Antes que a profissionalização chegasse com vigor no Brasil, esta cultura já era tradição e genuína na Alemanha, país com posição de quarta potência na economia mundial. Enquanto que no Brasil, a história da educação profissional remonta os anos de 1800, na Alemanha, tem-se notícia que a prática vem desde a Idade Média. No idos de 1800, foi adotado no Brasil o modelo de aprendizagem dos ofícios manufatureiros, em que as crianças e os jovens eram encaminhados para casas para receber instrução primária e aprender ofícios de tipografia, encadernação, alfaiataria, tornearia, carpintaria, sapataria, entre outros. Em 1808, foi criado por D. João VI com a chegada da família real portuguesa, o Colégio das Fábricas, o primeiro estabelecimento instalado pelo poder público, com o objetivo de atender à educação dos artistas e aprendizes vindos de Portugal. Cem anos mais tarde, foi iniciado no Brasil pelo Presidente do Estado do Rio de Janeiro (os governadores à época), Nilo Peçanha, o ensino técnico em 1906, em que quatro escolas profissionais foram criadas em Campos, Petrópolis, Niterói, e Paraíba do Sul, sendo as três primeiras, para o ensino de ofícios e a última à aprendizagem agrícola. 1906 foi um ano chave para a consolidação do ensino técnico-industrial no país, onde foram formadas inicialmente dezenove “Escolas de Aprendizes Artífices”, destinadas ao ensino profissional, primário e gratuito em diferentes unidades federativas, sob a jurisdição do Ministério dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio. Atualmente, tanto a Constituição Federal quanto a nova Lei de Diretrizes e Bases, situam a educação profissional na confluência dos direitos do cidadão à educação e ao trabalho. O SEBRAE, SENAC, SENAI, SESC e o SESI são instituições e organizações que atualmente no Brasil desempenham um papel de educação voltada para a profissionalização, e compõe o Sistema "S". Todas estas entidades se referem ao setor produtivo, tais como indústrias, comércio, agricultura, transporte e cooperativas que |
Já na Alemanha, o início das escolas profissionalizantes está relacionado ao treinamento dos aprendizes por seus mestres nas corporações de ofícios, no período da Idade Média. A partir da segunda metade do século XIX, a profissionalização ganhou força com a era industrial, e o modelo da qualificação de mão de obra foi mais intensificado, tendo sido regulamentado em 1969 com o estabelecimento das diretrizes de formação dual, com fortes raízes na cultura alemã.
Atualmente, a maioria dos alunos, 60% dos jovens, preferem continuar os estudos em escolas profissionalizantes. Muitos estão matriculados em cursos técnicos que utilizam esse sistema dual de aprendizagem: alia-se a educação na escola profissionalizante ao estágio remunerado em empresa. O período varia de 1 a 3 anos, com aulas de uma a duas vezes por semana na escola e três ou quatro dias de estágio na empresa.
Berufschulen, as escolas profissionalizantes, preparam o jovem para o exercício de uma profissão oficialmente reconhecida, com formações teórica (na escola) e prática (no trabalho).
A relação é monitorada por associações empresariais e órgãos do governo e da sociedade civil.