuidade, que pela ampla relevância social, ganharam destaque e, até os dias atuais, são subsidiados 100% pela instituição.
Antes que continuemos a narrar os fatos dos anos seguintes, vamos conhecer como se desenvolveu a relação entre a Human Network do Brasil e a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus.
Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, para o cosmos
A rotina dos treinos de futebol para meninos de rua, seguia seu ritmo normal no pobre bairro de Vila Nazaré, em Ilhéus, sob a direção do professor voluntário Luís Silva Lima, c0nvidado pela ONG Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS).
Sem o apoio financeiro de instituições públicas governamentais ou filantrópicas, centenas de crianças e adolescentes treinavam futebol movidas pela inquietude de Seu Luís, como é chamado, que não se contentou em apenas desfrutar das benesses de sua aposentadoria conquistada após longos anos de trabalho em Santo André, cidade no estado de São Paulo, onde residiu por 41 anos. Natural de Uruçuca, cidade coirmã de Ilhéus, Seu Luís retornou para a terra natal para cuidar da família. Ao se deparar com a situação das crianças e jovens ilheenses, conheceu uma realidade que o convidou a mergulhar no trabalho social.
“Não conhecia a pobreza da minha Bahia, das minhas crianças”, explicou Luís. “Comecei um trabalho no Centro Social Urbano (CSU) com meu filho”, conta, ao lembrar as primeiras ações em favor da comunidade, aterrissando de paraquedas como professor voluntário, ministrando aulas de futebol para meninos pobres da periferia de Ilhéus, desde 1989.
Era preciso ir além daquela realidade evidente na lente dos olhos, transpondo e transformando a cena de crianças e jovens carentes expostos aos riscos sociais, como drogas e prostituição. O instrumento que Luís, junto com seu filho, encontraram para ajudar a comunidade, foi o trabalho voluntário na área do esporte.
Os anos a fio de tocar um projeto social sem a ajuda de instituições, estavam com os dias contados.
Tempos após, caminhando com sua esposa na Rua Antônio Lavigne de Lemos, Luís encontrou por um acaso com Maria Rosa, quem havia conhecido no CEHAS. Ela ofereceu um almoço de natal para as crianças do projeto.
“Levantei o orçamento do almoço natalino e apresentei no escritório da HNB, onde conheci Sr. Michael Eckes. A partir daí, eles aprofundaram o conhecimento do nosso projeto, e, até hoje, a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus é financiada 100% por meio da HNB. Os treinos são totalmente gratuitos para alunos entre 8 e 18 anos”, explicou.
Com uma importante proposta de inclusão social para crianças e adolescentes, a Escolinha de Esportes foi criada legalmente em 1º de janeiro de 2000, destinada para a promoção de atividades esportivas, entre elas, treinos de futebol de campo para crianças e adolescentes, entre 8 e 18 anos, como atividade principal; reforço escolar para os alunos do projeto; cursos como de pintura em tecidos, manicure e pedicure, e de dança afro para mulheres das comunidades, como atividades paralelas.
Pessoas de diversos bairros de Ilhéus, como Malhado, Barra, Teotônio Vilela, Couto, Aritaguá e povoados do Banco do Pedro, São José, Sambaituba, São João, dentre outros, são atendidos no projeto.
Após o primeiro ano de apoio ao projeto, em 2001, oito alunos da Escolinha, Williams Santos de Jesus, Alexandre Lucas Ferreira Gusmão, Rodrigo Mendes de Souza, José Carlos Nascimento de Oliveira, Carlos Bispo dos Santos, Alessandro Sousa da Silva, Marcos Paulo Sampaio Meireles e Leomir Nascimento Serqueira, junto com o professor Luís, foram contemplados com a primeira e histórica viagem internacional para um torneio beneficente de futebol juvenil na Alemanha, presenteada por diversos ajudantes e patrocinadores europeus mobilizados pelos fundadores da HNB. A comitiva brasileira, que também contou com a presença do membro da HNB Thadeu Gonçalves, desembarcou em Munique, em novembro de 2000, para um super intercâmbio cultural e esportivo Bavário-Baiano.
O grupo HNB mostrou para os potenciais doadores que o espírito de equipe e a responsabilidade pessoal na prática esportiva, são capazes de desenvolver as crianças e jovens do projeto.
O fundador ME pautou a responsabilidade social global dos empresários e amigos europeus para ajudarem aos mais carentes, que vivem em condições consideradas como uma das piores do mundo, para poderem ter uma vida melhor.
A finalidade dos torneios de intercambio beneficentes, era a de levantar recursos para a construção de um Centro esportivo e educacional, onde além do campo para jogos, os alunos do projeto e seus familiares poderiam contar com cursos profissionalizantes.
Em uma publicação especial que registrou os melhores momentos desta viagem, jogadores do FC Bayern München, como Roque Santa Cruz, Paulo Sérgio, Giovane Elber e Claudio Pizarro, juntamente com o treinador Michael Henke, assinaram uma carta destinada aos amigos do futebol e, nela, declararam que a visita da equipe das crianças brasileiras de rua conseguiu conquistar o coração de muitas pessoas e despertar a compreensão social sobre a miséria de milhões de crianças em sua terra natal. Cinco equipes de TV e mais de trinta jornais diários regionais e nacionais, dedicaram artigos detalhados à visita dos brasileiros no Ottobrunner Sportpark.
Além da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, participaram do torneio beneficente os times FC Bayern München; Grasshopper-Club Zürich; 1. FC Nürnberg; TSV Ottobrunn; FC Tirol Innsbruck; TSV 1860 München; SpVgg Unterhaching; FC Augburg; e SSV Jhan Regensburg.
“Eu e os alunos ficamos hospedados na casa do Sr. Michael, em Munique, que nos recebeu com muita alegria. Depois fomos para Ottobrunn. A viagem, que durou dez dias, foi incrível. Os alunos ficaram muito felizes e agradecidos”, relembrou, saudoso, o professor Luís.
Outras duas idas ao país germânico entraram para a história da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, sendo a segunda realizada em novembro de 2001 e a terceira em novembro de 2003.
Neste período, em 2002, a HNB deu passos importantes para a compra do imóvel destinada à construção do tão sonhado Centro Esportivo e Educacional, com a ajuda dos amigos da Alemanha. Um terreno de 7.612 m², localizado na Avenida Esperança, próximo ao Colégio Modelo, em Ilhéus, foi adquirido legalmente pela instituição como resultado dos esforços alcançados nos torneios beneficentes realizados na Alemanha.
Para a construção, toda a documentação foi apresentada para atender aos requisitos legais, exigidos pela Prefeitura Municipal de Ilhéus, o órgão competente para autorizar a edificação, com a necessária apresentação de documentos, desde os comprobatórios de compra do terreno, à plantas, responsabilidade técnica, ART-CREA etc, para a realização das obras, culminando com a liberação do “Habite-se”, documento fornecido pela Prefeitura, e averbada no Cartório de Registro de Imóveis.
Ao todo, a obra compreendeu a construção do muro divisório, drenagem da área, construção de um campo de futebol e instalações completas, com conclusão no ano de 2005.
As viagens promoveram um proveitoso intercambio esportivo-cultural. Em novembro de 2002, foi a vez da equipe Alemã vir ao Brasil para um maravilhoso torneio promovido em Ilhéus, na área esportiva do Instituto Nossa Senhora da Piedade.
Na Alemanha, as crianças carentes de rua do Brasil, com a comitiva brasileira, que também contou com a presença do colaborador Overland Santana, vivenciaram encontros com grupos de rotarianos, realizaram visitas à museus e encontros com jogadores do FC Bayern München, entre eles, Zé Roberto, Paulo Sergio e Helber.
Uma grande alegria aconteceu nesse meio tempo, na viagem de 2003, quando o time da Escolinha de Futebol, conquistou o 1º lugar no torneio realizado em Mainz e a 6ª colocação em Ottobrun.
Neste ano, com a ajuda da família Rechenberg, de Munique, Alemanha, e da Stock do Brasil, grande empresa de licores sediada em São Paulo, a HNB realizou a construção da primeira etapa do Centro Esportivo.
Do Centro de Promoção Feminino Dom Bosco ao Centro Profissionalizante Human Network do Brasil
Criar meios e condições para que as pessoas vulneráveis socialmente possam conquistar o próprio sustento e, a partir daí, construírem uma nova e melhor história de vida é uma ideia que sempre acompanhou a filosofia de trabalho da HNB, desde o início das ações. Os princípios da caridade e o da filantropia se conjugam ao “ensinar a pescar”, para além da assistência de exclusivamente “dar o peixe”.
No valor do trabalho e da dignidade promovida ao ser humano que pode, deve ser educado e formado com o conhecimento de um ofício, encontramos um eixo de desenvolvimento pessoal e da comunidade capaz de agregar mais e melhores condições de vida, ao tempo em que é dever do Estado prover de forma universal a saúde, entre outros direitos fundamentais. No entanto, todos sabemos que os recursos são limitados – e, muitas vezes, mal administrados –, na escala da demanda social brasileira.
No Brasil, país onde se paga um dos mais altos impostos do mundo e são oferecidos serviços públicos de baixa qualidade e oferta, entra em cena, por uma questão de necessidade, o desafio do trabalhador brasileiro de prover a si e a sua família as condições necessárias e satisfatórias quanto à educação, saúde, lazer, moradia, transporte e segurança, entre outros. Ao mesmo tempo, é dever da sociedade lutar por um Estado Democrático de Direito onde os direitos fundamentais sejam respeitados por todos, sobretudo na atividade estatal, em suas diversas instâncias, sejam municipais, estaduais ou federais.
Dito de outro modo, vivemos em um país que ainda longe de oferecer serviços públicos satisfatórios, onde cresce cada vez mais o desafio dos cidadãos em conquistar o seu sustento sem precisar ficar dependendo exclusivamente de programas sociais para viver, para que possam, ao terem abastecidas as próprias necessidades e de sua família por meio do trabalho, galgar uma vida mais próspera e abundante.
Feitas estas singelas reflexões, pensemos, em nível social, o tamanho do empreendimento que Maria Rosa e Michael Eckes estavam construindo nos anos 90 em Ilhéus, em torno da ideia de levar a profissionalização para os projetos sociais e executar um projeto de educação próprio, pensado, formado e gerido pela própria HNB, para a capacitação de jovens e pessoas pobres.
Talvez eles não compreendessem totalmente a dimensão dessa empreitada, mas pelos registros que temos, podemos verificar que o sonho foi transformado em realidade, tendo iluminado a vida de milhares de pessoas beneficiadas com a profissionalização em Ilhéus. Sem dúvidas, uma tradução que revela o tamanho de seus corações e a vontade de fazer acontecer.
Essa história, para além do intuito, começou a tomar forma a partir do levantamento social realizado com a rede de amigos em Ilhéus, para compor o trabalho da rede de apoio, conforme já narramos em momento anterior. Foi em 1998 que isso aconteceu e um projeto de profissionalização foi idealizado em conjunto com os dirigentes e voluntários.
Inicialmente, as atividades de profissionalização foram pensadas com a criação de uma escola profissionalizante filiada à AIAM – Escola São João Bosco, que lançou, a princípio, seis cursos para o ano de 1999.
No curso de Informática, foram capacitados 90 adolescentes (abril de 1999); em Pré-Moldados para fabricação de material de construção, profissionalizaram-se 48 jovens (abril de 1999); para Corte e Costura foram 32 alunos capacitados (abril de 1999); em Carpintaria foram 50 adolescentes formados (maio de 1999); em Serralheria, 40 jovens profissionalizados (maio de 1999); e Reciclagem de Lixo, 60 adolescentes formados (julho de 1999). Todos os jovens eram pobres, possuíam idade entre 14 a 17 anos e realizaram os cursos na sede da AIAM, no Banco da Vitória.
O sonho de colocar em prática um projeto próprio e idealizado pelas pessoas que fizeram e fazem da HNB uma organização pujante e proativa, já estava acontecendo.
No decorrer dos trabalhos, os dirigentes da rede, amigos e voluntários, observaram a batalha diária das mulheres pobres para sobreviver, muitas, mães solteiras e desempregadas, com filhos pequenos para cuidar.
Daí então, surgiu a ideia de uma escola profissionalizante voltada exclusivamente para mulheres, um lugar onde elas pudessem aprender diversas atividades e desenvolver suas potencialidades profissionais.
Assim foi formado o Centro de Promoção Feminino Dom Bosco, que funcionou de 2000 a 2007, que mais tarde veio a ser transformado em Centro Profissionalizante HNB, de 2008 até os dias atuais.
A linha do tempo continua
Uma média de 20 a 30 projetos foram apoiados entre 2000 e 2005, com a mesma proposta de trabalho humanitário que vinha sendo seguida nos anos iniciais. Ao mesmo tempo, novas iniciativas se integraram à rede de apoio para receber ajuda e, outras saíram, na medida em que conseguiam outras fontes de recursos, apoio de outras instituições e meios para continuar a caminhada.
Somente no ano de 2003, uma média de três mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos, foram diretamente beneficiados por meio das entidades conveniadas com a HNB.
Foi também neste período em que a HNB realizou importantes investimentos na área de Informática, com a compra de 14 computadores completos para atender uma pessoa por máquina, para a melhor profissionalização dos atendidos.
As dificuldades fizeram parte da jornada. Incansável em uma de suas missões pessoais de vida – ajudar pessoas carentes – o Sr. Michael, foi perseverante durante todos os anos para captar recursos. Para essa tarefa, ele pode contar com os apoios de sua esposa Maria Rosa, de sua mãe Sra. Marianne Eckes, amigos e sócios, que continuaram firmes, junto com Sr. Michael, ajudando os projetos no Brasil.
O rigor documental sempre fez parte dos procedimentos administrativos e de gestão da HNB, cujos dirigentes, de forma contínua, prezaram pela organização, regularidade e documentação de todos os convênios e ações, para a devida e transparente prestação de contas aos integrantes da rede de ajuda.
Para a realização dos convênios de instituições com a HNB, os procedimentos realizados são a submissão de projeto para análise prévia, verificação da regularidade documental, avaliação, entrevista e prestação de contas. Mas o grande pré-requisito básico para a realização dos convênios, é o reconhecimento da comunidade quanto à seriedade da instituição.
Para os doadores, a HNB apresenta relatórios detalhados contendo o descritivo de todos os projetos ajudados, planilhas financeiras anualmente.
Com o avanço dos trabalhos, em 2004, a AIAM começou a funcionar também como creche e pré-escola e, por orientação do órgão judicial responsável pela Infância e Juventude, o atendimento de crianças e adolescentes em situação de risco social como abrigo, educação e intervenção pedagógica no retorno à família, foi realizado até o ano de 2012.
A partir de então, a AIAM atualizou sua missão para continuar o atendimento aos menores, exclusivamente voltada para a Educação Infantil enquanto Creche e Pré-Escola de Escola conveniada à Secretaria de Educação do Município de Ilhéus.
De 2007 em diante, 12 projetos foram conveniados, ao mesmo tempo em que 3000 pessoas foram ajudadas por meio dessas iniciativas. Entre elas, 27 famílias de pequenos produtores estabelecidos na zona rural da cidade de Uruçuca-BA. Por meio do projeto Água Para Desenvolver, a Associação dos Pequenos Produtores de Serra Grande foi apoiada pela HNB para captar e distribuir água para as famílias, com a finalidade de extinguir a falta de água e o comprometimento da produção agrícola.
Outros projetos também marcaram a trajetória da Human Network do Brasil, com o Projeto Bom Pastor e Educandário Dona Cordolina Loup Reis.
Este primeiro, atuava como regime de creche, com educação infantil, alfabetização e reforço escolar, atendendo um público com faixa etária de 3 a 14 anos.
O segundo projeto, administrado pela Congregação Nossa Senhora dos Humildes, de Salvador, Educandário Dona Cordolina Loup Reis, foi fundado em 1956 pela Irmã Catarina, e funcionava na rodovia Jorge Amado, BR 415, km 22, com a administração de freiras e tendo a educação como missão social.
Inicialmente, o Educandário funcionou como abrigo para meninas, de 5 a 12 anos, em regime de internato com educação formal, e, depois, atendeu alunos de 3 a 8 anos de idade, da educação infantil à 4ª série, já tendo beneficiado uma média de 80 alunos por ano letivo.
Para o Instituto Nossa Senhora da Piedade, a HNB contribuiu com o projeto “O Corpo Fala”, voltado para crianças com deficiência auditiva, alunas da Escola Santa Ângela.
Uma iniciativa social importante para apoiar mulheres vulneráveis, foi o projeto Libélula, da Associação das Mulheres do Bairro Santo Antônio. A HNB contribuiu com ajudas para as ofertas de assistências psicossocial, jurídica, ginecológica e de prevenção para jovens mulheres, adolescentes e crianças, de 10 a 17 anos, na cidade de Itacaré, na Bahia.
A HNB também apoiou a Associação Pedagógica Dendê da Serra, uma escola voltada para a educação de crianças residentes na comunidade de Serra Grande, município de Uruçuca-BA. A ajuda foi destinada para a manutenção das aulas de música que integram o cronograma de atividades da escola.
Em 2008, a HNB firmou uma importante parceria com a Bit Shop Indústria Comércio Exportação e Importação – BITWAY, que doou computadores para apoiar os alunos do Centro Profissionalizante. Este também foi o ano que de Promoção Feminino Dom Bosco se tornou o novo Centro Profissionalizante Human Network do Brasil.
A parceria com o SENAC permaneceu consolidada em 2008, enquanto o critério de matrícula nos cursos passou a estar voltado para jovens e pessoas acima dos 18 anos, que possuem o Ensino Fundamental Completo. A nova configuração da escola profissionalizante foi feita também para evitar a ociosidade e vulnerabilidade social dos jovens recém-saídos da educação básica, também com o firme propósito de ofertar a formação profissional.
Para além da parceria com o SENAC, a Human Network do Brasil também promoveu cursos próprios, ampliando a oferta de capacitação dos cursos profissionalizantes habitualmente oferecidos, dessa vez não mais apenas restrito para mulheres, mas para pessoas de ambos os sexos.
Por quase duas décadas, dezenas de moças e, às vezes, rapazes, adentraram o colorido prédio da HNB, na rua mais procurada por turistas, para lá costurarem sonhos, objetivos e técnicas na perspectiva de um futuro melhor.
Na Rua Antônio Lavigne de Lemos, Quarteirão Jorge Amado, no Centro histórico de Ilhéus, a sede da HNB ganhou cores vibrantes que não significariam tanto se não fossem as cores humanas, pessoas que deram tanta vida ao modesto prédio.
O colorido do laranja vibrante harmonizado com o amarelo e branco do imóvel, trouxeram à passarela histórica, que liga a Igreja São Jorge à Catedral de São Sebastião, tons marcantes e consolidados de um cenário urbano, e que, com o céu azul anil, complementaram o plano de fundo da paisagem, colorindo a vida das pessoas para imprimir sonhos em realização.
Ao longo dos anos foram realizados no Centro Profissionalizante HNB cursos e oficinas como na área de culinária (doces finos, salgados para coquetéis, confecção de bolos confeitados, tortas doces e salgadas, salgados comerciais, trufas, forno e fogão, ceias natalinas, sopas e caldos), costura (confecção em malha, moda praia, confecção de bolsas), cabeleireiro (corte e escova, colorimetria, tratamentos etc), estética (limpeza de pele, design em sobrancelhas, maquiagem, depilação), manicure e pedicure.
Por meio de uma equipe de colaboradores comprometidos com o valor da cooperação e o objetivo maior da instituição, que é transformar vidas, a HNB renovou ao longo dos anos sua missão em fomentar ações que possibilitasssem a construção de uma história diferente e melhor para as pessoas em busca de um futuro próspero, através da profissionalização.
A estrutura do prédio do Centro de Profissionalização da HNB é composta por uma recepção, duas salas administrativas, duas salas de costura com cinco máquinas do tipo zig zag, cinco do tipo overlock e um ganeleira, um amplo salão para cabelos, duas salas de gestão, uma sala de estética, uma sala de reuniões, além de uma cozinha completa, sete banheiros e um depósito.
Cada sala possui capacidade para atender de 15 a 20 pessoas por turno, podendo-se chegar a até 30 pessoas ao dia.
O Centro Profissionalizante se alargou todos os dias, como um coração pulsante e acolhedor, à medida que recebeu outros corações em busca de oxigênio na vida socioprofissional.
Seguindo chronos: De 2009 em diante
Mesmo com os desafios da crise econômica mundial continuada em 2009, a HNB permaneceu fiel ao exercício dos trabalhos sociais, embora com um aporte menor de recursos, conseguindo continuar o apoio a 6 projetos. Uma média de 2500 pessoas pobres, entre crianças, jovens e adultos foram ajudados neste ano.
Em 2010, outra iniciativa de grande relevância foi firmada. O Banco do Brasil, por meio da iniciativa Programa Adolescente Trabalhador, na parceria com a HNB, capacitou e empregou jovens aprendizes, de 15 e 16 anos, numa jornada de 4 horas diárias. Além de receberem uma remuneração de 1 salário mínimo nacional e vale alimentação, os jovens inscritos no programa também foram contemplados com vale transporte e plano de saúde.
No ano de 2011, assim como em 2010, 5 projetos continuaram a ser apoiados pela rede, com cerca de 2.200 crianças, jovens e adultos carentes beneficiados pelas iniciativas.
Os horizontes para a ajuda humanitária na Bahia voltaram a se expandir aos poucos, na medida em que convênios com novos projetos, em relação aos anos anteriores, passaram a ser celebrados com a rede de ajuda HNB.
Em 2012, 8 iniciativas sociais foram apoiadas e cerca de 1000 pessoas carentes beneficiadas, inclusive as crianças da Creche São Francisco de Assis, localizada no bairro Teotônio Vilela, que tiveram a melhoria do atendimento oferecido com a reforma completa das instalações com a ajuda da HNB em parceria com o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado.
Em 2012, a Diocese de Ilhéus foi auxiliada na construção da Capelania São Paulo Apóstolo, cujo trabalho social, desenvolvido no bairro Princesa Isabel, já precediam ações de ajuda humanitária à pessoas carentes ao longo de sua história, preservada nas ações atuais.
Um parêntese para a Paróquia São Paulo Apóstolo, veterana em trabalhos sociais
Com a finalidade de erguer as novas bases do prédio da então Capelania São Paulo Apóstolo, a HNB destinou as primeiras ajudas para a Diocese de Ilhéus, em 2012. Os recursos financeiros continuaram a ser destinados em 2013, também para construir salas para a realização de cursos profissionalizantes, com a finalidade de atender a comunidade carente do bairro Princesa Isabel, tornando-se ponto de referência para os fiéis e visitantes.
Mas até que todas as bases dessa construção fossem erguidas, uma trajetória que nasce no seio de uma comunidade, foi construída.
Foi no ano de 1976, que a história da nova Paróquia de São Paulo Apóstolo começou. Um grupo de pessoas, em santas missões, se reunia na rua do bairro Princesa Isabel para fazer círculos bíblicos. Santas missões, estas, diretamente ligadas à iniciativas de ajuda humanitária à pessoas de rua e famílias pobres, para captação e doações de alimentos.
Depois, os encontros passaram a ser realizados em um barracão, construído no espaço onde hoje está edificado o prédio da Igreja, e, em seguida, pouco a pouco, foi sendo construída uma capela de tijolinhos.
“No começo, era só um sonho. Quando tinha chuva, caiam as paredes, o telhado, e a comunidade fazia a vaquinha e reconstruía. Na época da construção, fomos para a sede da Igreja provisória, uma casa onde o Padre Cristo nasceu e foi criado, o que foi bastante gratificante. E o Padre Cristo sempre ali, buscando ajuda com a simplicidade e carisma que tem”, relembrou uma moradora do bairro Princesa Isabel, e fiel católica, Eliene dos Anjos. Ela comentou que a transformação da capelania São Paulo Apóstolo em Paróquia é uma realização de cada cristão que acompanhou o passo a passo da luta do Padre Cristo e dos Padres antecessores.
Ilheense, nascido e criado na Avenida Princesa Isabel, hoje (2021), com 65 anos de idade e 35 anos de sacerdócio, cuja ordenação realizou-se em 1º de setembro de 1985, o Padre Cristo, como é chamado, na transição de Capelão à posse como Pároco, emocionado, lembrou, durante a celebração eucarística, o momento de como se iniciou a construção das primeiras bases da Igreja e os desafios enfrentados na reconstrução do prédio.
Foi também junto ao Padre Cristo, só que em um momento anterior, que a Human Network do Brasil auxiliou na ampliação e reforma da Paróquia de Santa Terezinha, situada no bairro Esperança, em Ilhéus. A comunidade passou a poder contar com uma Paróquia nova e com mais espaço para uso dos grupos religiosos e trabalhos sociais.
Era por uma porta estreita, passando por um corredor, por onde a comunidade da Capelania São Paulo Apóstolo entrava para as reuniões religiosas no espaço provisório, próximo à subida da ponte para o Pontal, num local conhecido como Ponta da Pedra.
Em torno de 100 pessoas se agrupavam e eram acolhidas num lugar bastante pequeno para as missas, celebradas pelo Padre José Cristo, enquanto a sede da Capelania estava em reforma com a ajuda da HNB.
A amizade entre o fundador da HNB, Michael Eckes, e o Padre Cristo, fortaleceu a nobre tarefa de reerguer as bases do novo prédio daquela que já foi Capela, Capelania e hoje tornou-se uma legítima Paróquia, sob a chancela de São Paulo Apóstolo.
A Capelania ganhou um novo visual, moderno, arejado, com um belo jardim, compondo um espaço acolhedor.
A reforma, conduzida pela arquiteta Simone Flores, autora do projeto, foi orientada também com as mãos de engenheiros e de todos os operários na construção do novo prédio. O projeto executado seguiu a norma da Igreja, com o presbitério, formado pela pia batismal, a mesa da palavra, a mesa do altar da Eucaristia e a capela do Santíssimo Sacramento.
A parte administrativa tem 4 salas, com a secretaria paroquial, a sacristia, o gabinete pastoral e o arquivo do dízimo, além de quatro banheiros, sendo um banheiro masculino, um feminino, um para cadeirantes e o banheiro da administração.
Os antigos tijolinhos originais foram preservados trazendo um visual rústico. Também foi feito um auditório, três salas para cursos, espaço dos músicos e uma quitinete para visitas pastorais.
Foi na abertura do novenário da Festa de São Paulo Apóstolo que a então Capelania abriu suas portas para a comunidade cristã, em 16 de janeiro de 2014, momento em que as missas passaram a ser celebradas na sede oficial, pelo Padre José Cristo.
O pároco explica que todas as pessoas que se envolvem nas pastorais da Paróquia, são voluntárias. “Desenvolvemos um trabalho social com o grupo São Lucas há muitos anos, que é o projeto da partilha, acompanhando 30 famílias cadastradas, com formação dessas famílias de 15 em 15 dias e entrega mensal de cesta básica. Outros grupos também foram formados com a criação da Pastoral Familiar e a Pastoral Litúrgica, que são fundamentais para o nosso trabalho missionário”.
O sacerdote também destacou o aumento da procura para a realização de casamentos na então Capelania, principalmente depois da reforma. “Temos costume de celebrar mais de um casamento no mesmo dia”, afirmou.
“Agradecemos a todas as pessoas da comunidade que contribuíram para esta reforma e aos patrocinadores alemães, nas pessoas de Sr. Michael Eckes, Maria Rosa e amigos da rede de apoio HNB, que enxergam no trabalho da Igreja, o desenvolvimento social e comunitário”, declarou o Padre Cristo.
É com a formação que a Paróquia São Paulo Apóstolo está focada, de acordo com o Padre Cristo. Os cursos de catequese, grupo de jovens, turma de iniciação cristã para os adultos que não receberam os sacramentos, estudos de formação permanente, preparação para a crisma e perseverança, são realizados na sede.
O momento em que a Capelania passou para o status de Paróquia, também foi muito marcante. Na ensolarada manhã do domingo de 12 de janeiro de 2020, comunidades participaram em Ilhéus de uma missa solene para a esperada instalação canônica da Paróquia de São Paulo Apóstolo, na Avenida Princesa Isabel. Também foi neste dia em que tomou posse, como pároco, o Padre José Alvino de Cristo, o Padre Cristo.
Com celebração festiva, a missa, presidida pelo bispo da Diocese de Ilhéus, Dom Mauro Montagnoli, contou com a presença de padres, diácono, fiéis, representantes do governo municipal e pessoas das comunidades.
A nova Igreja de São Paulo Apóstolo da Avenida Princesa Isabel, antes capela e, até então, Capelania pertencente à Paróquia Santa Rita há dez anos, atualmente possui o status de Paróquia, conferido pela leitura do decreto episcopal de número 3002 de 2 de janeiro de 2020, durante a missa.
A Paróquia de São Paulo Apóstolo passou a ser a Igreja Matriz não só da comunidade da Princesa Isabel, mas também da comunidade dos Carilos, da Capela de São Frei Galvão, situada no Alto da Conquista, e da comunidade da Avenida Esperança, da Capela de São Lucas, na Rua Luiz Gama, ambas antes pertencentes à Paroquia Santa Rita e Paróquia de Santa Terezinha.
“Essa é uma Igreja para acolher a todos, missionária. A Igreja se constrói com seu povo feliz. O quanto esperei, trabalhei e rezei por isso aqui. Vontade de sair abraçando todos”, disse emocionado o padre Cristo durante a missa solene.
Ações em curso...
Outro importante projeto em 2012 que a HNB apoiou foi o I Passeio Ciclístico do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado. Uma iniciativa que reúne pessoas anualmente para arrecadar recursos para ajudar projetos sociais.
No ano seguinte, em 2013, 1.192 pessoas foram atendidas nos 7 projetos de instituições conveniadas. As doações destinadas para a Human Network do Brasil, em 2013, possibilitaram ajudar a AIAM, a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, o Projeto Bom Pastor, a Diocese de Ilhéus - Capelania São Paulo Apóstolo e a Creche São Francisco de Assis, esta, por meio do patrocínio do Passeio Ciclístico promovido pelo Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado.
O Centro Profissionalizante HNB juntamente com a Escola Profissionalizante Dom Bosco, matricularam 804 pessoas em 2013, para a profissionalização em diversas áreas comerciais.
A Human Network do Brasil, em março de 2013, realizou um encontro na Academia de Letras de Ilhéus, para apresentar as atividades realizadas pela instituição, os projetos apoiados e os resultados alcançados.
A outra finalidade da iniciativa, foi levar a conhecimento da sociedade civil organizada e representantes do poder público a situação judicial enfrentada pela ONG em relação ao terreno adquirido pela HNB para uso do projeto social Escolinha de Futebol Os Meninos de Ilhéus.
Após a HNB utilizar o terreno por meio do projeto social voltado para atividades desportivas, por quatro anos consecutivos depois da conclusão da construção do centro esportivo, a partir de 2009, a HNB, os alunos do projeto e os dirigentes foram seriamente surpreendidos com uma medida judicial que impactou seriamente a atividade do projeto no imóvel.
A execução de um mandado de reintegração de posse interviu na posse da HNB sobre o terreno, adquirido depois de 7 anos de posse, domínio, uso e integral gozo da propriedade. Isso foi levado a conhecimento público, em Ilhéus.
Foi em fevereiro de 2009 que a 1ª Vara Cível de Ilhéus expediu um mandado de Reintegração de Posse nos autos de um processo judicial em favor da INCON Industrialização da Construção S/A, autora de uma ação contra mais de trinta pessoas por “invasão coletiva” em parte de uma propriedade da empresa.
Ao invés de atuar sobre a área legítima do processo em questão, a 1ª Vara Cível de Ilhéus retirou a posse da HNB sobre o terreno do campo de futebol, da qual é proprietária. Sem ser parte no processo e em nada ter o seu terreno a ver com a execução da reintegração de posse, a HNB ajuizou uma ação de embargo de terceiro no mesmo dia do esbulho para reaver a posse do imóvel, destinado para uso do projeto social e atendimento à mais de 300 crianças e jovens carentes.
No entanto, o juízo da 1ª Vara Cível de Ilhéus não se manifestou sobre a ação de embargo de terceiro ajuizada pela HNB, e esta, apresentou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), uma queixa no ano de 2013 pela demora de pronunciamento da referida 1ª Vara Cível de Ilhéus.
De acordo com o professor e coordenador do projeto, Sr. Luís, “por duas vezes fomos surpreendidos por Oficiais de Justiça com mandados de Reintegração de Posse no imóvel. A primeira vez ocorreu em 2008. O mandado foi cumprido com a presença da polícia, no momento em que as crianças desenvolviam as atividades de treino. Eles iam derrubar o prédio com trator, mas isso não aconteceu porque familiares dos alunos fecharam a rua com uma mobilização pacífica. Fomos obrigados a sair. As crianças ficaram assustadas. Foi um trauma para todos nós”, relembra.
O advogado da HNB ajuizou medidas para reverter o quadro, e obteve êxito mediante as provas favoráveis à instituição, apresentadas à época.
“Na segunda vez, por um Oficial de Justiça com outro mandado de Reintegração de Posse, nós, diretores do projeto, tivemos que entregar novamente o Centro Esportivo. Comunicamos à HNB e ao advogado. Foi um clima muito tenso, só quem viveu para saber”, lamentou o coordenador do projeto, Sr. Luís.
De acordo com o Advogado Lélio Furtado Jr., “as medidas jurídicas adotadas apontam sempre no objetivo principal de comprovar que o terreno pertence, sem qualquer dúvida, à Human Network do Brasil. O trabalho de peticionamento contínuo e paralisação na movimentação regular dos autos levou a diretoria a solicitar a elaboração de uma queixa junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à Corregedoria do Tribunal de Justiça da Bahia”.
Após forte atuação da assessoria de comunicação da HNB com denúncia da situação de injustiça que prejudicou a instituição e os alunos do projeto, diversos veículos de comunicação noticiaram o ocorrido e seguimentos da sociedade civil se manifestaram em favor da HNB. No dia 10 de abril de 2013, uma rede de televisão local, a TV Santa Cruz, no programa Jornal da Manhã, denunciou o fato regionalmente com uma reportagem, onde o advogado foi entrevistado.
A HNB se pronunciou também em programas de rádio da cidade com entrevista na rádio Conquista FM, onde entidades civis locais como o Instituto Nossa Ilhéus, a Câmara Municipal e a Ordem dos Advogados do Brasil se manifestaram em prol da HNB.
Os diretores e amigos da HNB, assim como os alunos e equipe da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, esperam com muita ansiedade que a justiça seja promovida, a fim de que os treinos de futebol voltem a acontecer o quanto antes no Centro Esportivo, como é o direito dos 350 alunos que um dia foram beneficiados durante o auge de quatro maravilhosos anos de atividades plenas nessa estrutura.
Jovens que passaram pela escolinha, hoje estão formados em áreas como engenharia e educação física, na busca de desenvolvimento e crescimento profissional.
As aulas de futebol da Escolinha, enquanto não é resolvida a situação jurídica do Centro de Esportes, têm acontecido no campo provisório e improvisado na Avenida Litorânea, bairro do Malhado, e na quadra do Centro Social Urbano do bairro Barra de Itaípe.
Com o financiamento integral da HNB, a Escolinha oferece aulas gratuitas de futebol, fornecendo materiais como uniformes, luva, bolas, rede, cone, lanches e o custeio dos monitores dos treinos.
No mês de abril de 2013, os dirigentes Michael Eckes e Maria Rosa realizaram a entrega dos uniformes doados por representantes do time FSV Mainz 05, da Alemanha, para os alunos da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus. As crianças e jovens assistidos no projeto receberam os presentes com muita alegria, ao lado do coordenador Sr. Luís Lima. “É uma grande satisfação ver o entusiasmo desses jovens. A atenção que é dada pela rede de doadores da HNB realmente é transformada em desenvolvimento para as nossas crianças, que encontram através das condições oferecidas para a prática esportiva, a chance de se tornarem cidadãos de bem".
Nos dias atuais, a Escolinha continua a realizar suas atividades no campo da Avenida Litorânea Norte, bairro do Malhado, com cerca de 80 alunos de 7 a 17 anos. Os treinos acontecem todas as semanas, às terças e quintas, no período da manhã e da tarde, e pela manhã dos sábados.
A espera de dias melhores e do brilho nos olhos destes pequenos grandes humanos de treinar no Centro Esportivo adequado, renova um sonho que um dia já foi vivido. Aqueles que correm e brincam com a bola nos pés, perfazem a esperança nos dias de hoje, para a reintegração da posse do terreno do Centro Esportivo.
A Escolinha, pelo esporte, leva, os Meninos de Ilhéus, para o cosmos, a transpor as dificuldades do dia a dia, no empenho de cada gol, para ser humano e melhor.
De 2014, para frente...
No ano seguinte, em 2014, foram firmados convênios para ajuda à quatro projetos sociais, ao tempo em que duas doações avulsas foram realizadas para ações sociais, somando-se seis iniciativas apoiadas, com a AIAM, Projeto Bom Pastor, Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Organização de Cidadania de Integração Comunitária, Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado e Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus.
No Centro Profissionalizante da Human Network do Brasil em parceria com o SENAC, 665 matrículas foram realizadas em 2014, para a capacitação de pessoas de baixa renda em diversos tipos de cursos e oficinas.
Neste ano, na AIAM, seminários de formação foram realizados para as diretoras, coordenadoras e professoras das Escolas Conveniadas da educação municipal de Ilhéus. A instituição cedeu espaço para um encontro de formação realizado no mês de abril, promovido pela secretaria municipal de educação com mesa redonda, palestras e oficinas, e participação de pelo menos 60 pessoas.
Com o tema “O Brincar: Espaço e Tempo na Infância”, o evento foi marcado por palestras e oficinas. Foi trabalhado o olhar das diretrizes curriculares nacionais sobre a interação e o brincar, sobre brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar.
“Escolhemos o tema “O Brincar Espaço e Tempo na Infância” porque não podemos perder de vista que o brincar é constitutivo e inerente à criança, permeia todas as linguagens e aprendizagens. É no brincar que a criança vai dar conta do aprender para desenvolver habilidades e competências que vão guiar ela na vida futura. Temos esse olhar especial também para a interação com o outro, o colega, o espaço físico, o adulto, em que se vai construindo conceitos e se constituindo uma pessoa consciente. Esse olhar é respaldado por estudos que fundamentam essa prática”, explicou a então diretora das escolas conveniadas, Soraia Ferreira.
“São instituições filantrópicas conveniadas com a Secretaria de Educação que atuam em parceria com o município, em que têm a Escola também como trabalho, entre outros projetos como de música, de dança, de formação profissional etc”, explicou a diretora, que também agradeceu à Escola Dom Bosco e à Human Network do Brasil pela disponibilização do espaço e estrutura.
Ainda no mesmo ano, os alunos da Escola São João Bosco receberam doações de materiais escolares por iniciativa do casal Rita Tavares e Martin Gester. “Normalmente, os pais não compram materiais escolares como lápis, hidrocor, livros de desenho, e ninguém doa estas coisas. As pessoas gostam mais de dar alimentos, roupas etc. Então a ideia surgiu quando falei com Maria Rosa Oliveira, presidente da Human Network do Brasil, para saber o que as crianças da Escola estavam precisando, e ela sugeriu esses materiais”, explicou a doadora Rita Gester.
Em parceria com a HNB, a AIAM recebe atividades realizadas pelos Clubs do Rotary Ilhéus Jorge Amado, Rotaract e Interact, através da disponibilização do espaço da Escola para eventos, reuniões e palestras.
Assim é, que em 2018, o Interact reuniu 60 jovens de diversos municípios da Bahia e promoveu palestras sobre liderança, no espaço da Escola São João Bosco com o apoio da família rotária de Ilhéus.
No mês de agosto de 2014, outra ação importante foi realizada com a ajuda da Human Network do Brasil, o VI Festival de Tortas promovido pelo Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado. A ação foi realizada no Iate Clube de Ilhéus, onde um público de aproximadamente 380 pessoas, como empresários, rotaractianos e interactianos, amigos do Rotary, a imprensa e familiares, participaram da iniciativa beneficente.
Marcado pelo caráter filantrópico, o Festival de Tortas tornou-se tradição no Club de Ilhéus Jorge Amado em 2007, quando a primeira edição foi realizada. A iniciativa tem por finalidade apoiar projetos e ações sociais. Nesta sexta edição, de acordo com informações da vice-presidente do club e membro da HNB, France Anne Lopes Gois Nolasco, os recursos arrecadados no VI Festival de Tortas foram destinados para atender a comunidade do Rio do Engenho, com iniciativa voltada para educação.
Ao final de 2014, a Human Network do Brasil promoveu um encontro com os colaboradores da escola de profissionalização e amigos da instituição, no dia 25 de novembro no Iate Clube de Ilhéus. Diretoria, parceiros, profissionais do Centro Profissionalizante, amigos, funcionários, colaboradores, coordenação pedagógica e professores da Escola Dom Bosco estiveram presentes na ocasião de um jantar.
O então presidente da HNB, José Brandt, destacou a importância dos trabalhos sociais desenvolvidos há 15 anos pela Human Network do Brasil em Ilhéus. O fundador Michael Eckes, na ocasião, abordou sobre a profissionalização na Alemanha e a importância deste meio educacional ser fomentado no Brasil.
“Na Alemanha, se a pessoa não quiser concluir os estudos formais, no seguimento de uma educação acadêmica, esta pessoa é direcionada pelo estado a uma formação profissionalizante, como meio de formação para o trabalho e desenvolvimento”, destacou o fundador, que reconhece a importância destas ações sociais desenvolvidas em Ilhéus pela Human Network do Brasil, com o oferecimento de cursos em parceria com o SENAC.
Os alunos e as instrutoras reforçaram a necessidade da permanência de um centro profissionalizante em Ilhéus. “Se formos fazer um curso em um estabelecimento privado de forma tradicional, temos que despender um valor mensal muito alto, o que inviabiliza a nossa formação. Com a Human Network do Brasil, temos a chance de fazer um curso reconhecidamente de qualidade e a um custo significativamente muito abaixo do que os que encontramos no mercado”, informou uma aluna do curso de costura, na companhia da professora Sales Barreto.
O conselheiro Thadeu Gonçalves também se pronunciou a respeito do fomento de ações educativas para a rede de pessoas ligadas à instituição, como palestras sobre a missão da organização, com o objetivo de fortalecer e informar acerca das atividades organizacionais, levando saberes e conhecimento em momentos integrativos.
No ano de 2015, foram apoiados quatro iniciativas sociais e mais sete doações avulsas realizadas, somando-se um total de onze projetos contemplados com a destinação de recursos, como a Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), Projeto Bom Pastor, Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Educandário Cordolina Loup Reis, Organização de Cidadania Integração Comunitária, Comunidade Taizé de Alagoinhas, Capelania São Paulo Apóstolo, Associação Novo Céu de Cristãos Católicos, Rotary Club de Ilhéus e Instituto Floresta Viva, Associação do Distrito 4550. Dentre estes, novos projetos passaram a ser atendidos pela rede HNB em 2015, como a Associação Novo Céu de Cristãos Católicos e o Instituto Floresta Viva.
No Centro Profissionalizante da Human Network do Brasil, em 2015 foram matriculadas 542 pessoas em diversos tipos de cursos e oficinas.
Os trabalhos em parceria com o Rotary Club Jorge Amado, caminhavam numa crescente intensificação. Um café da manhã em maio de 2015, na Casa de Apoio Dom Eduardo, realizado pelo club de serviço, selava essa relação de amizade e cooperação. A Human Network do Brasil participou da iniciativa que apresentou aos representantes das empresas patrocinadoras e apoiadores do III Passeio Ciclístico de 2014, as benfeitorias sociais realizadas na Casa de Apoio e no Abrigo Renascer, resultantes da arrecadação do evento esportivo.
Na Casa de Apoio Dom Eduardo, foi realizada a reforma na parte elétrica, hidráulica, reparo do telhado, correção de infiltrações e pintura.
Já a segunda instituição beneficiada, o Abrigo Renascer, contou com reparos em portas e janelas e pinturas em cômodos de uso comum e internos da entidade. Estas ações foram possíveis com a arrecadação do III Passeio Ciclístico do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, realizado em Ilhéus no ano anterior.
Neste mesmo mês de maio de 2015, a Escola São João Bosco (AIAM) ganhou um novo parque e o pátio, novas cores, as do Brasil, em verde, amarelo e azul. O novo visual chegou por meio da solicitação que a AIAM fez à HNB para a pintura do pátio e reforma do parque.
A professora Iacitara Simas disse que as crianças amaram a nova pintura. “Quando viram a mudança, correram de um lado para o outro pelo pátio, para todos os lugares ao mesmo tempo, com muita alegria. Tudo o que acontece de novo aqui na Escola, as crianças amam”, relatou e agradeceu pela benfeitoria.
Outro importante evento que a Human Network do Brasil participou, foi a 58ª Conferência Distrital 4550 do Rotary da Bahia, realizada no Canabrava Resort, de 30 de abril a 3 de maio de 2015. Se fizeram presentes o então presidente da HNB, José Brandt, e a então diretora financeira, Maria Rosa.
A instituição, que a apoiou o evento, apresentou para o público de empresários e rotarianos, as atividades sociais realizadas há 15 anos, por meio da exibição de banners, flyers e networks.
Na ocasião de apresentação ao público, a diretora financeira Maria Rosa destacou os projetos voltados para a profissionalização de pessoas através da parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), e os diversos treinamentos nas áreas comerciais oferecidos pela HNB.
O presidente José Brandt, voltado para a perspectiva do empreendedorismo social, apresentou quatro mini-projetos para captação de pessoas e empresas doadoras, para subsídio direto aos alunos apoiados pela instituição.
Em julho do mesmo ano, o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado reconheceu a HNB como um instituição solidária, na solenidade de posse de nova diretoria do club, pelo patrocínio aos eventos do Festival de Tortas e Passeio Ciclístico, apoiado anualmente pela ONG.
Novo Céu, novas crianças
Foi no ano de 2015 que a HNB passou a apoiar a Associação Novo Céu de Cristãos Católicos, projeto conhecido como Comunidade Novo Céu. Por meio de trabalhos voluntários de uma equipe composta por 12 pessoas, o projeto realiza ações humanitárias voltadas principalmente para a educação infantil.
Fundada em 2004, a Comunidade Novo Céu possui atividades voltadas para atender e ajudar crianças carentes de 3 a 6 anos, por meio do funcionamento de uma creche-escola de educação infantil, e famílias carentes.
Com sede situada na Rua Ovídio Leal, nº 340, Iguape, em Ilhéus, num imóvel cedido em comodato pela Diocese de Ilhéus, o projeto é coordenado pelo Sr. José Simão Duarte e foi idealizado pela Padre Giuseppe Bonomi.
Três projetos sociais são desenvolvidos pela Comunidade Novo Céu. A iniciativa “Creche Vida, Dignidade e Futuro” trabalha com as atividades da Escolinha Padre Giuseppe Bonomi com funcionamento no turno da manhã, das 8h às 11h30, e, à tarde, de 13h30 às 16h30, para crianças em situação de pobreza, moradoras de bairros como Iguape, São Miguel, São Domingos e Sítio Lídia.
Ações pedagógicas e planos de aulas são desenvolvidos ao longo do ano para a educação infantil, com datas e programações especiais como páscoa, dia do índio, dia da bandeira, festa junina, festa da criança, dia dos pais, dia das mães e festa de natal.
Com a ajuda da HNB, a Comunidade Novo Céu teve sua estrutura transformada com a reforma completa das salas de aula e ampliação, por meio da construção de novos espaços.
No ano de 2006, o projeto comportava apenas 20 alunos, e, com a reforma estrutural patrocinada pela HNB, a escola hoje tem capacidade de receber até 80 crianças de 3 a 5 anos.
Os investimentos da ONG viabilizaram a construção de cinco novas salas de aula, sanitários, uma videoteca, uma biblioteca, sala para atendimento psicológico e secretaria.
A comunidade também atua com o projeto “Ele está no meio de Nós”, cujo objetivo é identificar adolescentes em situação de risco ou que foram abandonados e trabalhar a pessoa, para evitar que ela se envolva com drogas e viva nas ruas.
A outra iniciativa do projeto Novo Céu é chamada “Famílias Restauradas”, em que se busca atender a pessoa que passa por dificuldades, dentro da família, dando dignidade para que possa se restaurar, se estabelecer como pessoa e cidadão, na família e na sociedade, caminhando com as próprias pernas.
Essa iniciativa prepara pessoas para ajudar outras no futuro, como agentes multiplicadores desta ação. Dentre algumas ações desenvolvidas estão orientações sociais, previdenciárias, levar a pessoa necessitada ao médico, fazer exames, a encontrar doações de cestas básicas, a procurar e encontrar um emprego etc.
O Projeto Novo Céu também realizou uma importante iniciativa em parceria com a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), para a proteção do meio ambiente e promoção da qualidade de vida de pessoas carentes.
Com o projeto de Mestrado em Ciência da UESC, os voluntários da Comunidade Novo Céu promoveram a conscientização de mães e crianças a respeito da importância dos tratamentos de água e esgoto, com o objetivo de alcançar todos os moradores da comunidade local.
Isto porque, a maioria dos canais de escoamento das residências desta localidade estão ligados diretamente ao mangue, com despejo dos dejetos diretamente no bioma, afetando, assim, o meio ambiente, a saúde e qualidade de vida das pessoas.
Por meio de oficinas, palestras e demonstrações técnicas, a iniciativa, no ano de 2018, mobilizou 35 mães dos alunos atendidos no projeto com a aprendizagem da construção de fossa asséptica, por meio da tecnologia social.
“As mães se envolveram diretamente com a iniciativa, onde puderam ter a oportunidade de construírem elas mesmas o equipamento da fossa asséptica”, explicou a Coordenadora Pedagógica da Escola, Letícia Barbosa, integrante da iniciativa por meio do seu projeto e grupo de estudo do mestrado em Ciência da UESC, há 4 anos.
De acordo com o coordenador da Comunidade Novo Céu, José Simão Duarte, “ao criarmos essa fossa asséptica com valor muito acessível, algo em torno de duzentos e setenta reais, é possibilitado às pessoas promover a preservação do meio ambiente. Com cada um fazendo a sua parte, melhora o todo. O grande objetivo desse projeto é sair dos muros da escola e alcançar as pessoas de todo o entorno. Estamos disponíveis a ajudar com orientações e iniciação de como fazer essa fossa”. Simão destacou ainda que a Escola está aberta a receber profissionais e instituições com experiência de desenvolvimento de palestras para promover educação ambiental.
Segundo o coordenador do projeto de extensão do mestrado em Ciência da UESC, Miguel Arcanjo, "destaco o empenho, colaboração e envolvimento das mães em se dedicarem a conhecer, na prática, esse processo". O projeto foi supervisionado pela professora doutora Simone Guele, do Departamento de Ciências Exatas, com a proposta de envolver a comunidade na aplicação prática da pesquisa, para sanar a demanda identificada como mais urgente, que é o escoamento de esgotos diretamente no manguezal.
A formação de pequenos mutirões para a limpeza das ruas, obtenção de recipientes para depósito de lixo, tem sido realizada para melhorar a condição de higiene e promoção de saúde no bairro.
O Instituto Floresta Viva e o Jardim Botânico de Serra Grande
A parceria da Human Network do Brasil com o Instituto Floresta Viva (IFV) surgiu do valor comum do presidente Rui Rocha, Engenheiro Agrônomo e professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), e dos dirigentes da HNB em favor do desenvolvimento sustentável e respeito à natureza.
Essa aproximação foi precedida por um estudo realizado em 1992 pelo Jardim Botânico de Nova York e a CEPLAC na Fazenda Caititu, situada ao lado do Parque Estadual da Serra do Conduru, a 41 km de Ilhéus e a cerca de 7 km de Serra Grande, sentido de Itacaré.
Por meio do estudo realizado, foram identificadas mais de 450 espécies de árvores em apenas 1 hectare na propriedade, batendo recorde mundial de biodiversidade da Mata Atlântica.
Comprada pelo fundador Michael Eckes, a Fazenda Caititu, com toda a exuberância ecológica que lhe é peculiar, ajudou a proteger a Mata Atlântica do Brasil uma vez que fundamentou o Decreto nº 750 de 1993, e, depois, a lei da Mata Atlântica, em 2006, sendo um marco de 27 anos de importância histórico-ambiental para o Brasil.
O fundador da HNB, Michael Eckes, conhecendo a necessidade de proteger o bioma da Mata Atlântica para as presentes e futuras gerações, conveniou o IFV à HNB para um projeto de reflorestamento de espécies de árvores nativas, incentivando a criação do Jardim Botânico de Serra Grande no município de Uruçuca, cidade onde está sediado o Instituto Floresta Viva.
Situado ao lado da Vila de Serra Grande, o IFV está inscrito em uma área de 12 hectares, com 6 hectares de floresta, cerca de 1500 árvores matrizes catalogadas e identificadas, além da multiplicação de plantas da região com produção regular de 50 mil mudas de árvores por ano, com 140 espécies diferentes de árvores da flora brasileira.
O Instituto realiza pesquisas, possui uma Escola da Floresta com formação de mateiros e guias locais, e uma pequena coleção de excicatas (amostra de plantas) com os herbários da Universidade Estadual Santa Cruz, Universidade Federal do Sul da Bahia e CEPLAC.
Conhecida por botânicos de todo o mundo, a região de Serra Grande compõe uma flora das mais biodiversas do planeta e também uma das últimas áreas de Mata Atlântica existentes no Brasil.
Na perspectiva da formação do Jardim Botânico de Serra Grande (JBSG), este propõe tornar a região um polo de valorização, irradiação e reverência da grande paisagem existente, numa área de abrangência compreendida pelo entorno da Vila de Serra Grande, principalmente entre o Rio Sargi e a barra do Rio Tijuípe – sendo o Parque Estadual Serra do Conduru, o coração – bem como o corredor ecológico Ilhéus-Itacaré, como fronteiras naturais de influência, na valorização da paisagem. O objetivo é o desenvolvimento de um território de cuidado, com irradiação e influência.
A ideia do projeto é que agricultores e proprietários de imóveis situados no corredor ecológico, ao visualizarem a paisagem botânica existente como una, se reconheçam como elos interconectados e partes do JBSG.
No ano de 2020, por meio do convênio com a HNB, o IFV realizou a arborização piloto da vila de Serra Grande e um jardim de árvores raras na entrada da fazenda Caititu, com 70 espécies de plantas distribuídas em 719 mudas, ao lado da BA 001. Pesquisas também foram realizadas para salvar 38 espécies ameaçadas do Sul da Bahia.
O projeto busca ser abraçado pela comunidade da Vila de Serra Grande, de modo a agregar conteúdos botânicos de educação ambiental, como placas de identificação de árvores temáticas nativas, no reflorestamento dos rios e de áreas degradadas da região, tratamento paisagístico dos três lagos situados em Serra Grande, melhoria em áreas como na entrada do Sargi e na região do posto de gasolina local.
Fundado no ano de 2003, o IFV, está voltado para estudos e pesquisas pautados na preservação da biodiversidade, com a missão de aliar a conservação da natureza ao desenvolvimento humano, por meio de programas e projetos que promovem e integram áreas protegidas, ecoturismo, sistemas agroflorestais de baixo impacto, formação educacional e cultural, bem-estar familiar e o cuidado ambiental local e regional.
Os trabalhos da instituição envolvem a conservação/restauração da natureza e o desenvolvimento sustentável local, priorizando resultados diretos na APA de Itacaré/Serra Grande, expandindo e trocando experiências com instituições no Sul, Baixo Sul e Extremo Sul da Bahia, no domínio da Mata Atlântica brasileira.
O IFV é membro do Conselho de Turismo e Meio Ambiente de Uruçuca, do Conselho de Meio Ambiente de Ilhéus, do Conselho da Cidade de Ilhéus, do Conselho Gestor da APA de Itacaré/Serra Grande, do Conselho Assessor da Sociedade Civil do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Conselho Gestor do Território Litoral Sul da Bahia, do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM) e Secretário Executivo do Conselho Gestor do Parque Estadual da Serra do Conduru - PESC.
De 2016, para frente...
Em 2016, a HNB firmou quatro convênios e realizou quatro doações avulsas com um total de oito projetos apoiados com os recursos destinados pelos doadores para a rede, como a Escola São João Bosco, da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Projeto Bom Pastor, a Associação Novo Céu de Cristãos Católicos, a Comundade Taizé de Alagoinhas, a Organização de Cidadania Integração Comunitária (Fortaleza - CE), a Associação Pedagógica Dendê da Serra e o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado.
Neste ano, 471 matrículas foram realizadas no Centro Profissionalizante da HNB, com a promoção de cursos e oficinas em diversas áreas comerciais, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
Neste mesmo ano, a Human Network do Brasil realizou uma homenagem à Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), pelos 51 anos de fundação, no dia 7 de dezembro de 2016, com o tema “Meio Século de História da Escola São João Bosco – Dignidade e Educação, Direitos da Criança”.
Foi realizado um Happy Hour com representantes da sociedade civil organizada de Ilhéus, amigos e a imprensa regional na sede da AIAM.
A homenagem foi realizada como um momento especial de reconhecimento pelos relevantes serviços prestados pela Escola São João Bosco, cujo exercício e foco institucional resguarda os direitos das crianças como educação, diversão, convivência familiar e comunitária.
“A criança vem sempre em primeiro lugar. Ao vermos a sociedade próxima de uma instituição como a nossa, está revelado o dever de cooperação da comunidade, em que há responsabilidade comum de todos na observância aos direitos da criança, como a liberdade, respeito e a dignidade no brincar, ferramentas para a preservação das integridades física e psíquica desta camada sensível da nossa sociedade", destacou a diretora Jussara Antunes.
Se fizeram presentes autoridades como a então deputada estadual Ângela Souza; o vice-prefeito representando o poder executivo municipal, Cacá Colchões; o secretário de educação, Paulo Moreira; os vereadores Makrise e Gil Gomes; representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA); diretores da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), a presidente Jussara Antunes e o vice-presidente Overland Santana; diretores da Human Network do Brasil, como o fundador Michael Eckes, a presidente Maria Rosa e o conselheiro Goca Moreno; os presidentes dos Clubes de Rotary, como o de Ilhéus Jorge Amado e o de Ilhéus, Silvana Tapioca e Erivaldo Batista Santos; os presidentes do Lions Centro e Pontal, Antônio Pereira acompanhado de sua esposa Maria Verônica, e Edson Souza e sua esposa; instrutores do Centro Profissionalizante Human Network do Brasil; representante da Comunidade Novo Céu de Cristãos Católicos, José Simão Duarte; o presidente da Associação da Escolinha de Esporte Os Meninos de Ilhéus, Luiz Lima; a vice-diretora e professoras da Escola São João Bosco; e amigos.
No ano de 2017, as doações destinadas à HNB possibilitaram ajuda à sete convênios com projetos sociais e seis doações avulsas, um total de treze projetos beneficiados com a destinação de recursos. Foram eles: a Escola São João Bosco, da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Projeto Bom Pastor, Associação Novo Céu de Católicos, Comunidade Taizé de Alagoinhas, a Associação Sul Brasileira de Educação e Ação Social (ACEAI), Associação Pedagógica Dendê da Serra, Associação Centro Educacional de Ação Social, Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, Capelania São Paulo Apóstolo, Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Instituto Floresta Viva.
A instituição, através do Centro Profissionalizante, realizou 397 matrículas para diversos cursos na área comercial em 2017, também em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
Na ocasião, a supervisora fez uma retrospectiva do ano de 2016 em relação aos cursos profissionalizantes e abordou sobre realidade do ano de 2017, em que houve aumento nas taxas dos cursos oferecidos em razão do contexto econômico do país.
“Representantes dos centros de unidade móvel, que atuam no interior, percebem a necessidade da capacitação das pessoas da comunidade, que carecem de capacitação, estudo e qualificação profissional. Então o SENAC está buscando junto a esses parceiros alternativas para que não deixem de ser ofertados os cursos e para que o nosso público possa ser beneficiado”, explicou a supervisora.
Em maio de 2017, a Human Network do Brasil foi homenageada na Escola São João Bosco (AIAM), pelo Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, juntamente com os demais patrocinadores do Passeio Ciclístico de 2016. Com o certificado de reconhecimento de empresa cidadã, a Human Network do Brasil cumpriu ações concretas de apoio, por meio do clube de serviço, à projetos voltados ao desenvolvimento humano.
O evento foi abrilhantado com a presença das crianças de 3 a 5 anos, alunos da Escola, e os voluntários da Casa de Apoio Dom Eduardo, beneficiados com as benfeitorias realizadas por meio dos recursos arrecadados no projeto do Passeio Ciclístico. As crianças fizeram uma linda apresentação de agradecimento a todos os visitantes e patrocinadores.
Na Escola São João Bosco, o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado criou uma sala de balé e realizou a reforma da sala de brinquedoteca e cinema, apresentando uma nova roupagem, com brinquedos, espaço de leitura, instrumentos para iniciação musical, equipamentos e espaço para cineminha, além do forro de pvc que foi inserido e a instalação de novas janelas.
Já na Casa de Apoio Dom Eduardo, que atende pacientes portadores de câncer, com a arrecadação dos recursos, foram doados utensílios como máquina de lavar e freezer, além de melhorias no espaço da casa.
A Presidente do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, à época, Silvana Tapioca, destacou o trabalho realizado como de “formiguinhas”. “Há ainda muito mais a ser feito. Mas quando nos integramos com um mesmo propósito, conseguimos realizar grandes coisas com a ajuda de empresas e amigos”.
Também destacamos o projeto da Associação Sul Brasileira de Educação e Assistência Social, da Casa da Criança Daniel Rebouças, a escola da então Obras Sociais de Nossa Senhora de Fátima, já detalhada em tópico anterior.
Já em 2018, os projetos financiados pela HNB foram a Escola São João Bosco, da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Projeto Bom Pastor, Associação Novo Céu de Católicos, Comunidade Taizé de Alagoinhas, Associação Sul Brasileira de Educação e Ação Social (ACEAI), Associação Pedagógica Dendê da Serra, Associação Centro Educacional de Ação Social, Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, além do projeto próprio do Centro Profissionalizante HNB.
A instituição, através do seu Centro Profissionalizante, projeto próprio e fundado para a promoção de oficinas e cursos, em 2018 realizou 333 matrículas para diversos cursos na área comercial, também em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
Aconteceu em julho de 2018 na AIAM, a posse para a gestão 2018-2019 do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, no espaço de eventos da instituição, que foi abraçada pelo club com a realização de melhorias estruturais, como reformas na sala de DVD, com equipamentos voltados para atividades como cinema, brincadeiras, incentivo à leitura; e a sala de dança, para desenvolvimento de oficinas extraclasse, com aulas de iniciação à música, capoeira e dança.
Já em agosto do mesmo ano, um grupo de dezoito europeus foram recebidos na Escola São João Bosco (AIAM) com apresentações de teatro, canto e exposição dos projetos. Dentre eles, alemães doadores da rede de ajuda da ONG, que contribuem com as iniciativas sociais apoiadas pela organização.
Com a tradução do fundador da HNB, Michael Eckes, os representantes dos projetos, Comunidade Novo Céu de Cristãos Católicos, e a Escolinha de Futebol Os Meninos de Ilhéus, puderam relatar suas atividades educacionais e sociais para conhecimento do grupo de europeus.
Os destaques desse importante dia para a filantropia ilheense, foram a alegria e emoção dos europeus quando recepcionados pelas crianças na escola, decorada com as cores da bandeira alemã e da bandeira do Brasil, com cantos de boas-vindas, muito entusiasmo e apresentações teatrais, o que deixou os visitantes muito gratos e felizes com a alegria das crianças brasileiras.
Também foram destaques, as histórias de superação de jovens que passaram pelo projeto da Escolinha de Futebol Os Meninos de Ilhéus, de jovens que se profissionalizaram, bem como aqueles que hoje estão no ensino superior, como o jovem Ruan, estudante de engenharia química e voluntário num projeto de pesquisa sobre o câncer.
A Human Network do Brasil, por meio da então presidente Maria Rosa Oliveira, em nome de todos os diretores e conselheiros, agradeceu a visita do grupo de doadores e colocou a instituição de portas abertas para novas visitas.
Em 2019, a Human Network do Brasil apoiou uma iniciativa do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado que trouxe palestras educativas para as mães dos alunos da Escola São João Bosc, na AIAM, em homenagem ao mês internacional da mulher.
A participação e diálogo entre os pais e os palestrantes foi preponderante no evento, que focou no tema da família e bem estar, com abordagem ligada às relações interpessoais familiares realizada pelo então presidente do club, professor, advogado, psicólogo e administrador de empresas, André Fonseca, e saúde e alimentação pela nutricionista Necy Rocha. Mas foram as temáticas sobre a violência contra a mulher (formas de evitar), lei Maria da Penha e feminicídio, trabalhadas pela advogada, vice-presidente da subseção da OAB de Ilhéus e rotariana, France Anne Nolasco, que mais gerou o diálogo do público, tanto de homens quanto de mulheres.
Ainda no mês de março de 2019, a Human Network do Brasil iniciou reformas e melhorias na área externa do imóvel, com intervenções em diversos ambientes para otimizar o uso dos espaços e de equipamentos existentes.
No caminho de entrada da escola, foram realizados, com a eliminação de buracos, a restauração e a construção de novas canaletas para o escoamento da água da chuva.
A sala de artes, que fica pouco antes da entrada do prédio da escola, foi totalmente reformada. Esse local se destina à realização de atividades artísticas dos alunos, como pintura, argila, mosaico, e outras que as professoras estipularem, como pinique ao ar livre. As mesas fixas de cimento que eram altas, foram rebaixadas para se adequarem à altura das crianças de 3 a 5 anos. Uma rampa de acesso, pia/lavatório com azulejos coloridos, pintura, reforma total da sala para armazenamento de materiais de artes e do banheiro, foram restaurados.
Na área recreativa, o parquinho de madeira também foi reformulado com o rebaixamento dos equipamentos, como o balanço, escorregadeira e gangorra. O piso redondo de alvenaria também foi melhorado, assim como foi feita a aplicação de gramado.
“O objetivo da Human Network do Brasil é que essa escola seja referência em ambiente educacional na região, revelando dignidade no pedagógico e na estrutura, para bem atender o público recebido, sejam as crianças, colaboradores, pais, professores ou amigos. É dever de todos cuidar do que se tem e tratar bem o lugar de educação, para que outras crianças no futuro também tenham a chance de receber uma escola com uma boa estrutura, preservada por todos que aqui aprenderam, ensinaram, ajudaram e trabalharam”, explicou a diretora Jussara Antunes.
Ainda no clima de benfeitorias, no mês seguinte, em abril, a Human Network do Brasil recebeu de doação do amigo Jorge Gabrielli, um parquinho com equipamentos sintéticos de recreação infantil como escorregadora, balanço e túnel, para uso das crianças da Escola São João Bosco.
Como forma de agradecimento pelo ato de solidariedade, o fundador Michael Eckes decidiu homenagear o doador com a construção da Pracinha Gabrielli em um terreno da Escola.
Os artistas e conselheiros da HNB, Goca Moreno e Edyta Fonseca, levaram cores e arte com a pintura de um grande mural, contribuindo para um espaço acolhedor e lúdico.
O planejamento do ambiente foi pensado nos mínimos detalhes, desde o acesso com rampa, construção de uma cerca de eucalipto rodeado de flores e arborização, gramado, painel artístico e bancos.
Neste mesmo mês de abril, o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado promoveu na Escola São João Bosco um dia especial dedicado à páscoa para os alunos de 3 a 5 anos. Uma tarde com sabor de chocolate e de muitas brincadeiras animou o dia das crianças, que receberam ovos de chocolate e saquinhos com machimelos.
Os rotarianos se envolveram diretamente no planejamento e realização de diversas atividades. “Escondemos 15 ovos em vários lugares da escola, mas por ser grande o espaço, colocamos patinhas marcadas no chão para ajudar as crianças a descobrir onde estavam escondidos os ovos. Fizemos pintura facial nelas, que também nos pintaram. Também teve coral com músicas ligadas à páscoa, corrida, pula-pula, trouxemos um coelho de verdade para eles brincarem, além de um lanche com muitos doces”, destacou a rotariana Edyta Fonseca.
O sorriso na face dos alunos traduziu o quanto pequenas ações de pessoas reunidas num mesmo e bom propósito, se refletem em grandes realizações, quando se põe em circulação a doação gratuita do amor, de uma para outra pessoa, não importando a idade.
Outra importante ação protagonizada pelo Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado junto à Escola São João Bosco, foi a doação de 120 novos fardamentos para as crianças matriculadas, fato ocorrido no final do mês de abril de 2019.
No segundo semestre deste ano, a AIAM, em parceria com a Associação Centro Educacional de Ação Integrada de Ilhéus, com o apoio da Human Network do Brasil e do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, realizou um curso de panificação para 43 pessoas, na cozinha da Escola São João Bosco.
As orientações ficaram por conta do instrutor voluntário, o cheff italiano Luigi Ambrosoni, trazido pela ACEAI, que além do pão italiano, ensinou outros tipos de massas como pão doce, pão de sal, focaccia salgada, focattia doce, pizza, biscoitinhos beijinhos, tracinhas, sonho, grisini etc. Realizaada de 3 a 18 de julho de 2019, essa oficina potencializou a função social e comunitária da escola, ao trazer mães e pais dos alunos para capacitação.
A entrega dos certificados foi marcada com linda e emocionante homenagem das crianças da Escola São João Bosco ao instrutor voluntário italiano, o cheff Luigi Ambrosone. Os alunos cantaram em agradecimento. Além da entrega de certificados, houve também recital de poema, degustação de massas.
No mês de setembro, o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, com o apoio da Human Network do Brasil e da AIAM, realizou uma capacitação para os pais e mães de alunos da Escola São João Bosco. Ministrado pelos professores André Fonseca e Armênio Moreira, o minicurso de relações interpessoais e atendimento ao público, teve como foco a qualificação para o comércio local, no oferecimento de informações e conhecimentos para um atendimento adequado e eficaz ao público em geral.
Vinte e quatro mulheres do Banco da Vitória participaram da formação, promovida no salão da Escola São João Bosco reformado pelo Rotary de Ilhéus Jorge Amado. Com um espaço para realização de palestras, cursos e eventos voltados para a educação por meio da parceria com o clube de serviço, a Escola São João Bosco está cada vez mais próxima com a comunidade local.
Anualmente, são atendidas uma média de 100 crianças carentes de 3 a 5 anos na AIAM, em turno integral, das 8h às 16h, com transporte escolar e alimentação com três refeições diárias, com exceção no período em que foi decretara a suspensão das atividades escolares em razão da pandemia de Covid-19.
Durante o funcionamento normal, as práticas semanais abrangem atividades recreativas e pedagógicas como produções artísticas, expressão corporal, linguagem oral e escrita, matemática, dança, música, higiene pessoal, literatura, sociabilidade, ambiente natural, exercícios individuais e grupais, conforme o planejamento escolar e a condução da direção, coordenação e atuação de 12 professoras.
Em diversos momentos, a Escola São João Bosco foi palco de ações pedagógicas, entre elas, dia da mulher, páscoa, festa junina, dia das crianças, homenagem aos professores, mostras culturais, cantatas natalinas e formatura.
Mutirões e parcerias na Escola de Profissionalização
Ao longo das atividades do Centro Profissionalizante, a HNB tem prestado serviços voluntários para instituições sociais com a promoção de mutirões, ajudando usuários assistidos por instituições como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus (APAE), o Abrigo São Vicente de Paulo, a Associação Centro Educacional de Ação Integrada (ACEAI) do Nossa Senhora da Vitória e a comunidade de pescadores e marisqueiras da Vila Mamoan.
Por meio de atividades práticas, as alunas matriculadas nos cursos profissionalizantes participaram de diversos mutirões ofertados pela HNB, beneficiando diretamente as pessoas atendidas em outros projetos em parceria com SENAC. Serviços como de cabelos, manicure e pedicure e design em sobrancelhas foram realizados para atendimento comunitário.
De acordo com uma instrutora profissional de manicure e pedicure da HNB, Edna Maria dos Santos (in memoriam), “esse trabalho é um resgate da dignidade. Porque têm pessoas que chegam como na APAE, que são atendidas e saem tão felizes, que procuram saber onde que elas podem aprender. Daí se percebe que o bem que você está levando faz mais bem à você que está doando do que à pessoa que está recebendo”.
Os mutirões eram realizados na etapa final da profissionalização, por dois dias, com as alunas já preparadas. “Eu percebi a necessidade das alunas aprenderem mais. Por isso, era necessário sair da zona de conforto do centro profissionalizante, para ir buscar o conhecimento nestes lugares, superando desafios no relacionamento interpessoal e lidando com situações diferentes”, disse a instrutora Edna.
Já no Abrigo São Vicente de Paulo, com cerca de 100 idosos abrigados, diversos voluntários prestaram serviços diversos, como os mutirões de beleza da Human Network do Brasil. Alunos de cursos como o de cabeleireiro, prestavam serviços para os idosos do abrigo, proporcionando dignidade e melhoria da qualidade de vida. “Foi uma boa caridade para todo mundo, uma ação de coração, as coisas foram feitas com vontade. Muita gente como eu estava precisando, ir ao salão. Foi bom demais pra mim, muito obrigada”, agradeceu Dona Joana, de 65 anos.
Érica de Jesus Varjão foi voluntária em ações com crianças, e com a HNB foi a primeira vez que realizou um curso profissionalizante. Aluna do curso de cabeleireira, Érica afirmou que durante sua experiência no Abrigo, “foi muito boa a aprendizagem. Nós temos que servir as pessoas humildes que precisam, o próximo, para sermos servidos”, disse.
A instrutora do curso de cabeleireira, Elivane Viana, reconhece a dedicação de suas alunas. “Este trabalho de serviço à comunidade envolve muito o lado emocional. Muitos idosos inicialmente apresentam algum tipo de resistência, mas com o envolvimento são convencidos e saem satisfeitos. O sorriso no final é o mais gratificante para nós”, sorriu.
Em apenas um dia de mutirão, a iniciativa da HNB foi capaz de atender 40 idosos, entre homens e mulheres.
“A gente sai com outro aprendizado, que é enxergar a beleza que a idade nos traz. É conseguirmos entender o que acontece com nós mesmos, humanamente”, disse a instrutora Elivane sobre a experiência com os idosos. Ela explicou que inicialmente alguns idosos, principalmente mulheres, apresentam certa resistência, mas depois acabaram sendo convencidas pelas alunas a dar um ‘upgrade’ no visual. “Algumas idosas não queriam se ver, mas depois começaram a se olhar e ver realmente que existe uma beleza em todas as idades, e não só na juventude. Foi muito legal. E todas que quiseram, quando acabaram, saíram com a estima bem melhor”, explicou a instrutora.
“É muito bom estar aqui, porque podemos nos aperfeiçoar e oferecer um trabalho social para pessoas que, às vezes, são esquecidas pela sociedade. Então, participar de um mutirão beneficente é muito gratificante”, disse a cabeleireira e aluna da oficina, Maria Matos, de 24 anos.
“Na medida em que praticamos, nos aperfeiçoamos cada vez mais, e sempre podemos melhorar. Estou buscando trabalhar em salão para adquirir mais experiência e depois abrir meu próprio negócio. Oferecendo um serviço de qualidade, com certeza eu tenho tudo para crescer. Estudo com os livros do próprio curso e qualquer dúvida eu pergunto as instrutoras, que são ótimas”, completou a aluna.
Outra parceria tão valiosa quanto as instituições que receberam os mutirões, foi com a editora Editus, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Por dois anos consecutivos, em 2018 e 2019, a HNB recebeu alunos participantes do Festival Literário de Ilhéus (FLIOS) e cedeu salas para cursos e oficinas do evento, dedicado à atividades de incentivo à leitura, formação de leitores e acesso ao conhecimento.
O FLIOS é um evento anual e conta com uma programação diversa, entre lançamentos e vendas de livros, bate-papos, oficinas, rodas de conversas, exposições, saraus e apresentações artísticas em diversos espaços da cidade.
Em 2018, por meio da parceria com a Editus, na HNB foram realizadas as oficinas de Narrativas Transmídias e Leitura e Audiovisual. Ministrada pelo professor Rodrigo Bonfim (UESC) e bolsistas da TV UESC, a oficina teve como objetivo evidenciar o protagonismo do audiovisual nas sociabilidades juvenis, com vivências das etapas de produção do audiovisual e as potencialidades de produção de sentidos diversos através do uso de técnicas básicas aplicadas a essa linguagem.
O bolsista Thiago Almeida, disse que os alunos das oficinas ficaram muito entusiasmados. “Todos têm um celular na mão, que é uma ferramenta que pode ser utilizada para a produção de vídeos de uma forma consciente. Trabalhamos conteúdos diversos como ficção, minidocumentários e reportagens para eles conhecerem como funciona a cadeia de uma produção”. A oficina aconteceu nas manhãs dos dias 17 e 18 de maio de 2018, e recepcionou uma turma com mais de 20 alunos do Colégio Vitória.
Já a oficina de Narrativas Transmídias, ministrada por Tcharly Briglia, da Escola Curumim, trabalhou conceitos básicos relacionados ao universo da narrativa transmídia, do diálogo entre as mídias e dos conteúdos em múltiplas telas. Além da exposição e discussão de tópicos relevantes, os participantes puderam simular a criação de propostas pensadas para a televisão, em um exercício prático de reflexão sobre os fenômenos da comunicação em foco.
Mais uma parceria foi firmada entre a HNB e Editus, desta vez no ano de 2019, quando a HNB recepcionou o minicurso “INSTAntes Fotografia para redes sociais” para sessenta jovens entre 13 e 17 anos durante dois dias. Duas turmas formadas por alunos do Colégio Nossa Senhora da Vitória e do Colégio Estadual do Salobrinho, foram acompanhados pela instrutora Dayanna Monstans, fotógrafa profissional formanda em Comunicação Social pela UESC.
“A ideia da oficina não é ensinar a ser blogueiro ou digital influencer, mas sim usar a fotografia para determinado tipo de linguagem que cada plataforma está pedindo. Os stories do Instagram é uma coisa recente, de três anos, que se popularizou. O formato vertical transformou a linguagem da fotografia: é uma imagem que sai da câmera do celular, que é quadrada ou vertical. Hoje a imagem dos stories tem um acesso mais rápido e mais direto porque apesar de ser 24 horas, a informação é passada de forma rápida de modo que estamos sendo alfabetizados com o olhar”, explicou a instrutora.
No minicurso foram trabalhados conceitos de fotografia, iluminação, tipos de iluminação, técnicas do celular com fotos em flash, HDR, enquadramento da regra dos terços, termos técnicos da fotografia básica que tem no celular e que são possíveis de serem utilizados.
Segundo a instrutora Monstans, “a proposta foi possibilitar que o aluno construa uma imagem e um olhar a partir do aparelho celular para enxergar e mostrar uma realidade. Promove-se o aprendizado de enxergar, a ler e a construir uma imagem, um texto visual com uma consciência técnica por meio da fotografia, que também é um texto, é uma palavra”.
Apoiar iniciativas que tem como escopo geral a educação e o estímulo ao pensamento crítico, é também alcançar a finalidade da HNB.
Arte na HNB e a Casa de Arte Baiana
Quem já teve a oportunidade de adentrar o prédio da HNB, pôde notar belas pinturas em azulejos, quadros e telas de arte, exposição fotográfica, além da recepção hospitaleira da equipe e carinho das instrutoras.
Corredores, salas, painéis. Um cenário permanente de exposição fotográfica de viagens compôs por muitos anos os espaços internos da organização Human Network do Brasil.
Ao longo de suas viagens, Michael Eckes e Maria Rosa colecionaram fotografias que mereceram o devido destaque, fazendo sair das telas de suas câmeras para habitar quadros e paredes onde pessoas que frequentavam a sede administrativa e dos cursos profissionalizantes pudessem conhecer e, pelas imagens, viajar.
Em um prédio anexo à HNB, funciona a Casa de Arte Baiana (CAB), um projeto de arte que nasceu direto do coração da ONG. As pessoas que pela HNB passam, podem se conectar com a linguagem artística. Basta atravessar um breve corredor para encontrar além de fotos, diversas obras expostas, resultados de uma estimada coleção do fundador Michael Eckes, que em muitas das suas viagens garimpou arte em diversos países.
No acervo da CAB, há especiais gravuras de 1790, encontradas em Veneza com ilustração de Ilhéus e mapas da região sul da Bahia. Obras de artistas como Carybé, Goca Moreno, Luciano Freitas, Saulo Portela, Cholo, Zelayeta Bahia, Yraquitan de Sá, Edgar Calhado e Kennedy Bahia estão ilustradas em 97 quadros no espaço. Através de sua coleção, o colecionador Michael Eckes visa oportunizar um encontro da comunidade com a arte.
“Vivendo em Ilhéus, percebi que as famílias e as escolas não tinham possibilidade de encontrar uma exposição permanente de arte. Então pensei, ‘porque não fazer um espaço aqui?’”, explicou Michael que é apreciador da arte baiana. “A arte na Bahia é articulada pelo coração dos baianos, as cores de uma terra humana”.
Com a missão de contribuir para o fortalecimento da identidade cultural brasileira, estreitar a relação entre países e povos, por meio da circulação de ideias e da troca de experiências no campo das artes e da cultura, a CAB segue a linha de gestão museal contemporânea.
No ano de 2013, Jorge Amado foi homenageado no espaço com exposição “A Casa do Rio Vermelho”, registrada no Instituto Brasileiro de Museu (IBRAM), pelo centenário do escritor, na semana dos museus, com o apoio da Fundação Jorge Amado.
Também foi neste mesmo ano que foi iniciada no mês de dezembro a I Exposição de Presépios Natalinos foi aberta ao público, uma iniciativa do colecionador Michael Eckes, com a reunião de presépios de diversos países. A proposta continua, e no ano de 2020 foi apresentada a VII edição.
Na sede da HNB, algumas exposições ganham notoriedade regional. Foi o caso da exposição África, apresentada no ano de 2014, tema de reportagem da TV Santa Cruz, no jornal da manhã. Filiada à Rede Bahia de Televisão, a TV Santa Cruz, produziu filmagens e entrevistas com Michael Eckes e Maria Rosa para colher informações sobre o espaço de visitação, que ficou aberto ao público durante os dias da semana.
O repórter Cézar Soares, acompanhado do cinegrafista relataram, em uma reportagem, sobre a viagem do casal e seus mais de 2000 cliques no continente africano, realizada em fevereiro de 2014. “Como sempre trabalhei e tive pouco tempo para conviver com a arte. Depois que me aposentei, resolvi me dedicar mais às viagens e a colecionar obras”, explicou Eckes para o repórter, que ficou encantado com o espaço e, aos poucos, foi compreendendo a motivação e as razões do casal em valorizar coisas sutis e simples.
Somente após toda a sessão de entrevistas sobre a viagem com o casal, o jornalista Cézar Soares, conversando com Maria Rosa, tomou conhecimento da ajuda que eles destinaram à Escola Alegria, situada próxima à lagoa de Victoria, na Tanzânia, para construção de uma casa e uma escola para crianças da zona rural.
Ao tomar conhecimento disso, o jornalista ficou feliz, e este assunto tornou-se uma importante informação para enriquecer ainda mais o texto para a TV. Em sua passagem, o repórter deu ênfase à mistura da riqueza natural e a pobreza social observadas pelo casal na África, em meio a uma viagem que, aparentemente turística e cheia de belas paisagens, também se transformou em ajuda à pessoas e crianças carentes que sofrem.
De acordo com Maria Rosa Oliveira, “não se compara o Brasil com a África. Existe uma pobreza muito grande em muitos países de lá. Em uma sala de aula que visitei, as crianças estavam bem vestidas, e eu vi nelas a vontade de crescer, de serem educados. Lá trabalha uma professora, que sozinha faz tudo em turno integral: ensina, cozinha, cuida das crianças etc. Então, o que percebi foi uma vontade muito grande dessa professora de proporcionar o melhor aos seus alunos”, disse.
As mesmas exposições foram realizadas em relação às viagens para a China e o Estado de Israel. Os alunos do Centro Profissionalizante sempre costumavam visitar os espações que exibiam as imagens das viagens e aventuras.
Da Covid-19, em diante...
Em 2019, o Centro Profissionalizante pausou suas atividades enquanto uma reforma completa no prédio da sede administrativa da Human Network do Brasil foi realizada.
No final deste ano, por volta do meado do mês de dezembro, os jornais anunciaram o espalhamento do coronavírus.
No início de 2020, com as notícias alarmantes do da pandemia da Covi-19 em Ilhéus, os dirigentes da HNB decidiram paralisar, pelo tempo necessário, as atividades do Centro Profissionalizante, por medidas de precaução e saúde, com o fim de preservar a integridade de todas as pessoas diretamente ligadas aos cursos, como alunos e colaboradores.
Não obstante, enquanto o Centro Profissionalizante funcionou, o saldo humano foi muito grande, com 12.877 pessoas profissionalizadas desde o ano 2000.
Apesar da pandemia, a Human Network do Brasil não paralisou as atividades e ajuda aos projetos em 2020. Pelo contrário, um fôlego a mais precisou ser colocado para oxigenar as instituições apoiadas, sobretudo num período tão desafiador para as pessoas pobres que dependem de projetos sociais como os que a rede apoia.
Diante do cenário de crise que abalou todos os setores, a HNB manteve-se ativa e firme para ajudar projetos conveniados como a AIAM, Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Associação Novo Céu e Instituto Floresta Viva. A HNB destinou ajuda pontal à Associação Sul Brasileira de Educação e Assistência Social, Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, Sociedade São Vicente de Paulo e Associação Centro Educacional de Ação Integrada (ACEAI).
Projetos esses que precisaram e precisam ainda mais de ajuda para superar as dificuldades e vulnerabilidades impostas, principalmente, aos mais carentes pela falta de emprego e abalo econômico.
Diante desse momento desafiador, a presidente MR decidiu buscar para a Human Network do Brasil e à AIAM, uma importante parceria com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA), a fim de viabilizar a doação de tecidos 100% algodão e elástico para a confecção de máscaras de proteção contra o coronavírus.
A missão foi além. Era preciso também buscar outra iniciativa parceira para a confecção das máscaras com os tecidos doados, vez que o Centro Profissionalizante da HNB não estava em funcionamento em razão da Covid-19.
Maria Rosa, juntamente com a ajuda da diretora da HNB, Jussara Antunes, e o companheiro rotariano Cacá, se mobilizaram e conseguiram atrair a parceria da Trifil, uma fabricante especializada em moda íntima, com filial instalada no município vizinho de Itabuna.
"Agradecemos muito ao senhor Julio Buzato, Presidente da ABAPA, ao superintendente da Trifil, Carlos Alberto Mazzeu e aos amigos que ajudaram a viabilizar esta grande parceria que ofereceu proteção às pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social”, agradeceu Maria Rosa.
Milhares de pessoas atendidas em diversos projetos e seus familiares receberam as doações com os kits de máscaras de proteção contra o coronavírus. Os projetos contemplados com essa ação foram a Escola São João Bosco (AIAM); Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus; Apae de Ilhéus; Novo Céu; Associação Centro Educacional de Ação Integrada (ACEAI) e Escola Daniel Rebouças.
O Abrigo São Vicente de Paulo, durante a pandemia, foi apoiado pela HNB também com a doação de alimentos, cobertores e jalecos confeccionados e destinados pela ACEAI.
No Centro Profissionalizante HNB, em 2020, infelizmente não foi possível realizar nenhum tipo de curso em razão da pandemia, que fez escolas, universidades e estabelecimentos de ensino suspenderem as aulas presenciais por força de decretos administrativos tanto do mMunicípio de Ilhéus, quanto do Estado da Bahia.
Por outro lado, foi feita toda a manutenção do prédio, móveis e equipamentos para a preservação dos patrimônios e do imóvel onde funciona o Centro Profissionalizante e a sede da HNB.
A HNB hoje (2021)
Neste 2021, nossa instituição é presidida por Jussara Antunes de Oliveira, tem Maria Rosa Oliveira como diretora financeira e Ceres Morais como diretora Administrativa e Social.
Em parceria com o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, foi iniciado o projeto Banco de Cadeiras de Rodas. O objetivo é o de ajudar pessoas com deficiências físicas, que não tem acesso e nem condições de adquirir o equipamento.
Inicialmente, com 12 cadeiras de rodas doadas pelo Rotary Club Jorge Amado e pela Human Network do Brasil, o projeto pensa o trabalho em rede, de modo que pessoas físicas, empresas e instituições que desejem colaborar com a iniciativa, ajudem pessoas em situação de pobreza, que precisam da ajuda humanitária de toda a sociedade.
“Temos o firme propósito de expandir as ações humanitárias em Ilhéus e esse projeto é uma grande oportunidade para entregarmos dignidade à quem precisa ser provido nos seus direitos mais básicos, como se locomover”, explicou o então presidente do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, Thadeu Gonçalves.
Ainda neste ano de 2021, o Club vai adquirir em parceria com a HNB, mais cadeiras de rodas, com o objetivo de fazer a proposta do projeto crescer e continuar a atender aos que necessitam.
A HNB, segue firmemente seus trabalhos com o empenho e dedicação do fundador Michael Eckes e colaboradores, focados na Educação, Desenvolvimento, Financiamento e Comunicação, para ajudar a realização de projetos sociais.
Cada um pode contribuir e apoiar as crianças no Brasil para um futuro com uma perspectiva melhor, em possibilidade global.
Sejamos curiosos para saber como estaremos daqui a 5 anos.
Agradecemos a todos os doadores e pessoas que contribuíram a cada ano, fornecendo recursos e esperança aos projetos apoiados.
Sobre a Autora
Apreciadora da arte da escrita e dada à poesia desde a infância, Anna Karenina de Oliveira Vieira, a autora da crônica que resume os 25 anos da Human Network do Brasil, escolheu o Jornalismo como profissão e o Direito como fonte de conhecimento, em suas duas formações acadêmicas. Comunicóloga, Advogada e pós-graduada em Direito, Anna percorre uma trajetória na Human Network do Brasil a partir de sua busca de estabelecer contato humano, conectar-se com a pluralidade das realidades sociais e, através da comunicação, contribuir para o desenvolvimento social. Colaboradora da HNB como Assessora de Imprensa desde o ano de 2013, a autora tem desenvolvido comunicação institucional e reportado informações relevantes dos projetos sociais apoiados pela rede para os veículos de imprensa e meios de comunização organizacionais.
Nesta obra, Anna Karenina sintetiza os acontecimentos mais marcantes da HNB, trabalho este que contou com as importantes colaborações do fundador Michael Eckes e da diretora da HNB, Jussara Antunes.
25 anos de atuação no Nordeste do Brasil
Autora: Anna Karenina de Oliveira Vieira.
Colaboradores: Michael Eckes e Jussara Antunes.
“Se você planeja para um ano, plante arroz. Se você planeja para dez anos, plante árvores. Mas se você planeja para cem anos, eduque a humanidade” (Provérbio chinês)
Prefácio
Human Network do Brasil - 25 anos – duas décadas de luta.
Somos uma rede de apoio, com sede no Sul da Bahia, uma organização não governamental, sem fins lucrativos, com apoio financeiro e missão de uma tradicional família alemã e amigos. Derivada da Human Network International, constituída em Munchen, Alemanha, com uma base de 30 anos de experiência na área social e com o foco na educação.
Porque surgiram estas ajudas e projetos?
Depois do ano de 1970, a nossa família alemã e nossa empresa (Eckes-Granini) tiveram uma fazenda (Gavião) e participações nas atividades agrícolas (frutas tropicais, laranja, etc) no Brasil, “und war einen Menschen sher verbunden”. A monocultura, a falta de infraestrutura e a industrialização, causaram mais problemas sociais em áreas de grande pobreza, especialmente no Nordeste do país.
Nos anos 70 e 80, foi organizada ajuda financeira para escolas primárias, creches e casas de apoio.
“Se você planeja para um ano, plante arroz.
Se você planeja para dez anos, plante uma árvore.
Mas se você planeja para cem anos, eduque a humanidade”.
(Provérbio chinês)
A ideia inicial e o objetivo foram criar uma rede de apoio entre as necessidades e a realidade e entre os sonhos das crianças...
Os primeiros passos deste projeto, “rede humana international” de educação, foram dados em 1970 através do apoio das famílias Eckes às escolas, creches e cursos profissionalizantes, em áreas rurais das cidades de Entre Rios e Alagoinhas, no Norte da Bahia. As famílias Eckes fizeram questão de iniciar o apoio financeiro para este projeto, como uma forma de retribuição do sucesso que tiveram com os negócios no Brasil.
Somente em julho de 1999, foi criada legalmente a Associação Brasileira para o Desenvolvimento Comunitário Human Network do Brasil.
E hoje, no início do ano de 2021, eu com 76 anos de idade e 50 anos da minha primeira “experiência” na Bahia, com mais de 20 relatórios anuais entregues para os doadores e fiscais da ONG, em Munchen, na Alemanha, pedi para as senhoras Anna Karenina de Oliveira Vieira (que toma conta da Comunicação da HN do Brasil) e, Jussara Antunes (secretária, com várias funções durante 23 anos), de estudarem, explicarem e organizarem a história da HN do Brasil durante toda a sua vida como uma rede de apoio no Nordeste do Brasil, e aqui está!
Michael Eckes
Fundador da Human Network do Brasil
SUMÁRIO
HUMAN NETWORK DO BRASIL
25 anos de atuação no Nordeste do Brasil
25 ANOS DEPOIS, CELEBRANDO O PRIMEIRO ENCONTRO, EM 17 DE OUTUBRO DE 1995
UMA HISTÓRIA QUE NASCE NA FILANTROPIA
PESCADOR, JOGA A REDE NO MUNDO
1998. UM ANO CHAVE
Marianne Eckes e a escola
FILANTROPIA EM PERSPECTIVA
A Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM) e mais de meio século de história
E A HISTÓRIA CONTINUA...
A Associação Menores com Cristo (AMECC)
1999 E A CONSTITUIÇÃO FORMAL DA HUMAN NETWORK DO BRASIL
O CENTRO DE PROMOÇÃO FEMININO DOM BOSCO
ESCOLINHA DE ESPORTES OS MENINOS DE ILHÉUS, PARA O COSMOS
DO CENTRO DE PROMOÇÃO FEMININO DOM BOSCO AO CENTRO PROFISSIONALIZANTE HUMAN NETWORK DO BRASIL
A LINHA DO TEMPO CONTINUA
SEGUINDO CHRONOS, DE 2009 EM DIANTE
UM PARÊNTESE PARA A PARÓQUIA SÃO PAULO APÓSTOLO, VETERANA EM TRABALHOS SOCIAIS
Ampliação e reforma da Paróquia de Santa Terezinha
AÇÕES EM CURSO
Situação do terreno usado pelo projeto da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus
DE 2014, PARA FRENTE...
NOVO CÉU, NOVAS CRIANÇAS
O INSTITUTO FLORESTA VIVA E O JARDIM BOTÂNICO DE SERRA GRANDE
DE 2016, PARA FRENTE...
MUTIRÕES E PARCERIAS NA ESCOLA DE PROFISSIONALIZAÇÃO
ARTE NA HNB E A CASA DE ARTE BAIANA
DA COVID-19, EM DIANTE...
A HNB HOJE (2021)
LINHA DO TEMPO DOS CHEFES DE GOVERNO DO BRASIL EM 20 ANOS
PLANILHA COM PROJETOS E VALORES INVESTIDOS
SOBRE A AUTORA
HUMAN NETWORK DO BRASIL
25 anos de atuação no Nordeste do Brasil
“Se você planeja para um ano, plante arroz. Se você planeja para dez anos, plante árvores. Mas se você planeja para cem anos, eduque a humanidade” – (Provérbio chinês)
Querido amigo (a), você é nosso convidado (a) vip para dedicar alguns instantes do seu preciso tempo e embarcar conosco em uma viagem narrativa, agarrados na cauda de um cometa estelar, como centelhas de luzes passando na malha do infinito. Neste nosso pequeno grande mundo da Terra, contamos-lhes, brevemente, a trajetória da Human Network do Brasil (HNB) ao longo de mais de duas décadas de existência – uma organização filantrópica não governamental que ilumina muitas vidas, e é luz, até onde o universo alcançar.
Isso ecoa na eternidade e faz esse trabalho valer a pena.
25 anos depois, celebrando o primeiro encontro, em 17 de outubro de 1995.
Uma história que nasce na filantropia
Foi em outubro de 1995, em Morro de São Paulo, na Ilha de Tinharé, município de Cairu, Estado da Bahia, no Brasil, que o cidadão Michael Eckes conheceu sua esposa Maria Rosa Goes Oliveira.
Após uma visita aos projetos da Família Eckes na região de Alagoinhas, município situado no norte baiano, Michael foi convencido pelos amigos Bruno Germscheidt e Max Ruegger a conhecer Morro de São Paulo, antes de visitar as indústrias no estado de São Paulo. Após a insistência dos amigos, que falaram muito bem das belas águas azuis e cristalinas desse lugar, Eckes aceitou o convite e embarcou para Morro de São Paulo.
Michael Eckes, de nacionalidade alemã, natural da cidade de Mainz, na Alemanha, e Maria Rosa, brasileira, natural do município de Ilhéus, Sul da Bahia, foram apresentados pelo amigo Max Ruegger.
“Pensa bem, você precisa contratar ela”, disse Max Ruegger para o amigo sobre Maria Rosa, ao destacar a facilidade da brasileira em conversar com crianças e pessoas inseridas em projetos sociais. “Mas ela trabalha no Hotel Transamérica, com um chefe alemão”, disse Michael, ao relembrar os diálogos com Max Ruegger, à época.
A partir daí, Michael conheceu Maria Rosa, que falou para ele das necessidades sociais dos bairros pobres de Ilhéus, convidando-o a conhecer e fazer uma análise da cidade, vendo de perto a realidades das pessoas carentes.
Convite aceito, os dois ingressaram juntos na proposta de lançar um projeto em rede de apoio, para contribuir com iniciativas que precisavam de auxílio local, como associações, para ajudar comunidades carentes, aliviando o sofrimento das pessoas expostas aos riscos sociais, inclusive crianças, jovens e mulheres.
A ideia foi tomando forma após visitas aos projetos sociais que já eram apoiados pela família Eckes, no norte da Bahia. “O primeiro projeto que apoiamos foi em 1972, com ajuda às comunidades carentes nos municípios de Entre Rios e Alagoinhas, para alimentação, construções, assistência às escolas, creches e promoção de cursos profissionalizantes”, conta Michael.
As ajudas à essas comunidades carentes no norte baiano, resultaram das atividades da fazenda de frutas e da fábrica de sucos da família Eckes, nomeada “Gavião”, pioneira em exportar sucos de laranja do Brasil para a Alemanha.
Comunidades de outros lugares como os municípios de Guarabira-PB, Fortaleza-CE, João Pessoa-PB e regiões pobres de outros países, como a Bulgária e Hungria, também foram ajudadas pela família Eckes, veterana em filantropia e ajuda humanitária
E então Michael continuou o seu relato: “Maria Rosa me falou sobre as carências de Ilhéus e região. Foi com ela que fundamos a Human Network do Brasil. A partir daí, muitos amigos da Alemanha quiseram ajudar os projetos na Bahia”, lembrou.
Pescador, joga a rede no mundo
Identificar os principais problemas sociais enfrentados pelas comunidades carentes de Ilhéus foi necessário para traçar as direções específicas de trabalho da HNB. Um levantamento social realizado em 1997, através de agentes de liderança motivados, verificou que em decorrência da crise da vassoura-de-bruxa, milhares de famílias, sustentadas pela cultura do cacau, foram diretamente prejudicadas no Sul da Bahia, quando um cenário de forte desigualdade foi intensificado, expondo linhagens inteiras à uma condição de vulnerabilidade social.
A evasão de comunidades rurais para a zona urbana de Ilhéus propiciou a formação de favelas. A maioria, até hoje, concentradas nas áreas dos morros e manguezais.
Nesse contexto, em Ilhéus, faltavam infraestruturas sociais básicas nas periferias, como creches para as mães matricularem seus filhos e poderem trabalhar com a tranquilidade de que estes estariam sendo bem cuidados. Faltavam postos de saúde, salas de aula adequadas para a educação de crianças e adolescentes, e escolas profissionalizantes.
Em muitos lugares, muitas vezes, também faltavam água, energia elétrica, transporte público e policiamento. Um cenário de ausência do pacote de urbanismo, onde o desenvolvimento ainda não havia chegado.
O desemprego tomava conta da juventude e de uma classe de pessoas que trabalhava nas fazendas de cacau. Com a crise, essas famílias passaram a viver o desemprego, a pobreza e a miséria. Diante da marginalidade, falta de trabalho e fome, mazelas sociais e violações de direitos se tornaram uma nova realidade, entre elas, a exploração sexual, criminalidade, tráfico de drogas, analfabetismo e trabalho infantil.
Com a realização do levantamento social local, diversas ações sociais começaram a ser planejadas pelos dirigentes da HNB com amigos, comerciantes, médicos, professores de esportes, freiras, padres, assistentes sociais e pessoas de boa vontade. Tudo isso para estruturar o trabalho da rede de apoio. Projetos voltados para a melhoria da qualidade da alimentação, vestuário, educação e profissionalização foram desenvolvidos em conjunto.
Já em 1997, rapidamente foi aberto um pequeno escritório na Rua Benjamin Constant, 62, bairro do Pontal, em Ilhéus, para concentrar as reuniões e trabalhos da rede, em que a tarefa importante de ajudar pessoas individuais, como o acolhimento de crianças em situação de risco, doentes, abandonadas e, algumas, maltratadas, foi uma das primeiras ações realizadas.
Os dirigentes Michael Eckes e Maria Rosa também investiram em brinquedos educativos, promoveram atividades esportivas, além de apoiar os monitores que trabalhavam diretamente nas ações sociais, que diante da realidade vivenciada, algumas vezes, ficavam estressados e carentes de informações educacionais.
As primeiras medidas de ajuda aos centros de acolhimento e creches para crianças carentes, foram adotadas por amigos, famílias, fundações e organizações da Alemanha, o que oxigenou o patrocínio de 9 projetos apoiados em 1998.
1998. Um ano chave
Um grupo de amigos, comerciantes, médicos e professores, colaboradores da Alemanha e da Suíça, se uniram ao movimento da rede em favor da proposta da HNB.
As famílias Eckes de Nieder-Olm, amigos alemães e organizações como as fundações Eckes, Ludwig-und, Peter-Eckes-Familienstiftungen, o Rotary Club de Mainz-Churmeyntz; Adveniat; Misereor; Salesianos; e Dom Bosco, realizaram doações para criar uma base necessária para a implementação dos projetos no Sul da Bahia e em projetos no nordeste brasileiro. O objetivo central estava voltado para a melhoria da qualidade de vida das pessoas mais necessitadas, tanto na alimentação, vestuário, promoção da educação formal e profissionalizante.
Era preciso divulgar as ações de ajuda humanitária para o maior número de pessoas, a fim de atrair doadores, ampliar a rede de cooperação e potencializar os projetos sociais. Para isso, os dirigentes da HNB produziram um filme documentário, onde foi retratada a realidade social das pessoas e famílias carentes do Sul da Bahia.
Os objetivos da rede, foram se solidificando cada vez mais, ao mesmo tempo em que as raízes alemãs e brasileiras se fortaleceram com laços de amizade, amor e confiança. Um ambiente favorável para relações firmes, permitiram uma boa formação dos tecidos da rede, fio a fio, e o desenvolvimento de diversos projetos.
Nas ações de planejamento, os dirigentes prepararam iniciativas específicas para a captação de mais doadores da indústria alemã e do Rotary Club de Mainz-Churmeyntz.
Novos círculos de amigos e doadores foram criados na Suíça e nos Estados Unidos, ao tempo em que uma solicitação de ajuda financeira foi elaborada junto à União Europeia, em Bruxelas, para atender as escolas profissionalizantes. Contatos foram aprofundados com organizações filantrópicas como a Missionprokur dos Salesianos, Misereor, Adveniat, Papstliches Missionswerk / Missão do Papa, que possuíam finalidades semelhantes à proposta de ajuda humanitária da rede.
Somente no ano de 1988, em Ilhéus, Sul da Bahia, foram promovidos diversos projetos e elaborado o plano para o funcionamento de um centro profissionalizante como escola de capacitação para jovens recém formados e pessoas carentes, com o objetivo de possibilitar, à estes, a construção de uma nova história, através do exercício de uma atividade profissional, para ingresso no mercado de trabalho, e o autossustento, com a geração de renda por estas pessoas pelos próprios meios.
Entre os projetos apoiados em 1998, destacamos o Centro Comunitário de Canavieiras; Camaic; Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM); Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS); Associação dos Pais do Pré-Escolar Nossa Senhora da Conceição; Centro de Apoio ao Menor Carente do bairro Teotônio Vilela; Centro Comunitário Alto do Carvalho; Abrigo Caman; Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus (APAE); e Obras Sociais Nossa Senhora de Fátima.
A rede realizou obras de ampliação do Centro Comunitário de Canavieiras, uma casa onde funcionava uma escola abrigo no município de Canavieiras, situado a 120 km de Ilhéus, com 38 mil habitantes à época.
O Centro Comunitário de Canavieiras, ligado à Igreja Católica por meio da Pastoral do Menor, tinha a finalidade de acolher a criança e o adolescente em situação de risco, que estavam às margens da sociedade, promover capacitação, educação formal, projetos artísticos, culturais e lazer, como oficinas de capoeira, teatro, futebol e música, além da dignidade humana.
Com um atendimento médio anual de 2000 pessoas, entre crianças e adolescentes em vários projetos apoiados pela comunidade, o Centro Comunitário de Canavieiras retirou da rua muitos menores vulneráveis.
Neste projeto, foram construídas 8 salas de aula, além de salas para atividades de costura e artesanato. Diversas oficinas, como de carpintaria, foram realizadas por meio da ação do trabalho em rede.
Inclusive os beliches dos menores abrigados no CAMAIC e na AIAM, foram fabricados no projeto do Centro Comunitário São Boaventura de Canavieiras, sob a coordenação do Padre José Carlos Lima Santos. Assim, o trabalho de rede começou a funcionar, onde um projeto apoiava o outro.
Em Ilhéus, o Abrigo Camaic foi totalmente reformado e ampliado para a melhoria do atendimento de 100 crianças e adolescentes, com idades entre 3 e 17 anos.
Doações de tênis foram feitas por amigos doadores da Alemanha, que enviaram diretamente para Ilhéus centenas de pares de tênis para calçar os meninos pobres.
Entre as benfeitorias realizadas, foi construído um parque infantil e o terreno do imóvel vizinho foi comprado para a implantação de uma escola com 4 salas, cozinha e uma diretoria, que recebeu o nome da mãe do fundador Michael Eckes, chamando-se “Escola Marianne Eckes”.
Marianne Eckes nasceu na região do Lago de Constança, atravessado pelo rio Reno, situado na fronteira da Alemanha com a Suíça e Áustria, no dia 13 de novembro de 1936. Casou-se com Peter Eckes – criado em uma Paróquia Católica próxima da Lagoa de Constança. Ele foi sócio de um distribuidor de conhaque e produtor dos licores Eckes. Depois de casar-se com Peter em 1986, Marianne viveu com seu esposo em Nieder-Olm, região de grandes vinícolas e sede da destilaria, situada a 12 km, ao sul de Mainz, e a 50 km ao sul de Frankfurt.
Ao longo de sua vida, Marianne serviu e dedicou-se à família, bem como a muito projetos sociais. Ela faleceu no ano de 2003, antes do aniversário de 90 anos.
Marianne Eckes conheceu a Bahia em 1973 - única viagem realizada para o estado, hospedando-se em Salvador durante a temporada de visitas à fazenda de frutas da família no Norte baiano e ao projeto da Escola Rural.
Segundo relata o filho Michael Eckes, depois desta viagem, sua mãe se disponibilizou em ajudar ainda mais os projetos sociais, especialmente os da HNB.
Com excelente localização, a Escola Marianne Eckes está situada na Avenida Itacanoeira, nº 1081, bairro Jardim Savóia. O imóvel possui uma área térrea com espaço recreativo e amplo quintal, pavimento superior, 5 sanitários, cozinha, 6 salas, sendo uma com banheiro, 1 sala de secretaria, 2 salas de informática, 2 depósitos, escada e corredores.
Na época, foram adquiridos móveis, equipamentos e apoio financeiro mensal para a educação e alimentação das crianças. Com estes avanços, o número de vagas saltou para atender mais 160 crianças, de 5 a 11 anos.
Hoje, a Escola Marianne Eckes funciona como uma unidade escolar da rede municipal de educação.
Filantropia em perspectiva
“Diferentes entidades sociais foram reconhecidas mediante a seriedade, compromisso e corresponsabilidade social de seus projetos”, conta Maria Rosa, quem identificou as dificuldades das entidades conveniadas e, ao lado do fundador Michael Eckes, tomou diversas providências para possibilitar o funcionamento das ações em cada espaço e projeto.
As associações responsáveis contaram com projetos sociais, construções, ampliações, reformas e/ou instalações realizadas com a ajuda da HNB para a promoção do serviço social, melhoria da qualidade do atendimento às crianças, jovens e pessoas carentes.
Crianças e adolescentes carentes dos centros de acolhimento e creches puderam ter acesso à alimentação e vestuário de qualidade, assim como praticar esportes, adquirirem vivências culturais e, principalmente, receberem uma educação digna.
Jovens expostos à vulnerabilidade social foram contemplados com os cursos profissionalizantes, recebendo auxílio educacional direto dos instrutores.
Ao longo da trajetória dos trabalhos sociais da HNB, na Bahia, foram apoiadas comunidades de cidades como Ilhéus, Itabuna, Itacaré, Alagoinhas, Salvador, Canavieiras, Santo Antônio de Jesus, Cachoeira de São Félix e Una. Em cidades de outros Estados, foram contempladas comunidades de Governador Valadares, em Minas Gerais; Itatinga, no Ceará; Rondonópolis, Mato Grosso do Sul; Iguaçu, Pernambuco; e Guarabira, na Paraíba.
“A Human Network do Brasil busca, através dos projetos, entregar à sociedade um legado de cidadania e transformação social. Queremos que as pessoas atendidas tenham a chance de construir uma nova história, exerçam sua participação na sociedade como cidadãos ativos, conscientes de seus direitos e deveres, e, como profissional, para seu próprio desenvolvimento, da sua região e consequentemente do seu país”, destacou o fundador Michael Eckes.
Com inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, CNPJ n° 03.541.241/0001-36, criado em 18 de novembro de 1999, a HNB foi reconhecida em 14 de maio de 2001, pelo Poder Público, como entidade civil que presta serviços sociais de interesse para toda coletividade, com Declaração de Utilidade Pública Municipal, Lei nº 2.903.
A diretoria da organização é formada por um Presidente, um Diretor Superintendente, um Diretor Administrativo, um Diretor Financeiro, três Conselheiros Fiscais e cinco Conselheiros Administrativos.
Todas as despesas administrativas da HNB são custeadas pela família Eckes, na pessoa do fundador Michael Eckes, garantindo, assim, a aplicação de todas as doações, nacionais ou internacionais, diretamente aos projetos sociais.
A Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), por sua vez, também foi uma das primeiras instituições contempladas com o trabalho em rede de cooperação fomentado Ilhéus, no ano de 1998 e permanece como um projeto de continuidade, até os dias de hoje.
O serviço social de educação primária e abrigamento de crianças e adolescentes carentes de Ilhéus da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), chamada como Escola Dom Bosco, foi conhecido pelos dirigentes da Human Network do Brasil durante a gestão realizada pelas Irmãs da Ordem de Santa Catarina de Sena, no final da década de 90.
A Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM) e mais de meio século de história
A história da AIAM remonta há mais de meio século de existência. Fundada em 2 dezembro de 1965 pela irmã Cléia Rebouças através do respaldo do Padre Antônio Nobre, a AIAM foi constituída. O objetivo da instituição era assistir e abrigar crianças e adolescentes carentes de Ilhéus e região para a recuperação moral por meio da educação, medidas para o aperfeiçoamento de assistência aos menores abandonados, visando a adaptação ao meio social, na promoção de valores de solidariedade, da prática do amor ao próximo e de estímulo à vocação profissional, com o aporte de instrumentos necessários à sua formação.
A ata de fundação da AIAM registra que a diretoria foi formalizada em uma reunião na residência do Sr. Álvaro Melo Vieira, a convite da Irmã Cleia Rebouças, do Padre Antônio Nobre, e das demais pessoas que constituíram a diretoria e o conselho. O encontro reuniu Erine Vieira, escolhida, como presidente; Dinorah Soledade, na vice-presidência; Consuelo Medauar, como 1ª secretária; Lourdes Medauar, como 2ª secretária; Claire Maron Dórea, como 1ª tesoureira e Luiza Mora, como 2ª tesoureira.
No Conselho, integraram os senhores Álvaro Melo Vieira, Osório de Carvalho, Paulo Pinto, Acidólio Mendonça, João Freire, Watson Negreiros e suas respectivas esposas - cujos nomes não estão registrados em ata, - e Alcides Kruschewsky.
A instituição, em seu início, contou com o apoio financeiro da gestão do então prefeito Sr. Herval Soledade, funcionando na Av. 2 de julho, em Ilhéus.
O imóvel onde funciona hoje a sede no Banco da Vitória, foi doado pelo pai da irmã Cléia, Sr. Daniel Rebouças, cuja construção foi iniciada em 1969. Dez anos depois, em 1979, é que o trabalho social e profissional foi conduzido com a chegada das Irmãs da Ordem de Santa Catarina de Sena, e, depois, com a HNB, a partir de 1999.
Durante o processo de interação entre os dirigentes da HNB com as dirigentes religiosas, a Irmãs católicas da Ordem de Santa Catarina de Sena, como a Irmã Josefa e a Iirmã Maria de Lurdes, a AIAM reconheceu a base, a seriedade e o compromisso da rede humana tocada por Maria Rosa e Michael Eckes, juntamente com os colaboradores e apoiadores.
Situado no km 9 da BR 415, da rodovia Jorge Amado, que liga as cidades de Ilhéus e Itabuna, no bairro do Banco da Vitória, as Irmãs católicas enfrentavam dificuldades para a manutenção e custeio da estrutura da AIAM e do projeto. Por outro lado, elas puderam contar com a dedicação de Maria Rosa no trabalho da rede humana, desenvolvido para ajudar crianças e jovens pobres de Ilhéus.
Com uma estrutura ampla, situada no bairro do Banco da Vitória, a Dom Bosco, como a instituição é referenciada, recebeu, por meio dos dirigentes empenhados no trabalho em rede, uma grande reforma das instalações sanitárias, banheiros e dormitórios, além da instalação completa da rede hidráulica e elétrica. Com o acolhimento de 71 crianças, entre 4 e 13 anos, abrigadas e mais 50 alunos, de 5 a 11 anos, matriculados na Escola São João Bosco, a AIAM recebeu, ainda, um parque infantil construído na área verde para o lazer dos atendidos.
Através de um acolhimento inicial, as necessidades mais urgentes do projeto foram abraçadas pelo casal e amigos alemães, que visitaram o projeto para apoiar os menores abandonados.
Ajudas com alimentação, vestuário, materiais para estudos e saúde, chegaram para as crianças e jovens pobres assistidos na AIAM.
A partir da chegada dos recursos originários da Alemanha, todos os caminhos percorridos até então, criaram um ambiente favorável para a continuidade e manutenção do projeto.
Assim, as freiras, asseguradas pelos laços de confiança, amizade e sentimento de segurança, ofereceram a transferência da gestão e administração da AIAM para a HNB.
Empenhados na missão proposta, os dirigentes da ONG assumiram a responsabilidade, tendo, a partir de 1999 a tarefa de cuidar das 56 crianças e jovens abandonados que estavam abrigados e eram atendidos na AIAM, à época.
Além do empenho profícuo e incontestável de Michael Eckes e Maria Rosa para que os trabalhos do Abrigo Dom Bosco pudessem ser frutíferos, a participação de parceiros, voluntários, conselheiros e amigos foram peças chave para tocar os cuidados com os menores abandonados.
Lembramos, ainda, dos parceiros e dirigentes da AIAM, Clotilde Barreto, Maria de Lourdes Medauar, Eduardo Citron, e amigos importantes no processo de transição da gestão administrativa e operacional das irmãs missionárias da AIAM para a HNB, bem como no período em que a HNB assumiu integralmente a direção desta instituição social.
Foi a partir de 1999, que a HNB trabalhou na AIAM a missão de realizar a inclusão social dos menores que se encontravam em situação de risco pessoal. Era desafiadora, e, ao mesmo tempo, nobre, a tarefa de realizar o acolhimento provisório de crianças e jovens excluídos da convivência sócio familiar, até a recomposição dos vínculos com a família, por meio da regulação emanada pela Lei Orgânica da Assistência Social.
Ao todo, mais de 70 famílias foram contempladas pela educação e abrigo, internato, projetos educativos e profissionalizantes, atividades artísticas e laborais, higienização pessoal, visitas periódicas a médicos, dentistas, psicólogos e assistência social.
Melhorias e reformas foram realizadas pela HNB no prédio da AIAM, para a adequada acomodação dos alunos atendidos, sobretudo pela necessidade de manutenção do imóvel, sendo realizada uma completa reestruturação.
E a história continua...
O pobre bairro de Vila Nazaré, de 1998 até os dias atuais, carente de desenvolvimento e estrutura urbana, reunia os voluntários da rede que enxergaram na iniciativa do Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS) um lugar potencial para a implantação de cursos profissionalizantes.
O projeto atendia 50 crianças pobres de 2 a 7 anos, na creche, e 240 crianças de 7 a 12 anos, na escola. Além de qualificar as instalações da unidade, os dirigentes Michael Eckes e Maria Rosa iniciaram uma completa reforma na unidade, realizando também a ampliação das instalações; construção de uma quadra poliesportiva; compra de equipamentos como máquinas de costura e implantação de um curso profissionalizante de móveis da cana-da-índia. Cerca de 80 adolescentes, de 12 a 18 anos, participaram do curso e foram profissionalizados.
Ainda em 1998, a Associação dos Pais do Pré-Escolar Nossa Senhora da Conceição, uma creche e pré-escola, foi contemplada pela Human Network do Brasil com a aquisição de 3 terrenos para a ampliação do centro, aquisições de móveis para cursos de aperfeiçoamento, um carro usado e uma quadra poliesportiva.
Com 140 crianças de 3 a 6 anos, esse projeto passou a atender mais 57 adolescentes nos cursos de capacitação oferecidos no turno da tarde.
Já no Teotônio Vilela, bairro de Ilhéus, o trabalho da rede também chegou para o Centro de Apoio ao Menor Carente no mesmo ano, ao ter suas instalações reformadas e ampliadas.
Também foram doadas máquinas para fabricação de sorvetes, materiais escolares e de produção, além de ajuda financeira para a manutenção da escolinha que atendia 50 crianças pobres, de 2 a 7 anos, e mais 240 crianças, de 7 a 12 anos. Os cursos profissionalizantes fomentados através do trabalho de rede capacitaram 80 adolescentes, entre 12 e 18 anos, também com a parceria da Associação Menores com Cristo (AMECC).
AMECC - Uma instituição que trabalha com acolhimento a meninos em situação de rua, a AMECC, sediada no município de Guarabira, Estado da Paraíba, muito contou com o trabalho do Padre Geraldo Brandstetter, de nacionalidade alemã, que auxiliou a Human Network do Brasil a implantar a sorveteria para sustentação do Centro de Apoio ao Menor Carente.
Amigo pessoal do fundador Michael Eckes, o Padre Geraldo ajudou na implantação do projeto da sorveteria em Ilhéus. O objetivo, além de gerar renda para custeio do projeto, era também fornecer capacitação para os menores e beneficiá-los com os recursos obtidos com as vendas dos sorvetes.
Com base na expertise do Padre Geraldo Brandstetter, a HNB estabeleceu contato e enviou para Guarabira um jovem para receber o treinamento para atuar como multiplicador da iniciativa em Ilhéus, no bairro Teotônio Vilela, onde funcionava o Centro de Apoio ao Menor Carente.
Outra contribuição do Padre Geraldo foi o diálogo sobre o processo de desinstitucionalização dos abrigos, e a formação de casas lares nos encontros dos dirigentes de abrigo. A AMECC foi pioneira nesse assunto, onde havia a constituição dos conceitos de pai e mãe sociais, dentro do novo contexto das casas lares.
A HNB foi patrocinadora e facilitadora de muitos encontros de dirigentes de abrigos durante um período de 5 anos, a partir de 1998. Os encontros aconteceram em Salvador, Guarabira, e outros três aconteceram em Ilhéus, no Abrigo São Vicente de Paulo e no Hotel Aldeia da Praia.
Foi por meio dos trabalhos da pastoral do menor, que a Igreja Católica, também com a contribuição social de outras instituições religiosas no acolhimento de menores e abandonados, promoveu encontros onde se reuniram padres, freiras e civis de diversas áreas profissionais - psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e juízes - para falar sobre abrigo, trocar ideias e informações dessa realidade, identificando as necessidades e atualizações das práticas quanto aos assuntos relacionados aos menores em abrigos, e para melhorar o atendimento às crianças e adolescentes. Inclusive a discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), permeou o centro dos diálogos.
O Padre Geraldo, como coordenador nacional, dentro do âmbito da Igreja Católica, para promover esses encontros de dirigentes, contou com o patrocínio da HNB e a participação de dirigentes de todas as instituições conveniadas com o nosso projeto de rede.
A construção de um pequeno centro social no Morro do Carvalho, com aproximadamente 800 habitantes à época, em Ilhéus, foi possível graças às famílias Eckes e do Dr. Bruno Germscheid, nomeado Centro Comunitário Dr. Bruno Germscheid.
O foco para apoiar menores vulneráveis continuou firme ao longo do produtivo ano de 1998.
O Abrigo Caman contou com a instalação de uma sala de aula para atender mais 25 crianças e adolescentes de 7 a 17 anos, além dos 35 menores que já eram abrigados na instituição. A nova instalação, além da função educacional, também foi destinada para projetos de agricultura, iniciando com criação de hortas, também com atendimentos e assistência psicológica.
Pessoas com deficiência intelectual e múltipla, assistidas pela Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus (APAE), foram beneficiadas com a instalação de um centro para educação profissionalizante na unidade desse projeto.
Já o internato para meninas, das Obras Sociais Nossa Senhora de Fátima, dirigidas por freiras, recebeu apoio da rede para a renovação de suas instalações.
As Obras Sociais Nossa Senhora de Fátima atualizaram sua missão com a oferta de educação formal para alunos tanto do sexo feminino, quanto do sexo masculino, de 6 a 11 anos, do 1º ao 5º ano, com a administração da Congregação das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena.
A sede da instituição, onde funciona a Escola Daniel Rebouças, está situada no km 7 do Banco da Vitória, em Ilhéus, com atividades educacionais regulares. A estrutura desse projeto compõe uma quadra poliesportiva, pátio, refeitório, área verde, espaço de poesia, brinquedoteca, sala de leitura, sala de dança, 5 salas de aula, sala de ensino religioso, sala para menor aprendiz, sala dos professores e banheiros.
Em períodos regulares, as crianças ingressam às 7h na escola, tomam o café da manhã, e, em seguida, é realizada uma oração como a primeira atividade do dia para a jornada de formação humana, das 8h às 12h, em sala de aula, com o intervalo para o lanche. Após o almoço, os alunos tomam banho, e, no período de 13h às 18h, participam das oficinas temáticas. As atividades físicas envolvem recreação, futsal e futebol.
As iniciativas de ajuda humanitária com obras, custeio e medidas em favor dos mais necessitados foram florescendo gradativamente ao longo do ano e, com o retorno das instituições sociais apoiadas, os dirigentes da rede perceberam os frutos iniciais resultantes das primeiras iniciativas, refletidos na prestação de serviços às pessoas carentes para atender as suas necessidades mais básicas.
Assim foi, que no ano seguinte, em 1999, a amplitude de projetos apoiados cresceu de forma significativa.
Dos projetos financiados em 1999 no município baiano de Alagoinhas, as iniciativas contempladas foram a Pastoral Menor, Associação Lar São Benedito Taizé, a Pastoral das Creches e Promoção Humana.
As ajudas chegaram também para outros municípios como Salvador, capital da Bahia, onde foi apoiado o projeto Meninos Cantores de Itapoã; a Pastoral da Menor, em Fortaleza-CE; o Sítio Pe. Ibiapina (AMECC), em Guarabira-PB; o Centro Comunitário de Canavieiras-BA; a Obra de Assistência, em Cachoeira-BA; AMEFAL, em Propriá-SE; projetos sociais do Pe. José Carlos, em Una-BA e do Pe. Fausto, em São Miguel das Matas-BA.
Na cidade de Ilhéus, os projetos apoiados no ano de 1999 foram o CAMAIC; a AIAM – Escola São João Bosco; o Centro Comunitário Nossa Senhora da Conceição; Casa Acolhimento Monsenhor André; Centro de Apoio ao Menor Carente no bairro Teotônio Vilela; Centro Comunitário da Paróquia Santa Terezinha; Centro Educativo Missionário da Santíssima Trindade; o projeto social do Pe. Celso no bairro Nelson Costa; o Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS), onde Maria Rosa conheceu o trabalho da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, em um dos encontros promovidos pelo CEHAS, do Sr. Luís Lima; e o Abrigo São Vicente de Paulo, instituição que foi muito apoiada pela rede com doações de alimentos e custeios de melhorias nas estruturas do imóvel.
Nesse contexto cada vez maior de projetos apoiados, foram fomentadas as providências para a criação formal da ONG HNB.
1999 e a constituição formal da Human Network do Brasil
Enquanto que em 1999, na Alemanha, governava o chanceler Gerhard Schröder, Fernando Herinque Cardoso exercia a presidência no Brasil. Um contexto de crise agrária e de altos índices de desemprego eram uma realidade no país, que buscava consolidar o plano real e alcançar o equilíbrio econômico. Mas o aumento da dívida pública era gradativo e constante no Brasil, gerando o desequilíbrio fiscal e uma lentidão na expansão econômica. O desenvolvimento social, na expressão e efetivação dos direitos fundamentais, era um privilégio de uma pequena camada social brasileira nessa época.
A realidade da maioria das pessoas no Brasil era o desemprego, acesso difícil a serviços públicos de qualidade e a necessidade de mais infraestruturas sociais para atender às necessidades mais básicas.
Foi nesse contexto social, político e econômico, que a proposta da HNB foi formada, com foco na educação profissionalizante, esporte e creches. O bom relacionamento de Michael Eckes e Maria Rosa com os amigos da Alemanha, possibilitou o trabalho de rede com a família alemã Eckes; amigos da Suíça; Estados Unidos; de várias famílias industriais e de comerciantes dos Rotarys Clubs de Mainz-Churmeyntz.
Em 29 de julho de 1999 foi constituída a Associação Brasileira para o Desenvolvimento Comunitário Human Network do Brasil, e registrada no Cartório de Registro Especial de Título e Documentos e Registro Civil e Pessoas Jurídicas da Comarca de Ilhéus-BA, em 5 de setembro de 2001.
Em sua ata de fundação, participaram o Sr. Humberto dos Santos Menezes convidado a presidir a assembleia constitutiva, com as presenças dos membros do Conselho de Administração como Michael Eckes, Rute Colares Pelição, Silvio Raimundo Cardoso Nora, Ceres Santos Morais, Bruno Germscheider, Maria Zenaid Souza de Oliveira e Saulo Cavalcanti Portela. A diretoria foi composta por Josan Ney do Rosário Gomes como Diretor Superintendente, José Brandt da Silva Filho como Diretor Financeiro e Alvarin Brinck Izaguirres como Diretor Administrativo. No Conselho Fiscal, assumiram Alfredo Dantas Landim, Jaime Alves dos Santos, Paul Elmar Germscheid e, por fim, como membros suplentes, as pessoas de José Lourenço da Fonseca Silva, Augusto César Abreu Macedo e Grudun Burgunde Grundmann.
O suíço Max Ruegger, e sua esposa Dra. Ulla, foram os doadores que ajudaram a complementar a compra e reforma da sede onde funciona a HNB, onde depois foi estabelecido o Centro Profissionalizante, na Rua Antônio Lavigne de Lemos, 92, Centro da cidade de Ilhéus, Bahia.
O elo fundamental para o estabelecimento da HNB em Ilhéus, no Sul da Bahia, foi a amizade com pessoas comprometidas com a causa social. Uma dessas pessoas foi a Irmã Encarnação, da Pastoral da Criança, com quem os dirigentes da HNB muito contaram com sua importante atuação voluntária para a implantação do Centro de Promoção Feminino Dom Bosco, e os cursos profissionalizantes.
“Graças às doações de amigos de confiança, podemos continuar nossas atividades. A confiança e o compromisso são os valores fundamentais para a rede apoiar os projetos. Recebemos doações diretamente de amigos e pessoas próximas a mim, que me conhecem. Os doadores gostam sempre de receber cartas para ter notícias sobre as ações sociais, e, sempre que podem, vêm ao Brasil visitar os projetos. Ficam felizes ao verem as realizações”, conta o fundador Michael Eckes.
A unidade de propósitos bem formados para a consolidação da HNB confluiu bem e a favor dos trabalhos sociais, desta vez amparados pela existência formal da instituição.
Os membros da rede, animados pela intenção de ajuda humanitária para o desenvolvimento social através de projetos, contaram com bons ventos para uma jornada regada a muitas atividades.
Em 2000, o escritório administrativo da HNB entrou em funcionamento em Ilhéus.
Também neste ano, a Human Network Internacional, em Munich, na Alemanha, foi criada. Com isso, uma rede de amigos doadores da família alemã Eckes, da Bavária, de outros Estados germânicos e da Europa, concretizaram o compromisso firmado três anos antes, para apoiar a HNB em sua missão social e áreas de atuação.
Em 2000, também foram contempladas as iniciativas do Centro de Amparo ao Menor Abandonado de Ilhéus (CAMAIC); o Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS); o Centro de Apoio aos Menores Carentes do Bairro Teotônio Vilela; a Associação dos Pais do Pré Escolar Nossa Senhora da Conceição; a Associação das Irmãs Missionárias da Santíssima Trindade; o projeto Cáritas da Paróquia de Santo Antônio de Alagoinhas; a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Itapoan; a Associação Menores com Cristo; e o Instituto Emília de Brito Correia, que por meio da direção da Irmã Luciana, transformou a vida de centenas de crianças da periferia.
Neste mesmo ano, no dia 27 de junho, o fundador Michael Eckes recebeu o título de cidadão ilheense, expedido pela Câmara Municipal de Ilhéus, a sede do poder legislativo ilheense. O reconhecimento do poder público municipal endossou a importâncias das atividades da HNB para o município, atuando, pelo terceiro setor, de forma significativa para a promoção do desenvolvimento social.
Com a seriedade que é peculiar da dinâmica de trabalho da Human Network do Brasil, e a solidez necessária, estabelecida no núcleo da rede, os horizontes que permearam as realizações a partir da constituição formal da organização, lançaram, ao longo de vinte dourados anos, uma trajetória com significativo saldo social.
A HNB passou a funcionar com três funcionários contratados, colaborando na sede situada no bairro do Pontal, em Ilhéus.
No ano de 2003, a HNB transferiu sua sede para um imóvel situado no Centro da cidade.
Essas ações, em conjunto, foram fundamentais para criar solidez e sustentação, lançando as bases para a promoção da cidadania e a transformação social da realidade de crianças, adolescentes e a população de baixa renda no município de Ilhéus.
Gente de outros lugares, também foram alcançadas com as iniciativas sociais, através da educação, cursos profissionalizantes, esporte e cultura. O objetivo era servir como fonte de apoio a projetos próprios e de instituições sociais já existentes.
O Centro de Promoção Feminino Dom Bosco
“Nosso objetivo era oferecer àquelas mulheres carentes, uma oportunidade para aprenderem uma atividade profissional, conquistarem um espaço no mercado de trabalho, seja por meio do emprego formal ou com a realização do próprio empreendimento. Formamos muitas turmas e conseguimos transformar a vida de milhares de mulheres por meio da profissionalização no Centro Feminino Dom Bosco”, destaca Maria Rosa.
Com inauguração no início do ano 2000, o Centro de Promoção Feminino Dom Bosco foi estabelecido no imóvel onde está sediado o centro administrativo da HNB, para atender mulheres de baixa renda em diversas áreas comerciais e funcionando com recursos próprios.
Por meio da parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), a HNB iniciou em espaço próprio as atividades profissionalizantes, oferecendo diversos cursos como informática; corte e costura; arte e culinária; cabeleireira; artesanato; camareira; manicure e pedicure; bijuteria; artesanato; recepcionista; pintura em tecido; automaquiagem e inglês.
Foi destaque o projeto Ralph Goldberg, com um curso de Informática. O financiador desse projeto investiu na compra de dez computadores, aparelhos e instalação de rede.
Ao mesmo tempo, a HNB também realizou importante aposta na área da Informática, com a aquisição de mais 26 computadores completos entre os anos de 2003 a 2006, para possibilitar o uso individual de cada máquina e valorizar ainda mais a potencialidade do curso.
Uma média de 900 mulheres foram formadas, por ano, durante o funcionamento do Centro de Promoção Feminino Dom Bosco, em diversos tipos de cursos. O sucesso do trabalho foi sentido por comerciantes da cidade de Ilhéus, que procuraram a administração da HNB para indicar mulheres capacitadas no Centro de Promoção Feminino Dom Bosco para ingresso no mercado de trabalho.
O Centro de Promoção Feminino Dom Bosco funcionou atendendo mulheres até o ano de 2007. A partir de 2008, a unidade passou a receber também alunos do sexo masculino para participar das capacitações, passando, o núcleo de profissionalização, a ser chamado de Centro Profissionalizante Human Network do Brasil.
A instituição também fomentou outras iniciativas para além dos muros do Centro Profissionalizante da HNB, como é o caso da Escola de Informática Dr. Ritt, situada na Igreja Católica do Sagrado Coração de Jesus, no Iguape, em Ilhéus, que contou com a doação de 4 computadores do Dr. Ritt, diretor técnico de uma companhia de vidros industriais na Alemanha.
Nesta instituição, foram oferecidas 8 turmas e 44 jovens capacitados por curso, com duração de 3 meses e conteúdo programático dos módulos de IPD, Windows, Microsoft Word e Excel.
Na Escola de Informática Dr. Raith, não foi diferente. Localizada na Casa da Criança da Princesa Isabel, em Ilhéus, foram doados pelo empresário industrial Dr. Lorenz Raith, 16 computadores utilizados para a capacitação de 167 jovens, distribuídos em 15 turmas, num curso que durou 3 meses trabalhando conteúdos como IPD, Windows, Microsoft Word, Excel e Corel Draw.
O Centro Profissionalizante HNB também chegou a ofertar aulas preparatórias para estudantes que iam fazer o vestibular para ingresso no ensino superior, como na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Diversos projetos passaram a ser apoiados no ano 2000. A AIAM continuou sendo subsidiada, enquanto que a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus foi abraçada na rede. Estes projetos se tornaram de continuidade, que pela ampla relevância social, ganharam destaque e, até os dias atuais, são subsidiados 100% pela instituição.
Antes que continuemos a narrar os fatos dos anos seguintes, vamos conhecer como se desenvolveu a relação entre a Human Network do Brasil e a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus.
Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, para o cosmos
A rotina dos treinos de futebol para meninos de rua, seguia seu ritmo normal no pobre bairro de Vila Nazaré, em Ilhéus, sob a direção do professor voluntário Luís Silva Lima, c0nvidado pela ONG Centro de Humanização e Ação Social (CEHAS).
Sem o apoio financeiro de instituições públicas governamentais ou filantrópicas, centenas de crianças e adolescentes treinavam futebol movidas pela inquietude de Seu Luís, como é chamado, que não se contentou em apenas desfrutar das benesses de sua aposentadoria conquistada após longos anos de trabalho em Santo André, cidade no estado de São Paulo, onde residiu por 41 anos. Natural de Uruçuca, cidade coirmã de Ilhéus, Seu Luís retornou para a terra natal para cuidar da família. Ao se deparar com a situação das crianças e jovens ilheenses, conheceu uma realidade que o convidou a mergulhar no trabalho social.
“Não conhecia a pobreza da minha Bahia, das minhas crianças”, explicou Luís. “Comecei um trabalho no Centro Social Urbano (CSU) com meu filho”, conta, ao lembrar as primeiras ações em favor da comunidade, aterrissando de paraquedas como professor voluntário, ministrando aulas de futebol para meninos pobres da periferia de Ilhéus, desde 1989.
Era preciso ir além daquela realidade evidente na lente dos olhos, transpondo e transformando a cena de crianças e jovens carentes expostos aos riscos sociais, como drogas e prostituição. O instrumento que Luís, junto com seu filho, encontraram para ajudar a comunidade, foi o trabalho voluntário na área do esporte.
Os anos a fio de tocar um projeto social sem a ajuda de instituições, estavam com os dias contados.
Tempos após, caminhando com sua esposa na Rua Antônio Lavigne de Lemos, Luís encontrou por um acaso com Maria Rosa, quem havia conhecido no CEHAS. Ela ofereceu um almoço de natal para as crianças do projeto.
“Levantei o orçamento do almoço natalino e apresentei no escritório da HNB, onde conheci Sr. Michael Eckes. A partir daí, eles aprofundaram o conhecimento do nosso projeto, e, até hoje, a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus é financiada 100% por meio da HNB. Os treinos são totalmente gratuitos para alunos entre 8 e 18 anos”, explicou.
Com uma importante proposta de inclusão social para crianças e adolescentes, a Escolinha de Esportes foi criada legalmente em 1º de janeiro de 2000, destinada para a promoção de atividades esportivas, entre elas, treinos de futebol de campo para crianças e adolescentes, entre 8 e 18 anos, como atividade principal; reforço escolar para os alunos do projeto; cursos como de pintura em tecidos, manicure e pedicure, e de dança afro para mulheres das comunidades, como atividades paralelas.
Pessoas de diversos bairros de Ilhéus, como Malhado, Barra, Teotônio Vilela, Couto, Aritaguá e povoados do Banco do Pedro, São José, Sambaituba, São João, dentre outros, são atendidos no projeto.
Após o primeiro ano de apoio ao projeto, em 2001, oito alunos da Escolinha, Williams Santos de Jesus, Alexandre Lucas Ferreira Gusmão, Rodrigo Mendes de Souza, José Carlos Nascimento de Oliveira, Carlos Bispo dos Santos, Alessandro Sousa da Silva, Marcos Paulo Sampaio Meireles e Leomir Nascimento Serqueira, junto com o professor Luís, foram contemplados com a primeira e histórica viagem internacional para um torneio beneficente de futebol juvenil na Alemanha, presenteada por diversos ajudantes e patrocinadores europeus mobilizados pelos fundadores da HNB. A comitiva brasileira, que também contou com a presença do membro da HNB Thadeu Gonçalves, desembarcou em Munique, em novembro de 2000, para um super intercâmbio cultural e esportivo Bavário-Baiano.
O grupo HNB mostrou para os potenciais doadores que o espírito de equipe e a responsabilidade pessoal na prática esportiva, são capazes de desenvolver as crianças e jovens do projeto.
O fundador ME pautou a responsabilidade social global dos empresários e amigos europeus para ajudarem aos mais carentes, que vivem em condições consideradas como uma das piores do mundo, para poderem ter uma vida melhor.
A finalidade dos torneios de intercambio beneficentes, era a de levantar recursos para a construção de um Centro esportivo e educacional, onde além do campo para jogos, os alunos do projeto e seus familiares poderiam contar com cursos profissionalizantes.
Em uma publicação especial que registrou os melhores momentos desta viagem, jogadores do FC Bayern München, como Roque Santa Cruz, Paulo Sérgio, Giovane Elber e Claudio Pizarro, juntamente com o treinador Michael Henke, assinaram uma carta destinada aos amigos do futebol e, nela, declararam que a visita da equipe das crianças brasileiras de rua conseguiu conquistar o coração de muitas pessoas e despertar a compreensão social sobre a miséria de milhões de crianças em sua terra natal. Cinco equipes de TV e mais de trinta jornais diários regionais e nacionais, dedicaram artigos detalhados à visita dos brasileiros no Ottobrunner Sportpark.
Além da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, participaram do torneio beneficente os times FC Bayern München; Grasshopper-Club Zürich; 1. FC Nürnberg; TSV Ottobrunn; FC Tirol Innsbruck; TSV 1860 München; SpVgg Unterhaching; FC Augburg; e SSV Jhan Regensburg.
“Eu e os alunos ficamos hospedados na casa do Sr. Michael, em Munique, que nos recebeu com muita alegria. Depois fomos para Ottobrunn. A viagem, que durou dez dias, foi incrível. Os alunos ficaram muito felizes e agradecidos”, relembrou, saudoso, o professor Luís.
Outras duas idas ao país germânico entraram para a história da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, sendo a segunda realizada em novembro de 2001 e a terceira em novembro de 2003.
Neste período, em 2002, a HNB deu passos importantes para a compra do imóvel destinada à construção do tão sonhado Centro Esportivo e Educacional, com a ajuda dos amigos da Alemanha. Um terreno de 7.612 m², localizado na Avenida Esperança, próximo ao Colégio Modelo, em Ilhéus, foi adquirido legalmente pela instituição como resultado dos esforços alcançados nos torneios beneficentes realizados na Alemanha.
Para a construção, toda a documentação foi apresentada para atender aos requisitos legais, exigidos pela Prefeitura Municipal de Ilhéus, o órgão competente para autorizar a edificação, com a necessária apresentação de documentos, desde os comprobatórios de compra do terreno, à plantas, responsabilidade técnica, ART-CREA etc, para a realização das obras, culminando com a liberação do “Habite-se”, documento fornecido pela Prefeitura, e averbada no Cartório de Registro de Imóveis.
Ao todo, a obra compreendeu a construção do muro divisório, drenagem da área, construção de um campo de futebol e instalações completas, com conclusão no ano de 2005.
As viagens promoveram um proveitoso intercambio esportivo-cultural. Em novembro de 2002, foi a vez da equipe Alemã vir ao Brasil para um maravilhoso torneio promovido em Ilhéus, na área esportiva do Instituto Nossa Senhora da Piedade.
Na Alemanha, as crianças carentes de rua do Brasil, com a comitiva brasileira, que também contou com a presença do colaborador Overland Santana, vivenciaram encontros com grupos de rotarianos, realizaram visitas à museus e encontros com jogadores do FC Bayern München, entre eles, Zé Roberto, Paulo Sergio e Helber.
Uma grande alegria aconteceu nesse meio tempo, na viagem de 2003, quando o time da Escolinha de Futebol, conquistou o 1º lugar no torneio realizado em Mainz e a 6ª colocação em Ottobrun.
Neste ano, com a ajuda da família Rechenberg, de Munique, Alemanha, e da Stock do Brasil, grande empresa de licores sediada em São Paulo, a HNB realizou a construção da primeira etapa do Centro Esportivo.
Do Centro de Promoção Feminino Dom Bosco ao Centro Profissionalizante Human Network do Brasil
Criar meios e condições para que as pessoas vulneráveis socialmente possam conquistar o próprio sustento e, a partir daí, construírem uma nova e melhor história de vida é uma ideia que sempre acompanhou a filosofia de trabalho da HNB, desde o início das ações. Os princípios da caridade e o da filantropia se conjugam ao “ensinar a pescar”, para além da assistência de exclusivamente “dar o peixe”.
No valor do trabalho e da dignidade promovida ao ser humano que pode, deve ser educado e formado com o conhecimento de um ofício, encontramos um eixo de desenvolvimento pessoal e da comunidade capaz de agregar mais e melhores condições de vida, ao tempo em que é dever do Estado prover de forma universal a saúde, entre outros direitos fundamentais. No entanto, todos sabemos que os recursos são limitados – e, muitas vezes, mal administrados –, na escala da demanda social brasileira.
No Brasil, país onde se paga um dos mais altos impostos do mundo e são oferecidos serviços públicos de baixa qualidade e oferta, entra em cena, por uma questão de necessidade, o desafio do trabalhador brasileiro de prover a si e a sua família as condições necessárias e satisfatórias quanto à educação, saúde, lazer, moradia, transporte e segurança, entre outros. Ao mesmo tempo, é dever da sociedade lutar por um Estado Democrático de Direito onde os direitos fundamentais sejam respeitados por todos, sobretudo na atividade estatal, em suas diversas instâncias, sejam municipais, estaduais ou federais.
Dito de outro modo, vivemos em um país que ainda longe de oferecer serviços públicos satisfatórios, onde cresce cada vez mais o desafio dos cidadãos em conquistar o seu sustento sem precisar ficar dependendo exclusivamente de programas sociais para viver, para que possam, ao terem abastecidas as próprias necessidades e de sua família por meio do trabalho, galgar uma vida mais próspera e abundante.
Feitas estas singelas reflexões, pensemos, em nível social, o tamanho do empreendimento que Maria Rosa e Michael Eckes estavam construindo nos anos 90 em Ilhéus, em torno da ideia de levar a profissionalização para os projetos sociais e executar um projeto de educação próprio, pensado, formado e gerido pela própria HNB, para a capacitação de jovens e pessoas pobres.
Talvez eles não compreendessem totalmente a dimensão dessa empreitada, mas pelos registros que temos, podemos verificar que o sonho foi transformado em realidade, tendo iluminado a vida de milhares de pessoas beneficiadas com a profissionalização em Ilhéus. Sem dúvidas, uma tradução que revela o tamanho de seus corações e a vontade de fazer acontecer.
Essa história, para além do intuito, começou a tomar forma a partir do levantamento social realizado com a rede de amigos em Ilhéus, para compor o trabalho da rede de apoio, conforme já narramos em momento anterior. Foi em 1998 que isso aconteceu e um projeto de profissionalização foi idealizado em conjunto com os dirigentes e voluntários.
Inicialmente, as atividades de profissionalização foram pensadas com a criação de uma escola profissionalizante filiada à AIAM – Escola São João Bosco, que lançou, a princípio, seis cursos para o ano de 1999.
No curso de Informática, foram capacitados 90 adolescentes (abril de 1999); em Pré-Moldados para fabricação de material de construção, profissionalizaram-se 48 jovens (abril de 1999); para Corte e Costura foram 32 alunos capacitados (abril de 1999); em Carpintaria foram 50 adolescentes formados (maio de 1999); em Serralheria, 40 jovens profissionalizados (maio de 1999); e Reciclagem de Lixo, 60 adolescentes formados (julho de 1999). Todos os jovens eram pobres, possuíam idade entre 14 a 17 anos e realizaram os cursos na sede da AIAM, no Banco da Vitória.
O sonho de colocar em prática um projeto próprio e idealizado pelas pessoas que fizeram e fazem da HNB uma organização pujante e proativa, já estava acontecendo.
No decorrer dos trabalhos, os dirigentes da rede, amigos e voluntários, observaram a batalha diária das mulheres pobres para sobreviver, muitas, mães solteiras e desempregadas, com filhos pequenos para cuidar.
Daí então, surgiu a ideia de uma escola profissionalizante voltada exclusivamente para mulheres, um lugar onde elas pudessem aprender diversas atividades e desenvolver suas potencialidades profissionais.
Assim foi formado o Centro de Promoção Feminino Dom Bosco, que funcionou de 2000 a 2007, que mais tarde veio a ser transformado em Centro Profissionalizante HNB, de 2008 até os dias atuais.
A linha do tempo continua
Uma média de 20 a 30 projetos foram apoiados entre 2000 e 2005, com a mesma proposta de trabalho humanitário que vinha sendo seguida nos anos iniciais. Ao mesmo tempo, novas iniciativas se integraram à rede de apoio para receber ajuda e, outras saíram, na medida em que conseguiam outras fontes de recursos, apoio de outras instituições e meios para continuar a caminhada.
Somente no ano de 2003, uma média de três mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos, foram diretamente beneficiados por meio das entidades conveniadas com a HNB.
Foi também neste período em que a HNB realizou importantes investimentos na área de Informática, com a compra de 14 computadores completos para atender uma pessoa por máquina, para a melhor profissionalização dos atendidos.
As dificuldades fizeram parte da jornada. Incansável em uma de suas missões pessoais de vida – ajudar pessoas carentes – o Sr. Michael, foi perseverante durante todos os anos para captar recursos. Para essa tarefa, ele pode contar com os apoios de sua esposa Maria Rosa, de sua mãe Sra. Marianne Eckes, amigos e sócios, que continuaram firmes, junto com Sr. Michael, ajudando os projetos no Brasil.
O rigor documental sempre fez parte dos procedimentos administrativos e de gestão da HNB, cujos dirigentes, de forma contínua, prezaram pela organização, regularidade e documentação de todos os convênios e ações, para a devida e transparente prestação de contas aos integrantes da rede de ajuda.
Para a realização dos convênios de instituições com a HNB, os procedimentos realizados são a submissão de projeto para análise prévia, verificação da regularidade documental, avaliação, entrevista e prestação de contas. Mas o grande pré-requisito básico para a realização dos convênios, é o reconhecimento da comunidade quanto à seriedade da instituição.
Para os doadores, a HNB apresenta relatórios detalhados contendo o descritivo de todos os projetos ajudados, planilhas financeiras anualmente.
Com o avanço dos trabalhos, em 2004, a AIAM começou a funcionar também como creche e pré-escola e, por orientação do órgão judicial responsável pela Infância e Juventude, o atendimento de crianças e adolescentes em situação de risco social como abrigo, educação e intervenção pedagógica no retorno à família, foi realizado até o ano de 2012.
A partir de então, a AIAM atualizou sua missão para continuar o atendimento aos menores, exclusivamente voltada para a Educação Infantil enquanto Creche e Pré-Escola de Escola conveniada à Secretaria de Educação do Município de Ilhéus.
De 2007 em diante, 12 projetos foram conveniados, ao mesmo tempo em que 3000 pessoas foram ajudadas por meio dessas iniciativas. Entre elas, 27 famílias de pequenos produtores estabelecidos na zona rural da cidade de Uruçuca-BA. Por meio do projeto Água Para Desenvolver, a Associação dos Pequenos Produtores de Serra Grande foi apoiada pela HNB para captar e distribuir água para as famílias, com a finalidade de extinguir a falta de água e o comprometimento da produção agrícola.
Outros projetos também marcaram a trajetória da Human Network do Brasil, com o Projeto Bom Pastor e Educandário Dona Cordolina Loup Reis.
Este primeiro, atuava como regime de creche, com educação infantil, alfabetização e reforço escolar, atendendo um público com faixa etária de 3 a 14 anos.
O segundo projeto, administrado pela Congregação Nossa Senhora dos Humildes, de Salvador, Educandário Dona Cordolina Loup Reis, foi fundado em 1956 pela Irmã Catarina, e funcionava na rodovia Jorge Amado, BR 415, km 22, com a administração de freiras e tendo a educação como missão social.
Inicialmente, o Educandário funcionou como abrigo para meninas, de 5 a 12 anos, em regime de internato com educação formal, e, depois, atendeu alunos de 3 a 8 anos de idade, da educação infantil à 4ª série, já tendo beneficiado uma média de 80 alunos por ano letivo.
Para o Instituto Nossa Senhora da Piedade, a HNB contribuiu com o projeto “O Corpo Fala”, voltado para crianças com deficiência auditiva, alunas da Escola Santa Ângela.
Uma iniciativa social importante para apoiar mulheres vulneráveis, foi o projeto Libélula, da Associação das Mulheres do Bairro Santo Antônio. A HNB contribuiu com ajudas para as ofertas de assistências psicossocial, jurídica, ginecológica e de prevenção para jovens mulheres, adolescentes e crianças, de 10 a 17 anos, na cidade de Itacaré, na Bahia.
A HNB também apoiou a Associação Pedagógica Dendê da Serra, uma escola voltada para a educação de crianças residentes na comunidade de Serra Grande, município de Uruçuca-BA. A ajuda foi destinada para a manutenção das aulas de música que integram o cronograma de atividades da escola.
Em 2008, a HNB firmou uma importante parceria com a Bit Shop Indústria Comércio Exportação e Importação – BITWAY, que doou computadores para apoiar os alunos do Centro Profissionalizante. Este também foi o ano que de Promoção Feminino Dom Bosco se tornou o novo Centro Profissionalizante Human Network do Brasil.
A parceria com o SENAC permaneceu consolidada em 2008, enquanto o critério de matrícula nos cursos passou a estar voltado para jovens e pessoas acima dos 18 anos, que possuem o Ensino Fundamental Completo. A nova configuração da escola profissionalizante foi feita também para evitar a ociosidade e vulnerabilidade social dos jovens recém-saídos da educação básica, também com o firme propósito de ofertar a formação profissional.
Para além da parceria com o SENAC, a Human Network do Brasil também promoveu cursos próprios, ampliando a oferta de capacitação dos cursos profissionalizantes habitualmente oferecidos, dessa vez não mais apenas restrito para mulheres, mas para pessoas de ambos os sexos.
Por quase duas décadas, dezenas de moças e, às vezes, rapazes, adentraram o colorido prédio da HNB, na rua mais procurada por turistas, para lá costurarem sonhos, objetivos e técnicas na perspectiva de um futuro melhor.
Na Rua Antônio Lavigne de Lemos, Quarteirão Jorge Amado, no Centro histórico de Ilhéus, a sede da HNB ganhou cores vibrantes que não significariam tanto se não fossem as cores humanas, pessoas que deram tanta vida ao modesto prédio.
O colorido do laranja vibrante harmonizado com o amarelo e branco do imóvel, trouxeram à passarela histórica, que liga a Igreja São Jorge à Catedral de São Sebastião, tons marcantes e consolidados de um cenário urbano, e que, com o céu azul anil, complementaram o plano de fundo da paisagem, colorindo a vida das pessoas para imprimir sonhos em realização.
Ao longo dos anos foram realizados no Centro Profissionalizante HNB cursos e oficinas como na área de culinária (doces finos, salgados para coquetéis, confecção de bolos confeitados, tortas doces e salgadas, salgados comerciais, trufas, forno e fogão, ceias natalinas, sopas e caldos), costura (confecção em malha, moda praia, confecção de bolsas), cabeleireiro (corte e escova, colorimetria, tratamentos etc), estética (limpeza de pele, design em sobrancelhas, maquiagem, depilação), manicure e pedicure.
Por meio de uma equipe de colaboradores comprometidos com o valor da cooperação e o objetivo maior da instituição, que é transformar vidas, a HNB renovou ao longo dos anos sua missão em fomentar ações que possibilitasssem a construção de uma história diferente e melhor para as pessoas em busca de um futuro próspero, através da profissionalização.
A estrutura do prédio do Centro de Profissionalização da HNB é composta por uma recepção, duas salas administrativas, duas salas de costura com cinco máquinas do tipo zig zag, cinco do tipo overlock e um ganeleira, um amplo salão para cabelos, duas salas de gestão, uma sala de estética, uma sala de reuniões, além de uma cozinha completa, sete banheiros e um depósito.
Cada sala possui capacidade para atender de 15 a 20 pessoas por turno, podendo-se chegar a até 30 pessoas ao dia.
O Centro Profissionalizante se alargou todos os dias, como um coração pulsante e acolhedor, à medida que recebeu outros corações em busca de oxigênio na vida socioprofissional.
Seguindo chronos: De 2009 em diante
Mesmo com os desafios da crise econômica mundial continuada em 2009, a HNB permaneceu fiel ao exercício dos trabalhos sociais, embora com um aporte menor de recursos, conseguindo continuar o apoio a 6 projetos. Uma média de 2500 pessoas pobres, entre crianças, jovens e adultos foram ajudados neste ano.
Em 2010, outra iniciativa de grande relevância foi firmada. O Banco do Brasil, por meio da iniciativa Programa Adolescente Trabalhador, na parceria com a HNB, capacitou e empregou jovens aprendizes, de 15 e 16 anos, numa jornada de 4 horas diárias. Além de receberem uma remuneração de 1 salário mínimo nacional e vale alimentação, os jovens inscritos no programa também foram contemplados com vale transporte e plano de saúde.
No ano de 2011, assim como em 2010, 5 projetos continuaram a ser apoiados pela rede, com cerca de 2.200 crianças, jovens e adultos carentes beneficiados pelas iniciativas.
Os horizontes para a ajuda humanitária na Bahia voltaram a se expandir aos poucos, na medida em que convênios com novos projetos, em relação aos anos anteriores, passaram a ser celebrados com a rede de ajuda HNB.
Em 2012, 8 iniciativas sociais foram apoiadas e cerca de 1000 pessoas carentes beneficiadas, inclusive as crianças da Creche São Francisco de Assis, localizada no bairro Teotônio Vilela, que tiveram a melhoria do atendimento oferecido com a reforma completa das instalações com a ajuda da HNB em parceria com o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado.
Em 2012, a Diocese de Ilhéus foi auxiliada na construção da Capelania São Paulo Apóstolo, cujo trabalho social, desenvolvido no bairro Princesa Isabel, já precediam ações de ajuda humanitária à pessoas carentes ao longo de sua história, preservada nas ações atuais.
Um parêntese para a Paróquia São Paulo Apóstolo, veterana em trabalhos sociais
Com a finalidade de erguer as novas bases do prédio da então Capelania São Paulo Apóstolo, a HNB destinou as primeiras ajudas para a Diocese de Ilhéus, em 2012. Os recursos financeiros continuaram a ser destinados em 2013, também para construir salas para a realização de cursos profissionalizantes, com a finalidade de atender a comunidade carente do bairro Princesa Isabel, tornando-se ponto de referência para os fiéis e visitantes.
Mas até que todas as bases dessa construção fossem erguidas, uma trajetória que nasce no seio de uma comunidade, foi construída.
Foi no ano de 1976, que a história da nova Paróquia de São Paulo Apóstolo começou. Um grupo de pessoas, em santas missões, se reunia na rua do bairro Princesa Isabel para fazer círculos bíblicos. Santas missões, estas, diretamente ligadas à iniciativas de ajuda humanitária à pessoas de rua e famílias pobres, para captação e doações de alimentos.
Depois, os encontros passaram a ser realizados em um barracão, construído no espaço onde hoje está edificado o prédio da Igreja, e, em seguida, pouco a pouco, foi sendo construída uma capela de tijolinhos.
“No começo, era só um sonho. Quando tinha chuva, caiam as paredes, o telhado, e a comunidade fazia a vaquinha e reconstruía. Na época da construção, fomos para a sede da Igreja provisória, uma casa onde o Padre Cristo nasceu e foi criado, o que foi bastante gratificante. E o Padre Cristo sempre ali, buscando ajuda com a simplicidade e carisma que tem”, relembrou uma moradora do bairro Princesa Isabel, e fiel católica, Eliene dos Anjos. Ela comentou que a transformação da capelania São Paulo Apóstolo em Paróquia é uma realização de cada cristão que acompanhou o passo a passo da luta do Padre Cristo e dos Padres antecessores.
Ilheense, nascido e criado na Avenida Princesa Isabel, hoje (2021), com 65 anos de idade e 35 anos de sacerdócio, cuja ordenação realizou-se em 1º de setembro de 1985, o Padre Cristo, como é chamado, na transição de Capelão à posse como Pároco, emocionado, lembrou, durante a celebração eucarística, o momento de como se iniciou a construção das primeiras bases da Igreja e os desafios enfrentados na reconstrução do prédio.
Foi também junto ao Padre Cristo, só que em um momento anterior, que a Human Network do Brasil auxiliou na ampliação e reforma da Paróquia de Santa Terezinha, situada no bairro Esperança, em Ilhéus. A comunidade passou a poder contar com uma Paróquia nova e com mais espaço para uso dos grupos religiosos e trabalhos sociais.
Era por uma porta estreita, passando por um corredor, por onde a comunidade da Capelania São Paulo Apóstolo entrava para as reuniões religiosas no espaço provisório, próximo à subida da ponte para o Pontal, num local conhecido como Ponta da Pedra.
Em torno de 100 pessoas se agrupavam e eram acolhidas num lugar bastante pequeno para as missas, celebradas pelo Padre José Cristo, enquanto a sede da Capelania estava em reforma com a ajuda da HNB.
A amizade entre o fundador da HNB, Michael Eckes, e o Padre Cristo, fortaleceu a nobre tarefa de reerguer as bases do novo prédio daquela que já foi Capela, Capelania e hoje tornou-se uma legítima Paróquia, sob a chancela de São Paulo Apóstolo.
A Capelania ganhou um novo visual, moderno, arejado, com um belo jardim, compondo um espaço acolhedor.
A reforma, conduzida pela arquiteta Simone Flores, autora do projeto, foi orientada também com as mãos de engenheiros e de todos os operários na construção do novo prédio. O projeto executado seguiu a norma da Igreja, com o presbitério, formado pela pia batismal, a mesa da palavra, a mesa do altar da Eucaristia e a capela do Santíssimo Sacramento.
A parte administrativa tem 4 salas, com a secretaria paroquial, a sacristia, o gabinete pastoral e o arquivo do dízimo, além de quatro banheiros, sendo um banheiro masculino, um feminino, um para cadeirantes e o banheiro da administração.
Os antigos tijolinhos originais foram preservados trazendo um visual rústico. Também foi feito um auditório, três salas para cursos, espaço dos músicos e uma quitinete para visitas pastorais.
Foi na abertura do novenário da Festa de São Paulo Apóstolo que a então Capelania abriu suas portas para a comunidade cristã, em 16 de janeiro de 2014, momento em que as missas passaram a ser celebradas na sede oficial, pelo Padre José Cristo.
O pároco explica que todas as pessoas que se envolvem nas pastorais da Paróquia, são voluntárias. “Desenvolvemos um trabalho social com o grupo São Lucas há muitos anos, que é o projeto da partilha, acompanhando 30 famílias cadastradas, com formação dessas famílias de 15 em 15 dias e entrega mensal de cesta básica. Outros grupos também foram formados com a criação da Pastoral Familiar e a Pastoral Litúrgica, que são fundamentais para o nosso trabalho missionário”.
O sacerdote também destacou o aumento da procura para a realização de casamentos na então Capelania, principalmente depois da reforma. “Temos costume de celebrar mais de um casamento no mesmo dia”, afirmou.
“Agradecemos a todas as pessoas da comunidade que contribuíram para esta reforma e aos patrocinadores alemães, nas pessoas de Sr. Michael Eckes, Maria Rosa e amigos da rede de apoio HNB, que enxergam no trabalho da Igreja, o desenvolvimento social e comunitário”, declarou o Padre Cristo.
É com a formação que a Paróquia São Paulo Apóstolo está focada, de acordo com o Padre Cristo. Os cursos de catequese, grupo de jovens, turma de iniciação cristã para os adultos que não receberam os sacramentos, estudos de formação permanente, preparação para a crisma e perseverança, são realizados na sede.
O momento em que a Capelania passou para o status de Paróquia, também foi muito marcante. Na ensolarada manhã do domingo de 12 de janeiro de 2020, comunidades participaram em Ilhéus de uma missa solene para a esperada instalação canônica da Paróquia de São Paulo Apóstolo, na Avenida Princesa Isabel. Também foi neste dia em que tomou posse, como pároco, o Padre José Alvino de Cristo, o Padre Cristo.
Com celebração festiva, a missa, presidida pelo bispo da Diocese de Ilhéus, Dom Mauro Montagnoli, contou com a presença de padres, diácono, fiéis, representantes do governo municipal e pessoas das comunidades.
A nova Igreja de São Paulo Apóstolo da Avenida Princesa Isabel, antes capela e, até então, Capelania pertencente à Paróquia Santa Rita há dez anos, atualmente possui o status de Paróquia, conferido pela leitura do decreto episcopal de número 3002 de 2 de janeiro de 2020, durante a missa.
A Paróquia de São Paulo Apóstolo passou a ser a Igreja Matriz não só da comunidade da Princesa Isabel, mas também da comunidade dos Carilos, da Capela de São Frei Galvão, situada no Alto da Conquista, e da comunidade da Avenida Esperança, da Capela de São Lucas, na Rua Luiz Gama, ambas antes pertencentes à Paroquia Santa Rita e Paróquia de Santa Terezinha.
“Essa é uma Igreja para acolher a todos, missionária. A Igreja se constrói com seu povo feliz. O quanto esperei, trabalhei e rezei por isso aqui. Vontade de sair abraçando todos”, disse emocionado o padre Cristo durante a missa solene.
Ações em curso...
Outro importante projeto em 2012 que a HNB apoiou foi o I Passeio Ciclístico do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado. Uma iniciativa que reúne pessoas anualmente para arrecadar recursos para ajudar projetos sociais.
No ano seguinte, em 2013, 1.192 pessoas foram atendidas nos 7 projetos de instituições conveniadas. As doações destinadas para a Human Network do Brasil, em 2013, possibilitaram ajudar a AIAM, a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, o Projeto Bom Pastor, a Diocese de Ilhéus - Capelania São Paulo Apóstolo e a Creche São Francisco de Assis, esta, por meio do patrocínio do Passeio Ciclístico promovido pelo Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado.
O Centro Profissionalizante HNB juntamente com a Escola Profissionalizante Dom Bosco, matricularam 804 pessoas em 2013, para a profissionalização em diversas áreas comerciais.
A Human Network do Brasil, em março de 2013, realizou um encontro na Academia de Letras de Ilhéus, para apresentar as atividades realizadas pela instituição, os projetos apoiados e os resultados alcançados.
A outra finalidade da iniciativa, foi levar a conhecimento da sociedade civil organizada e representantes do poder público a situação judicial enfrentada pela ONG em relação ao terreno adquirido pela HNB para uso do projeto social Escolinha de Futebol Os Meninos de Ilhéus.
Após a HNB utilizar o terreno por meio do projeto social voltado para atividades desportivas, por quatro anos consecutivos depois da conclusão da construção do centro esportivo, a partir de 2009, a HNB, os alunos do projeto e os dirigentes foram seriamente surpreendidos com uma medida judicial que impactou seriamente a atividade do projeto no imóvel.
A execução de um mandado de reintegração de posse interviu na posse da HNB sobre o terreno, adquirido depois de 7 anos de posse, domínio, uso e integral gozo da propriedade. Isso foi levado a conhecimento público, em Ilhéus.
Foi em fevereiro de 2009 que a 1ª Vara Cível de Ilhéus expediu um mandado de Reintegração de Posse nos autos de um processo judicial em favor da INCON Industrialização da Construção S/A, autora de uma ação contra mais de trinta pessoas por “invasão coletiva” em parte de uma propriedade da empresa.
Ao invés de atuar sobre a área legítima do processo em questão, a 1ª Vara Cível de Ilhéus retirou a posse da HNB sobre o terreno do campo de futebol, da qual é proprietária. Sem ser parte no processo e em nada ter o seu terreno a ver com a execução da reintegração de posse, a HNB ajuizou uma ação de embargo de terceiro no mesmo dia do esbulho para reaver a posse do imóvel, destinado para uso do projeto social e atendimento à mais de 300 crianças e jovens carentes.
No entanto, o juízo da 1ª Vara Cível de Ilhéus não se manifestou sobre a ação de embargo de terceiro ajuizada pela HNB, e esta, apresentou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), uma queixa no ano de 2013 pela demora de pronunciamento da referida 1ª Vara Cível de Ilhéus.
De acordo com o professor e coordenador do projeto, Sr. Luís, “por duas vezes fomos surpreendidos por Oficiais de Justiça com mandados de Reintegração de Posse no imóvel. A primeira vez ocorreu em 2008. O mandado foi cumprido com a presença da polícia, no momento em que as crianças desenvolviam as atividades de treino. Eles iam derrubar o prédio com trator, mas isso não aconteceu porque familiares dos alunos fecharam a rua com uma mobilização pacífica. Fomos obrigados a sair. As crianças ficaram assustadas. Foi um trauma para todos nós”, relembra.
O advogado da HNB ajuizou medidas para reverter o quadro, e obteve êxito mediante as provas favoráveis à instituição, apresentadas à época.
“Na segunda vez, por um Oficial de Justiça com outro mandado de Reintegração de Posse, nós, diretores do projeto, tivemos que entregar novamente o Centro Esportivo. Comunicamos à HNB e ao advogado. Foi um clima muito tenso, só quem viveu para saber”, lamentou o coordenador do projeto, Sr. Luís.
De acordo com o Advogado Lélio Furtado Jr., “as medidas jurídicas adotadas apontam sempre no objetivo principal de comprovar que o terreno pertence, sem qualquer dúvida, à Human Network do Brasil. O trabalho de peticionamento contínuo e paralisação na movimentação regular dos autos levou a diretoria a solicitar a elaboração de uma queixa junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à Corregedoria do Tribunal de Justiça da Bahia”.
Após forte atuação da assessoria de comunicação da HNB com denúncia da situação de injustiça que prejudicou a instituição e os alunos do projeto, diversos veículos de comunicação noticiaram o ocorrido e seguimentos da sociedade civil se manifestaram em favor da HNB. No dia 10 de abril de 2013, uma rede de televisão local, a TV Santa Cruz, no programa Jornal da Manhã, denunciou o fato regionalmente com uma reportagem, onde o advogado foi entrevistado.
A HNB se pronunciou também em programas de rádio da cidade com entrevista na rádio Conquista FM, onde entidades civis locais como o Instituto Nossa Ilhéus, a Câmara Municipal e a Ordem dos Advogados do Brasil se manifestaram em prol da HNB.
Os diretores e amigos da HNB, assim como os alunos e equipe da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, esperam com muita ansiedade que a justiça seja promovida, a fim de que os treinos de futebol voltem a acontecer o quanto antes no Centro Esportivo, como é o direito dos 350 alunos que um dia foram beneficiados durante o auge de quatro maravilhosos anos de atividades plenas nessa estrutura.
Jovens que passaram pela escolinha, hoje estão formados em áreas como engenharia e educação física, na busca de desenvolvimento e crescimento profissional.
As aulas de futebol da Escolinha, enquanto não é resolvida a situação jurídica do Centro de Esportes, têm acontecido no campo provisório e improvisado na Avenida Litorânea, bairro do Malhado, e na quadra do Centro Social Urbano do bairro Barra de Itaípe.
Com o financiamento integral da HNB, a Escolinha oferece aulas gratuitas de futebol, fornecendo materiais como uniformes, luva, bolas, rede, cone, lanches e o custeio dos monitores dos treinos.
No mês de abril de 2013, os dirigentes Michael Eckes e Maria Rosa realizaram a entrega dos uniformes doados por representantes do time FSV Mainz 05, da Alemanha, para os alunos da Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus. As crianças e jovens assistidos no projeto receberam os presentes com muita alegria, ao lado do coordenador Sr. Luís Lima. “É uma grande satisfação ver o entusiasmo desses jovens. A atenção que é dada pela rede de doadores da HNB realmente é transformada em desenvolvimento para as nossas crianças, que encontram através das condições oferecidas para a prática esportiva, a chance de se tornarem cidadãos de bem".
Nos dias atuais, a Escolinha continua a realizar suas atividades no campo da Avenida Litorânea Norte, bairro do Malhado, com cerca de 80 alunos de 7 a 17 anos. Os treinos acontecem todas as semanas, às terças e quintas, no período da manhã e da tarde, e pela manhã dos sábados.
A espera de dias melhores e do brilho nos olhos destes pequenos grandes humanos de treinar no Centro Esportivo adequado, renova um sonho que um dia já foi vivido. Aqueles que correm e brincam com a bola nos pés, perfazem a esperança nos dias de hoje, para a reintegração da posse do terreno do Centro Esportivo.
A Escolinha, pelo esporte, leva, os Meninos de Ilhéus, para o cosmos, a transpor as dificuldades do dia a dia, no empenho de cada gol, para ser humano e melhor.
De 2014, para frente...
No ano seguinte, em 2014, foram firmados convênios para ajuda à quatro projetos sociais, ao tempo em que duas doações avulsas foram realizadas para ações sociais, somando-se seis iniciativas apoiadas, com a AIAM, Projeto Bom Pastor, Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Organização de Cidadania de Integração Comunitária, Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado e Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus.
No Centro Profissionalizante da Human Network do Brasil em parceria com o SENAC, 665 matrículas foram realizadas em 2014, para a capacitação de pessoas de baixa renda em diversos tipos de cursos e oficinas.
Neste ano, na AIAM, seminários de formação foram realizados para as diretoras, coordenadoras e professoras das Escolas Conveniadas da educação municipal de Ilhéus. A instituição cedeu espaço para um encontro de formação realizado no mês de abril, promovido pela secretaria municipal de educação com mesa redonda, palestras e oficinas, e participação de pelo menos 60 pessoas.
Com o tema “O Brincar: Espaço e Tempo na Infância”, o evento foi marcado por palestras e oficinas. Foi trabalhado o olhar das diretrizes curriculares nacionais sobre a interação e o brincar, sobre brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar.
“Escolhemos o tema “O Brincar Espaço e Tempo na Infância” porque não podemos perder de vista que o brincar é constitutivo e inerente à criança, permeia todas as linguagens e aprendizagens. É no brincar que a criança vai dar conta do aprender para desenvolver habilidades e competências que vão guiar ela na vida futura. Temos esse olhar especial também para a interação com o outro, o colega, o espaço físico, o adulto, em que se vai construindo conceitos e se constituindo uma pessoa consciente. Esse olhar é respaldado por estudos que fundamentam essa prática”, explicou a então diretora das escolas conveniadas, Soraia Ferreira.
“São instituições filantrópicas conveniadas com a Secretaria de Educação que atuam em parceria com o município, em que têm a Escola também como trabalho, entre outros projetos como de música, de dança, de formação profissional etc”, explicou a diretora, que também agradeceu à Escola Dom Bosco e à Human Network do Brasil pela disponibilização do espaço e estrutura.
Ainda no mesmo ano, os alunos da Escola São João Bosco receberam doações de materiais escolares por iniciativa do casal Rita Tavares e Martin Gester. “Normalmente, os pais não compram materiais escolares como lápis, hidrocor, livros de desenho, e ninguém doa estas coisas. As pessoas gostam mais de dar alimentos, roupas etc. Então a ideia surgiu quando falei com Maria Rosa Oliveira, presidente da Human Network do Brasil, para saber o que as crianças da Escola estavam precisando, e ela sugeriu esses materiais”, explicou a doadora Rita Gester.
Em parceria com a HNB, a AIAM recebe atividades realizadas pelos Clubs do Rotary Ilhéus Jorge Amado, Rotaract e Interact, através da disponibilização do espaço da Escola para eventos, reuniões e palestras.
Assim é, que em 2018, o Interact reuniu 60 jovens de diversos municípios da Bahia e promoveu palestras sobre liderança, no espaço da Escola São João Bosco com o apoio da família rotária de Ilhéus.
No mês de agosto de 2014, outra ação importante foi realizada com a ajuda da Human Network do Brasil, o VI Festival de Tortas promovido pelo Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado. A ação foi realizada no Iate Clube de Ilhéus, onde um público de aproximadamente 380 pessoas, como empresários, rotaractianos e interactianos, amigos do Rotary, a imprensa e familiares, participaram da iniciativa beneficente.
Marcado pelo caráter filantrópico, o Festival de Tortas tornou-se tradição no Club de Ilhéus Jorge Amado em 2007, quando a primeira edição foi realizada. A iniciativa tem por finalidade apoiar projetos e ações sociais. Nesta sexta edição, de acordo com informações da vice-presidente do club e membro da HNB, France Anne Lopes Gois Nolasco, os recursos arrecadados no VI Festival de Tortas foram destinados para atender a comunidade do Rio do Engenho, com iniciativa voltada para educação.
Ao final de 2014, a Human Network do Brasil promoveu um encontro com os colaboradores da escola de profissionalização e amigos da instituição, no dia 25 de novembro no Iate Clube de Ilhéus. Diretoria, parceiros, profissionais do Centro Profissionalizante, amigos, funcionários, colaboradores, coordenação pedagógica e professores da Escola Dom Bosco estiveram presentes na ocasião de um jantar.
O então presidente da HNB, José Brandt, destacou a importância dos trabalhos sociais desenvolvidos há 15 anos pela Human Network do Brasil em Ilhéus. O fundador Michael Eckes, na ocasião, abordou sobre a profissionalização na Alemanha e a importância deste meio educacional ser fomentado no Brasil.
“Na Alemanha, se a pessoa não quiser concluir os estudos formais, no seguimento de uma educação acadêmica, esta pessoa é direcionada pelo estado a uma formação profissionalizante, como meio de formação para o trabalho e desenvolvimento”, destacou o fundador, que reconhece a importância destas ações sociais desenvolvidas em Ilhéus pela Human Network do Brasil, com o oferecimento de cursos em parceria com o SENAC.
Os alunos e as instrutoras reforçaram a necessidade da permanência de um centro profissionalizante em Ilhéus. “Se formos fazer um curso em um estabelecimento privado de forma tradicional, temos que despender um valor mensal muito alto, o que inviabiliza a nossa formação. Com a Human Network do Brasil, temos a chance de fazer um curso reconhecidamente de qualidade e a um custo significativamente muito abaixo do que os que encontramos no mercado”, informou uma aluna do curso de costura, na companhia da professora Sales Barreto.
O conselheiro Thadeu Gonçalves também se pronunciou a respeito do fomento de ações educativas para a rede de pessoas ligadas à instituição, como palestras sobre a missão da organização, com o objetivo de fortalecer e informar acerca das atividades organizacionais, levando saberes e conhecimento em momentos integrativos.
No ano de 2015, foram apoiados quatro iniciativas sociais e mais sete doações avulsas realizadas, somando-se um total de onze projetos contemplados com a destinação de recursos, como a Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), Projeto Bom Pastor, Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Educandário Cordolina Loup Reis, Organização de Cidadania Integração Comunitária, Comunidade Taizé de Alagoinhas, Capelania São Paulo Apóstolo, Associação Novo Céu de Cristãos Católicos, Rotary Club de Ilhéus e Instituto Floresta Viva, Associação do Distrito 4550. Dentre estes, novos projetos passaram a ser atendidos pela rede HNB em 2015, como a Associação Novo Céu de Cristãos Católicos e o Instituto Floresta Viva.
No Centro Profissionalizante da Human Network do Brasil, em 2015 foram matriculadas 542 pessoas em diversos tipos de cursos e oficinas.
Os trabalhos em parceria com o Rotary Club Jorge Amado, caminhavam numa crescente intensificação. Um café da manhã em maio de 2015, na Casa de Apoio Dom Eduardo, realizado pelo club de serviço, selava essa relação de amizade e cooperação. A Human Network do Brasil participou da iniciativa que apresentou aos representantes das empresas patrocinadoras e apoiadores do III Passeio Ciclístico de 2014, as benfeitorias sociais realizadas na Casa de Apoio e no Abrigo Renascer, resultantes da arrecadação do evento esportivo.
Na Casa de Apoio Dom Eduardo, foi realizada a reforma na parte elétrica, hidráulica, reparo do telhado, correção de infiltrações e pintura.
Já a segunda instituição beneficiada, o Abrigo Renascer, contou com reparos em portas e janelas e pinturas em cômodos de uso comum e internos da entidade. Estas ações foram possíveis com a arrecadação do III Passeio Ciclístico do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, realizado em Ilhéus no ano anterior.
Neste mesmo mês de maio de 2015, a Escola São João Bosco (AIAM) ganhou um novo parque e o pátio, novas cores, as do Brasil, em verde, amarelo e azul. O novo visual chegou por meio da solicitação que a AIAM fez à HNB para a pintura do pátio e reforma do parque.
A professora Iacitara Simas disse que as crianças amaram a nova pintura. “Quando viram a mudança, correram de um lado para o outro pelo pátio, para todos os lugares ao mesmo tempo, com muita alegria. Tudo o que acontece de novo aqui na Escola, as crianças amam”, relatou e agradeceu pela benfeitoria.
Outro importante evento que a Human Network do Brasil participou, foi a 58ª Conferência Distrital 4550 do Rotary da Bahia, realizada no Canabrava Resort, de 30 de abril a 3 de maio de 2015. Se fizeram presentes o então presidente da HNB, José Brandt, e a então diretora financeira, Maria Rosa.
A instituição, que a apoiou o evento, apresentou para o público de empresários e rotarianos, as atividades sociais realizadas há 15 anos, por meio da exibição de banners, flyers e networks.
Na ocasião de apresentação ao público, a diretora financeira Maria Rosa destacou os projetos voltados para a profissionalização de pessoas através da parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), e os diversos treinamentos nas áreas comerciais oferecidos pela HNB.
O presidente José Brandt, voltado para a perspectiva do empreendedorismo social, apresentou quatro mini-projetos para captação de pessoas e empresas doadoras, para subsídio direto aos alunos apoiados pela instituição.
Em julho do mesmo ano, o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado reconheceu a HNB como um instituição solidária, na solenidade de posse de nova diretoria do club, pelo patrocínio aos eventos do Festival de Tortas e Passeio Ciclístico, apoiado anualmente pela ONG.
Novo Céu, novas crianças
Foi no ano de 2015 que a HNB passou a apoiar a Associação Novo Céu de Cristãos Católicos, projeto conhecido como Comunidade Novo Céu. Por meio de trabalhos voluntários de uma equipe composta por 12 pessoas, o projeto realiza ações humanitárias voltadas principalmente para a educação infantil.
Fundada em 2004, a Comunidade Novo Céu possui atividades voltadas para atender e ajudar crianças carentes de 3 a 6 anos, por meio do funcionamento de uma creche-escola de educação infantil, e famílias carentes.
Com sede situada na Rua Ovídio Leal, nº 340, Iguape, em Ilhéus, num imóvel cedido em comodato pela Diocese de Ilhéus, o projeto é coordenado pelo Sr. José Simão Duarte e foi idealizado pela Padre Giuseppe Bonomi.
Três projetos sociais são desenvolvidos pela Comunidade Novo Céu. A iniciativa “Creche Vida, Dignidade e Futuro” trabalha com as atividades da Escolinha Padre Giuseppe Bonomi com funcionamento no turno da manhã, das 8h às 11h30, e, à tarde, de 13h30 às 16h30, para crianças em situação de pobreza, moradoras de bairros como Iguape, São Miguel, São Domingos e Sítio Lídia.
Ações pedagógicas e planos de aulas são desenvolvidos ao longo do ano para a educação infantil, com datas e programações especiais como páscoa, dia do índio, dia da bandeira, festa junina, festa da criança, dia dos pais, dia das mães e festa de natal.
Com a ajuda da HNB, a Comunidade Novo Céu teve sua estrutura transformada com a reforma completa das salas de aula e ampliação, por meio da construção de novos espaços.
No ano de 2006, o projeto comportava apenas 20 alunos, e, com a reforma estrutural patrocinada pela HNB, a escola hoje tem capacidade de receber até 80 crianças de 3 a 5 anos.
Os investimentos da ONG viabilizaram a construção de cinco novas salas de aula, sanitários, uma videoteca, uma biblioteca, sala para atendimento psicológico e secretaria.
A comunidade também atua com o projeto “Ele está no meio de Nós”, cujo objetivo é identificar adolescentes em situação de risco ou que foram abandonados e trabalhar a pessoa, para evitar que ela se envolva com drogas e viva nas ruas.
A outra iniciativa do projeto Novo Céu é chamada “Famílias Restauradas”, em que se busca atender a pessoa que passa por dificuldades, dentro da família, dando dignidade para que possa se restaurar, se estabelecer como pessoa e cidadão, na família e na sociedade, caminhando com as próprias pernas.
Essa iniciativa prepara pessoas para ajudar outras no futuro, como agentes multiplicadores desta ação. Dentre algumas ações desenvolvidas estão orientações sociais, previdenciárias, levar a pessoa necessitada ao médico, fazer exames, a encontrar doações de cestas básicas, a procurar e encontrar um emprego etc.
O Projeto Novo Céu também realizou uma importante iniciativa em parceria com a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), para a proteção do meio ambiente e promoção da qualidade de vida de pessoas carentes.
Com o projeto de Mestrado em Ciência da UESC, os voluntários da Comunidade Novo Céu promoveram a conscientização de mães e crianças a respeito da importância dos tratamentos de água e esgoto, com o objetivo de alcançar todos os moradores da comunidade local.
Isto porque, a maioria dos canais de escoamento das residências desta localidade estão ligados diretamente ao mangue, com despejo dos dejetos diretamente no bioma, afetando, assim, o meio ambiente, a saúde e qualidade de vida das pessoas.
Por meio de oficinas, palestras e demonstrações técnicas, a iniciativa, no ano de 2018, mobilizou 35 mães dos alunos atendidos no projeto com a aprendizagem da construção de fossa asséptica, por meio da tecnologia social.
“As mães se envolveram diretamente com a iniciativa, onde puderam ter a oportunidade de construírem elas mesmas o equipamento da fossa asséptica”, explicou a Coordenadora Pedagógica da Escola, Letícia Barbosa, integrante da iniciativa por meio do seu projeto e grupo de estudo do mestrado em Ciência da UESC, há 4 anos.
De acordo com o coordenador da Comunidade Novo Céu, José Simão Duarte, “ao criarmos essa fossa asséptica com valor muito acessível, algo em torno de duzentos e setenta reais, é possibilitado às pessoas promover a preservação do meio ambiente. Com cada um fazendo a sua parte, melhora o todo. O grande objetivo desse projeto é sair dos muros da escola e alcançar as pessoas de todo o entorno. Estamos disponíveis a ajudar com orientações e iniciação de como fazer essa fossa”. Simão destacou ainda que a Escola está aberta a receber profissionais e instituições com experiência de desenvolvimento de palestras para promover educação ambiental.
Segundo o coordenador do projeto de extensão do mestrado em Ciência da UESC, Miguel Arcanjo, "destaco o empenho, colaboração e envolvimento das mães em se dedicarem a conhecer, na prática, esse processo". O projeto foi supervisionado pela professora doutora Simone Guele, do Departamento de Ciências Exatas, com a proposta de envolver a comunidade na aplicação prática da pesquisa, para sanar a demanda identificada como mais urgente, que é o escoamento de esgotos diretamente no manguezal.
A formação de pequenos mutirões para a limpeza das ruas, obtenção de recipientes para depósito de lixo, tem sido realizada para melhorar a condição de higiene e promoção de saúde no bairro.
O Instituto Floresta Viva e o Jardim Botânico de Serra Grande
A parceria da Human Network do Brasil com o Instituto Floresta Viva (IFV) surgiu do valor comum do presidente Rui Rocha, Engenheiro Agrônomo e professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), e dos dirigentes da HNB em favor do desenvolvimento sustentável e respeito à natureza.
Essa aproximação foi precedida por um estudo realizado em 1992 pelo Jardim Botânico de Nova York e a CEPLAC na Fazenda Caititu, situada ao lado do Parque Estadual da Serra do Conduru, a 41 km de Ilhéus e a cerca de 7 km de Serra Grande, sentido de Itacaré.
Por meio do estudo realizado, foram identificadas mais de 450 espécies de árvores em apenas 1 hectare na propriedade, batendo recorde mundial de biodiversidade da Mata Atlântica.
Comprada pelo fundador Michael Eckes, a Fazenda Caititu, com toda a exuberância ecológica que lhe é peculiar, ajudou a proteger a Mata Atlântica do Brasil uma vez que fundamentou o Decreto nº 750 de 1993, e, depois, a lei da Mata Atlântica, em 2006, sendo um marco de 27 anos de importância histórico-ambiental para o Brasil.
O fundador da HNB, Michael Eckes, conhecendo a necessidade de proteger o bioma da Mata Atlântica para as presentes e futuras gerações, conveniou o IFV à HNB para um projeto de reflorestamento de espécies de árvores nativas, incentivando a criação do Jardim Botânico de Serra Grande no município de Uruçuca, cidade onde está sediado o Instituto Floresta Viva.
Situado ao lado da Vila de Serra Grande, o IFV está inscrito em uma área de 12 hectares, com 6 hectares de floresta, cerca de 1500 árvores matrizes catalogadas e identificadas, além da multiplicação de plantas da região com produção regular de 50 mil mudas de árvores por ano, com 140 espécies diferentes de árvores da flora brasileira.
O Instituto realiza pesquisas, possui uma Escola da Floresta com formação de mateiros e guias locais, e uma pequena coleção de excicatas (amostra de plantas) com os herbários da Universidade Estadual Santa Cruz, Universidade Federal do Sul da Bahia e CEPLAC.
Conhecida por botânicos de todo o mundo, a região de Serra Grande compõe uma flora das mais biodiversas do planeta e também uma das últimas áreas de Mata Atlântica existentes no Brasil.
Na perspectiva da formação do Jardim Botânico de Serra Grande (JBSG), este propõe tornar a região um polo de valorização, irradiação e reverência da grande paisagem existente, numa área de abrangência compreendida pelo entorno da Vila de Serra Grande, principalmente entre o Rio Sargi e a barra do Rio Tijuípe – sendo o Parque Estadual Serra do Conduru, o coração – bem como o corredor ecológico Ilhéus-Itacaré, como fronteiras naturais de influência, na valorização da paisagem. O objetivo é o desenvolvimento de um território de cuidado, com irradiação e influência.
A ideia do projeto é que agricultores e proprietários de imóveis situados no corredor ecológico, ao visualizarem a paisagem botânica existente como una, se reconheçam como elos interconectados e partes do JBSG.
No ano de 2020, por meio do convênio com a HNB, o IFV realizou a arborização piloto da vila de Serra Grande e um jardim de árvores raras na entrada da fazenda Caititu, com 70 espécies de plantas distribuídas em 719 mudas, ao lado da BA 001. Pesquisas também foram realizadas para salvar 38 espécies ameaçadas do Sul da Bahia.
O projeto busca ser abraçado pela comunidade da Vila de Serra Grande, de modo a agregar conteúdos botânicos de educação ambiental, como placas de identificação de árvores temáticas nativas, no reflorestamento dos rios e de áreas degradadas da região, tratamento paisagístico dos três lagos situados em Serra Grande, melhoria em áreas como na entrada do Sargi e na região do posto de gasolina local.
Fundado no ano de 2003, o IFV, está voltado para estudos e pesquisas pautados na preservação da biodiversidade, com a missão de aliar a conservação da natureza ao desenvolvimento humano, por meio de programas e projetos que promovem e integram áreas protegidas, ecoturismo, sistemas agroflorestais de baixo impacto, formação educacional e cultural, bem-estar familiar e o cuidado ambiental local e regional.
Os trabalhos da instituição envolvem a conservação/restauração da natureza e o desenvolvimento sustentável local, priorizando resultados diretos na APA de Itacaré/Serra Grande, expandindo e trocando experiências com instituições no Sul, Baixo Sul e Extremo Sul da Bahia, no domínio da Mata Atlântica brasileira.
O IFV é membro do Conselho de Turismo e Meio Ambiente de Uruçuca, do Conselho de Meio Ambiente de Ilhéus, do Conselho da Cidade de Ilhéus, do Conselho Gestor da APA de Itacaré/Serra Grande, do Conselho Assessor da Sociedade Civil do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Conselho Gestor do Território Litoral Sul da Bahia, do Conselho Estadual de Meio Ambiente (CEPRAM) e Secretário Executivo do Conselho Gestor do Parque Estadual da Serra do Conduru - PESC.
De 2016, para frente...
Em 2016, a HNB firmou quatro convênios e realizou quatro doações avulsas com um total de oito projetos apoiados com os recursos destinados pelos doadores para a rede, como a Escola São João Bosco, da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Projeto Bom Pastor, a Associação Novo Céu de Cristãos Católicos, a Comundade Taizé de Alagoinhas, a Organização de Cidadania Integração Comunitária (Fortaleza - CE), a Associação Pedagógica Dendê da Serra e o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado.
Neste ano, 471 matrículas foram realizadas no Centro Profissionalizante da HNB, com a promoção de cursos e oficinas em diversas áreas comerciais, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
Neste mesmo ano, a Human Network do Brasil realizou uma homenagem à Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), pelos 51 anos de fundação, no dia 7 de dezembro de 2016, com o tema “Meio Século de História da Escola São João Bosco – Dignidade e Educação, Direitos da Criança”.
Foi realizado um Happy Hour com representantes da sociedade civil organizada de Ilhéus, amigos e a imprensa regional na sede da AIAM.
A homenagem foi realizada como um momento especial de reconhecimento pelos relevantes serviços prestados pela Escola São João Bosco, cujo exercício e foco institucional resguarda os direitos das crianças como educação, diversão, convivência familiar e comunitária.
“A criança vem sempre em primeiro lugar. Ao vermos a sociedade próxima de uma instituição como a nossa, está revelado o dever de cooperação da comunidade, em que há responsabilidade comum de todos na observância aos direitos da criança, como a liberdade, respeito e a dignidade no brincar, ferramentas para a preservação das integridades física e psíquica desta camada sensível da nossa sociedade", destacou a diretora Jussara Antunes.
Se fizeram presentes autoridades como a então deputada estadual Ângela Souza; o vice-prefeito representando o poder executivo municipal, Cacá Colchões; o secretário de educação, Paulo Moreira; os vereadores Makrise e Gil Gomes; representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA); diretores da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), a presidente Jussara Antunes e o vice-presidente Overland Santana; diretores da Human Network do Brasil, como o fundador Michael Eckes, a presidente Maria Rosa e o conselheiro Goca Moreno; os presidentes dos Clubes de Rotary, como o de Ilhéus Jorge Amado e o de Ilhéus, Silvana Tapioca e Erivaldo Batista Santos; os presidentes do Lions Centro e Pontal, Antônio Pereira acompanhado de sua esposa Maria Verônica, e Edson Souza e sua esposa; instrutores do Centro Profissionalizante Human Network do Brasil; representante da Comunidade Novo Céu de Cristãos Católicos, José Simão Duarte; o presidente da Associação da Escolinha de Esporte Os Meninos de Ilhéus, Luiz Lima; a vice-diretora e professoras da Escola São João Bosco; e amigos.
No ano de 2017, as doações destinadas à HNB possibilitaram ajuda à sete convênios com projetos sociais e seis doações avulsas, um total de treze projetos beneficiados com a destinação de recursos. Foram eles: a Escola São João Bosco, da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Projeto Bom Pastor, Associação Novo Céu de Católicos, Comunidade Taizé de Alagoinhas, a Associação Sul Brasileira de Educação e Ação Social (ACEAI), Associação Pedagógica Dendê da Serra, Associação Centro Educacional de Ação Social, Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, Capelania São Paulo Apóstolo, Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Instituto Floresta Viva.
A instituição, através do Centro Profissionalizante, realizou 397 matrículas para diversos cursos na área comercial em 2017, também em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
Na ocasião, a supervisora fez uma retrospectiva do ano de 2016 em relação aos cursos profissionalizantes e abordou sobre realidade do ano de 2017, em que houve aumento nas taxas dos cursos oferecidos em razão do contexto econômico do país.
“Representantes dos centros de unidade móvel, que atuam no interior, percebem a necessidade da capacitação das pessoas da comunidade, que carecem de capacitação, estudo e qualificação profissional. Então o SENAC está buscando junto a esses parceiros alternativas para que não deixem de ser ofertados os cursos e para que o nosso público possa ser beneficiado”, explicou a supervisora.
Em maio de 2017, a Human Network do Brasil foi homenageada na Escola São João Bosco (AIAM), pelo Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, juntamente com os demais patrocinadores do Passeio Ciclístico de 2016. Com o certificado de reconhecimento de empresa cidadã, a Human Network do Brasil cumpriu ações concretas de apoio, por meio do clube de serviço, à projetos voltados ao desenvolvimento humano.
O evento foi abrilhantado com a presença das crianças de 3 a 5 anos, alunos da Escola, e os voluntários da Casa de Apoio Dom Eduardo, beneficiados com as benfeitorias realizadas por meio dos recursos arrecadados no projeto do Passeio Ciclístico. As crianças fizeram uma linda apresentação de agradecimento a todos os visitantes e patrocinadores.
Na Escola São João Bosco, o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado criou uma sala de balé e realizou a reforma da sala de brinquedoteca e cinema, apresentando uma nova roupagem, com brinquedos, espaço de leitura, instrumentos para iniciação musical, equipamentos e espaço para cineminha, além do forro de pvc que foi inserido e a instalação de novas janelas.
Já na Casa de Apoio Dom Eduardo, que atende pacientes portadores de câncer, com a arrecadação dos recursos, foram doados utensílios como máquina de lavar e freezer, além de melhorias no espaço da casa.
A Presidente do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, à época, Silvana Tapioca, destacou o trabalho realizado como de “formiguinhas”. “Há ainda muito mais a ser feito. Mas quando nos integramos com um mesmo propósito, conseguimos realizar grandes coisas com a ajuda de empresas e amigos”.
Também destacamos o projeto da Associação Sul Brasileira de Educação e Assistência Social, da Casa da Criança Daniel Rebouças, a escola da então Obras Sociais de Nossa Senhora de Fátima, já detalhada em tópico anterior.
Já em 2018, os projetos financiados pela HNB foram a Escola São João Bosco, da Associação Ilheense de Assistência a Menores (AIAM), a Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Projeto Bom Pastor, Associação Novo Céu de Católicos, Comunidade Taizé de Alagoinhas, Associação Sul Brasileira de Educação e Ação Social (ACEAI), Associação Pedagógica Dendê da Serra, Associação Centro Educacional de Ação Social, Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, além do projeto próprio do Centro Profissionalizante HNB.
A instituição, através do seu Centro Profissionalizante, projeto próprio e fundado para a promoção de oficinas e cursos, em 2018 realizou 333 matrículas para diversos cursos na área comercial, também em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
Aconteceu em julho de 2018 na AIAM, a posse para a gestão 2018-2019 do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, no espaço de eventos da instituição, que foi abraçada pelo club com a realização de melhorias estruturais, como reformas na sala de DVD, com equipamentos voltados para atividades como cinema, brincadeiras, incentivo à leitura; e a sala de dança, para desenvolvimento de oficinas extraclasse, com aulas de iniciação à música, capoeira e dança.
Já em agosto do mesmo ano, um grupo de dezoito europeus foram recebidos na Escola São João Bosco (AIAM) com apresentações de teatro, canto e exposição dos projetos. Dentre eles, alemães doadores da rede de ajuda da ONG, que contribuem com as iniciativas sociais apoiadas pela organização.
Com a tradução do fundador da HNB, Michael Eckes, os representantes dos projetos, Comunidade Novo Céu de Cristãos Católicos, e a Escolinha de Futebol Os Meninos de Ilhéus, puderam relatar suas atividades educacionais e sociais para conhecimento do grupo de europeus.
Os destaques desse importante dia para a filantropia ilheense, foram a alegria e emoção dos europeus quando recepcionados pelas crianças na escola, decorada com as cores da bandeira alemã e da bandeira do Brasil, com cantos de boas-vindas, muito entusiasmo e apresentações teatrais, o que deixou os visitantes muito gratos e felizes com a alegria das crianças brasileiras.
Também foram destaques, as histórias de superação de jovens que passaram pelo projeto da Escolinha de Futebol Os Meninos de Ilhéus, de jovens que se profissionalizaram, bem como aqueles que hoje estão no ensino superior, como o jovem Ruan, estudante de engenharia química e voluntário num projeto de pesquisa sobre o câncer.
A Human Network do Brasil, por meio da então presidente Maria Rosa Oliveira, em nome de todos os diretores e conselheiros, agradeceu a visita do grupo de doadores e colocou a instituição de portas abertas para novas visitas.
Em 2019, a Human Network do Brasil apoiou uma iniciativa do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado que trouxe palestras educativas para as mães dos alunos da Escola São João Bosc, na AIAM, em homenagem ao mês internacional da mulher.
A participação e diálogo entre os pais e os palestrantes foi preponderante no evento, que focou no tema da família e bem estar, com abordagem ligada às relações interpessoais familiares realizada pelo então presidente do club, professor, advogado, psicólogo e administrador de empresas, André Fonseca, e saúde e alimentação pela nutricionista Necy Rocha. Mas foram as temáticas sobre a violência contra a mulher (formas de evitar), lei Maria da Penha e feminicídio, trabalhadas pela advogada, vice-presidente da subseção da OAB de Ilhéus e rotariana, France Anne Nolasco, que mais gerou o diálogo do público, tanto de homens quanto de mulheres.
Ainda no mês de março de 2019, a Human Network do Brasil iniciou reformas e melhorias na área externa do imóvel, com intervenções em diversos ambientes para otimizar o uso dos espaços e de equipamentos existentes.
No caminho de entrada da escola, foram realizados, com a eliminação de buracos, a restauração e a construção de novas canaletas para o escoamento da água da chuva.
A sala de artes, que fica pouco antes da entrada do prédio da escola, foi totalmente reformada. Esse local se destina à realização de atividades artísticas dos alunos, como pintura, argila, mosaico, e outras que as professoras estipularem, como pinique ao ar livre. As mesas fixas de cimento que eram altas, foram rebaixadas para se adequarem à altura das crianças de 3 a 5 anos. Uma rampa de acesso, pia/lavatório com azulejos coloridos, pintura, reforma total da sala para armazenamento de materiais de artes e do banheiro, foram restaurados.
Na área recreativa, o parquinho de madeira também foi reformulado com o rebaixamento dos equipamentos, como o balanço, escorregadeira e gangorra. O piso redondo de alvenaria também foi melhorado, assim como foi feita a aplicação de gramado.
“O objetivo da Human Network do Brasil é que essa escola seja referência em ambiente educacional na região, revelando dignidade no pedagógico e na estrutura, para bem atender o público recebido, sejam as crianças, colaboradores, pais, professores ou amigos. É dever de todos cuidar do que se tem e tratar bem o lugar de educação, para que outras crianças no futuro também tenham a chance de receber uma escola com uma boa estrutura, preservada por todos que aqui aprenderam, ensinaram, ajudaram e trabalharam”, explicou a diretora Jussara Antunes.
Ainda no clima de benfeitorias, no mês seguinte, em abril, a Human Network do Brasil recebeu de doação do amigo Jorge Gabrielli, um parquinho com equipamentos sintéticos de recreação infantil como escorregadora, balanço e túnel, para uso das crianças da Escola São João Bosco.
Como forma de agradecimento pelo ato de solidariedade, o fundador Michael Eckes decidiu homenagear o doador com a construção da Pracinha Gabrielli em um terreno da Escola.
Os artistas e conselheiros da HNB, Goca Moreno e Edyta Fonseca, levaram cores e arte com a pintura de um grande mural, contribuindo para um espaço acolhedor e lúdico.
O planejamento do ambiente foi pensado nos mínimos detalhes, desde o acesso com rampa, construção de uma cerca de eucalipto rodeado de flores e arborização, gramado, painel artístico e bancos.
Neste mesmo mês de abril, o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado promoveu na Escola São João Bosco um dia especial dedicado à páscoa para os alunos de 3 a 5 anos. Uma tarde com sabor de chocolate e de muitas brincadeiras animou o dia das crianças, que receberam ovos de chocolate e saquinhos com machimelos.
Os rotarianos se envolveram diretamente no planejamento e realização de diversas atividades. “Escondemos 15 ovos em vários lugares da escola, mas por ser grande o espaço, colocamos patinhas marcadas no chão para ajudar as crianças a descobrir onde estavam escondidos os ovos. Fizemos pintura facial nelas, que também nos pintaram. Também teve coral com músicas ligadas à páscoa, corrida, pula-pula, trouxemos um coelho de verdade para eles brincarem, além de um lanche com muitos doces”, destacou a rotariana Edyta Fonseca.
O sorriso na face dos alunos traduziu o quanto pequenas ações de pessoas reunidas num mesmo e bom propósito, se refletem em grandes realizações, quando se põe em circulação a doação gratuita do amor, de uma para outra pessoa, não importando a idade.
Outra importante ação protagonizada pelo Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado junto à Escola São João Bosco, foi a doação de 120 novos fardamentos para as crianças matriculadas, fato ocorrido no final do mês de abril de 2019.
No segundo semestre deste ano, a AIAM, em parceria com a Associação Centro Educacional de Ação Integrada de Ilhéus, com o apoio da Human Network do Brasil e do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, realizou um curso de panificação para 43 pessoas, na cozinha da Escola São João Bosco.
As orientações ficaram por conta do instrutor voluntário, o cheff italiano Luigi Ambrosoni, trazido pela ACEAI, que além do pão italiano, ensinou outros tipos de massas como pão doce, pão de sal, focaccia salgada, focattia doce, pizza, biscoitinhos beijinhos, tracinhas, sonho, grisini etc. Realizaada de 3 a 18 de julho de 2019, essa oficina potencializou a função social e comunitária da escola, ao trazer mães e pais dos alunos para capacitação.
A entrega dos certificados foi marcada com linda e emocionante homenagem das crianças da Escola São João Bosco ao instrutor voluntário italiano, o cheff Luigi Ambrosone. Os alunos cantaram em agradecimento. Além da entrega de certificados, houve também recital de poema, degustação de massas.
No mês de setembro, o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, com o apoio da Human Network do Brasil e da AIAM, realizou uma capacitação para os pais e mães de alunos da Escola São João Bosco. Ministrado pelos professores André Fonseca e Armênio Moreira, o minicurso de relações interpessoais e atendimento ao público, teve como foco a qualificação para o comércio local, no oferecimento de informações e conhecimentos para um atendimento adequado e eficaz ao público em geral.
Vinte e quatro mulheres do Banco da Vitória participaram da formação, promovida no salão da Escola São João Bosco reformado pelo Rotary de Ilhéus Jorge Amado. Com um espaço para realização de palestras, cursos e eventos voltados para a educação por meio da parceria com o clube de serviço, a Escola São João Bosco está cada vez mais próxima com a comunidade local.
Anualmente, são atendidas uma média de 100 crianças carentes de 3 a 5 anos na AIAM, em turno integral, das 8h às 16h, com transporte escolar e alimentação com três refeições diárias, com exceção no período em que foi decretara a suspensão das atividades escolares em razão da pandemia de Covid-19.
Durante o funcionamento normal, as práticas semanais abrangem atividades recreativas e pedagógicas como produções artísticas, expressão corporal, linguagem oral e escrita, matemática, dança, música, higiene pessoal, literatura, sociabilidade, ambiente natural, exercícios individuais e grupais, conforme o planejamento escolar e a condução da direção, coordenação e atuação de 12 professoras.
Em diversos momentos, a Escola São João Bosco foi palco de ações pedagógicas, entre elas, dia da mulher, páscoa, festa junina, dia das crianças, homenagem aos professores, mostras culturais, cantatas natalinas e formatura.
Mutirões e parcerias na Escola de Profissionalização
Ao longo das atividades do Centro Profissionalizante, a HNB tem prestado serviços voluntários para instituições sociais com a promoção de mutirões, ajudando usuários assistidos por instituições como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ilhéus (APAE), o Abrigo São Vicente de Paulo, a Associação Centro Educacional de Ação Integrada (ACEAI) do Nossa Senhora da Vitória e a comunidade de pescadores e marisqueiras da Vila Mamoan.
Por meio de atividades práticas, as alunas matriculadas nos cursos profissionalizantes participaram de diversos mutirões ofertados pela HNB, beneficiando diretamente as pessoas atendidas em outros projetos em parceria com SENAC. Serviços como de cabelos, manicure e pedicure e design em sobrancelhas foram realizados para atendimento comunitário.
De acordo com uma instrutora profissional de manicure e pedicure da HNB, Edna Maria dos Santos (in memoriam), “esse trabalho é um resgate da dignidade. Porque têm pessoas que chegam como na APAE, que são atendidas e saem tão felizes, que procuram saber onde que elas podem aprender. Daí se percebe que o bem que você está levando faz mais bem à você que está doando do que à pessoa que está recebendo”.
Os mutirões eram realizados na etapa final da profissionalização, por dois dias, com as alunas já preparadas. “Eu percebi a necessidade das alunas aprenderem mais. Por isso, era necessário sair da zona de conforto do centro profissionalizante, para ir buscar o conhecimento nestes lugares, superando desafios no relacionamento interpessoal e lidando com situações diferentes”, disse a instrutora Edna.
Já no Abrigo São Vicente de Paulo, com cerca de 100 idosos abrigados, diversos voluntários prestaram serviços diversos, como os mutirões de beleza da Human Network do Brasil. Alunos de cursos como o de cabeleireiro, prestavam serviços para os idosos do abrigo, proporcionando dignidade e melhoria da qualidade de vida. “Foi uma boa caridade para todo mundo, uma ação de coração, as coisas foram feitas com vontade. Muita gente como eu estava precisando, ir ao salão. Foi bom demais pra mim, muito obrigada”, agradeceu Dona Joana, de 65 anos.
Érica de Jesus Varjão foi voluntária em ações com crianças, e com a HNB foi a primeira vez que realizou um curso profissionalizante. Aluna do curso de cabeleireira, Érica afirmou que durante sua experiência no Abrigo, “foi muito boa a aprendizagem. Nós temos que servir as pessoas humildes que precisam, o próximo, para sermos servidos”, disse.
A instrutora do curso de cabeleireira, Elivane Viana, reconhece a dedicação de suas alunas. “Este trabalho de serviço à comunidade envolve muito o lado emocional. Muitos idosos inicialmente apresentam algum tipo de resistência, mas com o envolvimento são convencidos e saem satisfeitos. O sorriso no final é o mais gratificante para nós”, sorriu.
Em apenas um dia de mutirão, a iniciativa da HNB foi capaz de atender 40 idosos, entre homens e mulheres.
“A gente sai com outro aprendizado, que é enxergar a beleza que a idade nos traz. É conseguirmos entender o que acontece com nós mesmos, humanamente”, disse a instrutora Elivane sobre a experiência com os idosos. Ela explicou que inicialmente alguns idosos, principalmente mulheres, apresentam certa resistência, mas depois acabaram sendo convencidas pelas alunas a dar um ‘upgrade’ no visual. “Algumas idosas não queriam se ver, mas depois começaram a se olhar e ver realmente que existe uma beleza em todas as idades, e não só na juventude. Foi muito legal. E todas que quiseram, quando acabaram, saíram com a estima bem melhor”, explicou a instrutora.
“É muito bom estar aqui, porque podemos nos aperfeiçoar e oferecer um trabalho social para pessoas que, às vezes, são esquecidas pela sociedade. Então, participar de um mutirão beneficente é muito gratificante”, disse a cabeleireira e aluna da oficina, Maria Matos, de 24 anos.
“Na medida em que praticamos, nos aperfeiçoamos cada vez mais, e sempre podemos melhorar. Estou buscando trabalhar em salão para adquirir mais experiência e depois abrir meu próprio negócio. Oferecendo um serviço de qualidade, com certeza eu tenho tudo para crescer. Estudo com os livros do próprio curso e qualquer dúvida eu pergunto as instrutoras, que são ótimas”, completou a aluna.
Outra parceria tão valiosa quanto as instituições que receberam os mutirões, foi com a editora Editus, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Por dois anos consecutivos, em 2018 e 2019, a HNB recebeu alunos participantes do Festival Literário de Ilhéus (FLIOS) e cedeu salas para cursos e oficinas do evento, dedicado à atividades de incentivo à leitura, formação de leitores e acesso ao conhecimento.
O FLIOS é um evento anual e conta com uma programação diversa, entre lançamentos e vendas de livros, bate-papos, oficinas, rodas de conversas, exposições, saraus e apresentações artísticas em diversos espaços da cidade.
Em 2018, por meio da parceria com a Editus, na HNB foram realizadas as oficinas de Narrativas Transmídias e Leitura e Audiovisual. Ministrada pelo professor Rodrigo Bonfim (UESC) e bolsistas da TV UESC, a oficina teve como objetivo evidenciar o protagonismo do audiovisual nas sociabilidades juvenis, com vivências das etapas de produção do audiovisual e as potencialidades de produção de sentidos diversos através do uso de técnicas básicas aplicadas a essa linguagem.
O bolsista Thiago Almeida, disse que os alunos das oficinas ficaram muito entusiasmados. “Todos têm um celular na mão, que é uma ferramenta que pode ser utilizada para a produção de vídeos de uma forma consciente. Trabalhamos conteúdos diversos como ficção, minidocumentários e reportagens para eles conhecerem como funciona a cadeia de uma produção”. A oficina aconteceu nas manhãs dos dias 17 e 18 de maio de 2018, e recepcionou uma turma com mais de 20 alunos do Colégio Vitória.
Já a oficina de Narrativas Transmídias, ministrada por Tcharly Briglia, da Escola Curumim, trabalhou conceitos básicos relacionados ao universo da narrativa transmídia, do diálogo entre as mídias e dos conteúdos em múltiplas telas. Além da exposição e discussão de tópicos relevantes, os participantes puderam simular a criação de propostas pensadas para a televisão, em um exercício prático de reflexão sobre os fenômenos da comunicação em foco.
Mais uma parceria foi firmada entre a HNB e Editus, desta vez no ano de 2019, quando a HNB recepcionou o minicurso “INSTAntes Fotografia para redes sociais” para sessenta jovens entre 13 e 17 anos durante dois dias. Duas turmas formadas por alunos do Colégio Nossa Senhora da Vitória e do Colégio Estadual do Salobrinho, foram acompanhados pela instrutora Dayanna Monstans, fotógrafa profissional formanda em Comunicação Social pela UESC.
“A ideia da oficina não é ensinar a ser blogueiro ou digital influencer, mas sim usar a fotografia para determinado tipo de linguagem que cada plataforma está pedindo. Os stories do Instagram é uma coisa recente, de três anos, que se popularizou. O formato vertical transformou a linguagem da fotografia: é uma imagem que sai da câmera do celular, que é quadrada ou vertical. Hoje a imagem dos stories tem um acesso mais rápido e mais direto porque apesar de ser 24 horas, a informação é passada de forma rápida de modo que estamos sendo alfabetizados com o olhar”, explicou a instrutora.
No minicurso foram trabalhados conceitos de fotografia, iluminação, tipos de iluminação, técnicas do celular com fotos em flash, HDR, enquadramento da regra dos terços, termos técnicos da fotografia básica que tem no celular e que são possíveis de serem utilizados.
Segundo a instrutora Monstans, “a proposta foi possibilitar que o aluno construa uma imagem e um olhar a partir do aparelho celular para enxergar e mostrar uma realidade. Promove-se o aprendizado de enxergar, a ler e a construir uma imagem, um texto visual com uma consciência técnica por meio da fotografia, que também é um texto, é uma palavra”.
Apoiar iniciativas que tem como escopo geral a educação e o estímulo ao pensamento crítico, é também alcançar a finalidade da HNB.
Arte na HNB e a Casa de Arte Baiana
Quem já teve a oportunidade de adentrar o prédio da HNB, pôde notar belas pinturas em azulejos, quadros e telas de arte, exposição fotográfica, além da recepção hospitaleira da equipe e carinho das instrutoras.
Corredores, salas, painéis. Um cenário permanente de exposição fotográfica de viagens compôs por muitos anos os espaços internos da organização Human Network do Brasil.
Ao longo de suas viagens, Michael Eckes e Maria Rosa colecionaram fotografias que mereceram o devido destaque, fazendo sair das telas de suas câmeras para habitar quadros e paredes onde pessoas que frequentavam a sede administrativa e dos cursos profissionalizantes pudessem conhecer e, pelas imagens, viajar.
Em um prédio anexo à HNB, funciona a Casa de Arte Baiana (CAB), um projeto de arte que nasceu direto do coração da ONG. As pessoas que pela HNB passam, podem se conectar com a linguagem artística. Basta atravessar um breve corredor para encontrar além de fotos, diversas obras expostas, resultados de uma estimada coleção do fundador Michael Eckes, que em muitas das suas viagens garimpou arte em diversos países.
No acervo da CAB, há especiais gravuras de 1790, encontradas em Veneza com ilustração de Ilhéus e mapas da região sul da Bahia. Obras de artistas como Carybé, Goca Moreno, Luciano Freitas, Saulo Portela, Cholo, Zelayeta Bahia, Yraquitan de Sá, Edgar Calhado e Kennedy Bahia estão ilustradas em 97 quadros no espaço. Através de sua coleção, o colecionador Michael Eckes visa oportunizar um encontro da comunidade com a arte.
“Vivendo em Ilhéus, percebi que as famílias e as escolas não tinham possibilidade de encontrar uma exposição permanente de arte. Então pensei, ‘porque não fazer um espaço aqui?’”, explicou Michael que é apreciador da arte baiana. “A arte na Bahia é articulada pelo coração dos baianos, as cores de uma terra humana”.
Com a missão de contribuir para o fortalecimento da identidade cultural brasileira, estreitar a relação entre países e povos, por meio da circulação de ideias e da troca de experiências no campo das artes e da cultura, a CAB segue a linha de gestão museal contemporânea.
No ano de 2013, Jorge Amado foi homenageado no espaço com exposição “A Casa do Rio Vermelho”, registrada no Instituto Brasileiro de Museu (IBRAM), pelo centenário do escritor, na semana dos museus, com o apoio da Fundação Jorge Amado.
Também foi neste mesmo ano que foi iniciada no mês de dezembro a I Exposição de Presépios Natalinos foi aberta ao público, uma iniciativa do colecionador Michael Eckes, com a reunião de presépios de diversos países. A proposta continua, e no ano de 2020 foi apresentada a VII edição.
Na sede da HNB, algumas exposições ganham notoriedade regional. Foi o caso da exposição África, apresentada no ano de 2014, tema de reportagem da TV Santa Cruz, no jornal da manhã. Filiada à Rede Bahia de Televisão, a TV Santa Cruz, produziu filmagens e entrevistas com Michael Eckes e Maria Rosa para colher informações sobre o espaço de visitação, que ficou aberto ao público durante os dias da semana.
O repórter Cézar Soares, acompanhado do cinegrafista relataram, em uma reportagem, sobre a viagem do casal e seus mais de 2000 cliques no continente africano, realizada em fevereiro de 2014. “Como sempre trabalhei e tive pouco tempo para conviver com a arte. Depois que me aposentei, resolvi me dedicar mais às viagens e a colecionar obras”, explicou Eckes para o repórter, que ficou encantado com o espaço e, aos poucos, foi compreendendo a motivação e as razões do casal em valorizar coisas sutis e simples.
Somente após toda a sessão de entrevistas sobre a viagem com o casal, o jornalista Cézar Soares, conversando com Maria Rosa, tomou conhecimento da ajuda que eles destinaram à Escola Alegria, situada próxima à lagoa de Victoria, na Tanzânia, para construção de uma casa e uma escola para crianças da zona rural.
Ao tomar conhecimento disso, o jornalista ficou feliz, e este assunto tornou-se uma importante informação para enriquecer ainda mais o texto para a TV. Em sua passagem, o repórter deu ênfase à mistura da riqueza natural e a pobreza social observadas pelo casal na África, em meio a uma viagem que, aparentemente turística e cheia de belas paisagens, também se transformou em ajuda à pessoas e crianças carentes que sofrem.
De acordo com Maria Rosa Oliveira, “não se compara o Brasil com a África. Existe uma pobreza muito grande em muitos países de lá. Em uma sala de aula que visitei, as crianças estavam bem vestidas, e eu vi nelas a vontade de crescer, de serem educados. Lá trabalha uma professora, que sozinha faz tudo em turno integral: ensina, cozinha, cuida das crianças etc. Então, o que percebi foi uma vontade muito grande dessa professora de proporcionar o melhor aos seus alunos”, disse.
As mesmas exposições foram realizadas em relação às viagens para a China e o Estado de Israel. Os alunos do Centro Profissionalizante sempre costumavam visitar os espações que exibiam as imagens das viagens e aventuras.
Da Covid-19, em diante...
Em 2019, o Centro Profissionalizante pausou suas atividades enquanto uma reforma completa no prédio da sede administrativa da Human Network do Brasil foi realizada.
No final deste ano, por volta do meado do mês de dezembro, os jornais anunciaram o espalhamento do coronavírus.
No início de 2020, com as notícias alarmantes do da pandemia da Covi-19 em Ilhéus, os dirigentes da HNB decidiram paralisar, pelo tempo necessário, as atividades do Centro Profissionalizante, por medidas de precaução e saúde, com o fim de preservar a integridade de todas as pessoas diretamente ligadas aos cursos, como alunos e colaboradores.
Não obstante, enquanto o Centro Profissionalizante funcionou, o saldo humano foi muito grande, com 12.877 pessoas profissionalizadas desde o ano 2000.
Apesar da pandemia, a Human Network do Brasil não paralisou as atividades e ajuda aos projetos em 2020. Pelo contrário, um fôlego a mais precisou ser colocado para oxigenar as instituições apoiadas, sobretudo num período tão desafiador para as pessoas pobres que dependem de projetos sociais como os que a rede apoia.
Diante do cenário de crise que abalou todos os setores, a HNB manteve-se ativa e firme para ajudar projetos conveniados como a AIAM, Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus, Associação Novo Céu e Instituto Floresta Viva. A HNB destinou ajuda pontal à Associação Sul Brasileira de Educação e Assistência Social, Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, Sociedade São Vicente de Paulo e Associação Centro Educacional de Ação Integrada (ACEAI).
Projetos esses que precisaram e precisam ainda mais de ajuda para superar as dificuldades e vulnerabilidades impostas, principalmente, aos mais carentes pela falta de emprego e abalo econômico.
Diante desse momento desafiador, a presidente MR decidiu buscar para a Human Network do Brasil e à AIAM, uma importante parceria com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA), a fim de viabilizar a doação de tecidos 100% algodão e elástico para a confecção de máscaras de proteção contra o coronavírus.
A missão foi além. Era preciso também buscar outra iniciativa parceira para a confecção das máscaras com os tecidos doados, vez que o Centro Profissionalizante da HNB não estava em funcionamento em razão da Covid-19.
Maria Rosa, juntamente com a ajuda da diretora da HNB, Jussara Antunes, e o companheiro rotariano Cacá, se mobilizaram e conseguiram atrair a parceria da Trifil, uma fabricante especializada em moda íntima, com filial instalada no município vizinho de Itabuna.
"Agradecemos muito ao senhor Julio Buzato, Presidente da ABAPA, ao superintendente da Trifil, Carlos Alberto Mazzeu e aos amigos que ajudaram a viabilizar esta grande parceria que ofereceu proteção às pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social”, agradeceu Maria Rosa.
Milhares de pessoas atendidas em diversos projetos e seus familiares receberam as doações com os kits de máscaras de proteção contra o coronavírus. Os projetos contemplados com essa ação foram a Escola São João Bosco (AIAM); Escolinha de Esportes Os Meninos de Ilhéus; Apae de Ilhéus; Novo Céu; Associação Centro Educacional de Ação Integrada (ACEAI) e Escola Daniel Rebouças.
O Abrigo São Vicente de Paulo, durante a pandemia, foi apoiado pela HNB também com a doação de alimentos, cobertores e jalecos confeccionados e destinados pela ACEAI.
No Centro Profissionalizante HNB, em 2020, infelizmente não foi possível realizar nenhum tipo de curso em razão da pandemia, que fez escolas, universidades e estabelecimentos de ensino suspenderem as aulas presenciais por força de decretos administrativos tanto do mMunicípio de Ilhéus, quanto do Estado da Bahia.
Por outro lado, foi feita toda a manutenção do prédio, móveis e equipamentos para a preservação dos patrimônios e do imóvel onde funciona o Centro Profissionalizante e a sede da HNB.
A HNB hoje (2021)
Neste 2021, nossa instituição é presidida por Jussara Antunes de Oliveira, tem Maria Rosa Oliveira como diretora financeira e Ceres Morais como diretora Administrativa e Social.
Em parceria com o Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, foi iniciado o projeto Banco de Cadeiras de Rodas. O objetivo é o de ajudar pessoas com deficiências físicas, que não tem acesso e nem condições de adquirir o equipamento.
Inicialmente, com 12 cadeiras de rodas doadas pelo Rotary Club Jorge Amado e pela Human Network do Brasil, o projeto pensa o trabalho em rede, de modo que pessoas físicas, empresas e instituições que desejem colaborar com a iniciativa, ajudem pessoas em situação de pobreza, que precisam da ajuda humanitária de toda a sociedade.
“Temos o firme propósito de expandir as ações humanitárias em Ilhéus e esse projeto é uma grande oportunidade para entregarmos dignidade à quem precisa ser provido nos seus direitos mais básicos, como se locomover”, explicou o então presidente do Rotary Club de Ilhéus Jorge Amado, Thadeu Gonçalves.
Ainda neste ano de 2021, o Club vai adquirir em parceria com a HNB, mais cadeiras de rodas, com o objetivo de fazer a proposta do projeto crescer e continuar a atender aos que necessitam.
A HNB, segue firmemente seus trabalhos com o empenho e dedicação do fundador Michael Eckes e colaboradores, focados na Educação, Desenvolvimento, Financiamento e Comunicação, para ajudar a realização de projetos sociais.
Cada um pode contribuir e apoiar as crianças no Brasil para um futuro com uma perspectiva melhor, em possibilidade global.
Sejamos curiosos para saber como estaremos daqui a 5 anos.
Agradecemos a todos os doadores e pessoas que contribuíram a cada ano, fornecendo recursos e esperança aos projetos apoiados.
Sobre a Autora
Apreciadora da arte da escrita e dada à poesia desde a infância, Anna Karenina de Oliveira Vieira, a autora da crônica que resume os 25 anos da Human Network do Brasil, escolheu o Jornalismo como profissão e o Direito como fonte de conhecimento, em suas duas formações acadêmicas. Comunicóloga, Advogada e pós-graduada em Direito, Anna percorre uma trajetória na Human Network do Brasil a partir de sua busca de estabelecer contato humano, conectar-se com a pluralidade das realidades sociais e, através da comunicação, contribuir para o desenvolvimento social. Colaboradora da HNB como Assessora de Imprensa desde o ano de 2013, a autora tem desenvolvido comunicação institucional e reportado informações relevantes dos projetos sociais apoiados pela rede para os veículos de imprensa e meios de comunização organizacionais.
Nesta obra, Anna Karenina sintetiza os acontecimentos mais marcantes da HNB, trabalho este que contou com as importantes colaborações do fundador Michael Eckes e da diretora da HNB, Jussara Antunes.