
Por Anna de Oliveira – Ascom Human Network do Brasil.

“Escolhemos o tema “O Brincar Espaço e Tempo na Infância” porque não podemos perder de vista que o brincar é constitutivo e inerente à criança, permeia todas as linguagens e aprendizagens. É no brincar que a criança vai dar conta do aprender para desenvolver habilidades e competências que vão guiar ela na vida futura. Temos esse olhar especial também para a interação com o outro, o colega, o espaço físico, o adulto, em que se vai construindo conceitos e se constituindo uma pessoa consciente. Esse olhar é respaldado por estudos que fundamentam essa prática”, explicou a diretora das escolas conveniadas, Soraia Ferreira.

A professora da UESC, Dra. Cândida Alves, que há 11 anos trabalha com estágio e fundamentos para Educação Infantil, palestrante sobre “o olhar das diretrizes curriculares nacionais sobre a interação e o brincar”, informou que sua abordagem lida com “a importância do trabalho com as diretrizes no foco do eixo da prática pedagógica, como a brincadeira e as interações”. Ela explica que as primeiras diretrizes são de 1999, e em 2009 passaram por uma reformulação com o Plano Nacional de Educação Infantil, que veio efetivar as diretrizes em 2012, a partir de uma proposta que se trabalha o brincar e as interações. “Essas diretrizes se realizam quando eu trago conhecimento de mundo, a importância da família nessas interações, na construção do brinquedo que não é só o brinquedo industrializado - em que uma pedra ou um pedaço de galho, por exemplo, podem se tornar um brinquedo -, quando você coloca a criança para brincar em contato com a natureza. Então o eixo norteador criado pelo MEC efetivado em 2012, com 5 módulos, está nas brincadeiras, interações, educação e cuidado. A gente trabalha na perspectiva da criança como sujeito integral”.
Destaque – O encontro foi iniciado com a fala da diretora pedagógica do Sistema Municipal de Ensino de Ilhéus, prof. Ana Angélica Lima, em nome da Secretaria de Educação. Em sua fala, Angélica informou que o município tem até o dia 14 de abril para apresentar uma solução técnica para o cumprimento total para a lei do piso, relacionado à jornada de trabalho que prevê 26 horas de aula mais 13 horas de planejamento no espaço escolar, deixando o tempo do recreio fora das 4 horas diárias, e para a aprovação do calendário anual. Ela informou que a prestação de contas indica que a folha está em 63%, e a Lei de responsabilidade fiscal só permite 54%. “Um dos pontos é, se não chegar em 54% não pode haver concurso e nem contrato”, explicou. A prof. se mostrou solícita e positiva no sentido da Secretaria buscar a solução das questões apresentadas. “Não dá pra separar a educação das escolhas. A medida que a educação funciona, nossas escolhas serão mais conscientes. Estamos em reunião como o governo municipal, com o APPI e com o Conselho para ver qual será a solução. Não é a Secretaria que vai resolver isso sozinha, somos nós que temos que resolver da forma consciente e mais responsável possível”, disse.
A diretora Angélica também lembrou que o ano letivo de 2013 ainda não acabou, porque algumas escolas ainda estão encerrando. Por outro lado, “todas as aulas de 2013 foram repostas seja por que não houve transporte, porque a escola ficou dias em reforma, em função da greve e de tantas outras situações. A minha expectativa é a de que os nossos meninos aprendam a ler, a escrever e a pensar. Apesar de todos os entraves, pude ver nos relatórios que recebi, que as escolas realizaram pelo compromisso, pela competência técnica e pela vontade de ver acontecer”. Angélica chamou a atenção de que o foco precisa ser direcionado ao pedagógico, a responsabilização pelos resultados da gestão, que está em os alunos aprenderem a ler e a escrever.
Em entrevista, Angélica, destacou que, “o que eu sempre evidencio, é de que as pessoas que compõem a educação municipal são pessoas sérias, de trabalho, compromisso, e vislumbram o que há de melhor nos resultados dos nossos trabalhos, que é o sucesso na aprendizagem das crianças”. Destacou também o corpo técnico e a formação dos professores, o cumprimento do ano letivo de 2013 nos seus 200 dias, o ganho de mais 11 ônibus novos escolares, que estão em fase regularização no DETRAN e seguro, somando-se para 2014, 16 ônibus ao todo.