Fundado em 1956 pela Irmã Catarina, o Educandário se mantém com o apoio de doadores, sendo um deles a Human Network do Brasil, e é administrado pela Congregação Nossa Senhora dos Humildes, de Salvador.
De acordo com informações da Irmã Joana Gomes da Silva, que reside há 13 anos no Educandário, até o final de 2014, 80 alunos estavam matriculados com oito professoras atendendo as crianças, moradoras em áreas rurais adjacentes à localidade da escola. “Foi um ano muito bom, as professoras cuidaram das crianças muito bem, foram maravilhosas”, explica a Irmã Joana. Estes alunos estavam estudando no Educandário que funcionava como escola anexa à Escola do Salobrinho.
Porém, a maioria das professoras não queriam continuar trabalhando no Educandário devido às condições estruturais dos locais de ensino. E, por isso, o destino destes alunos, principalmente os que moram na área rural e adjacente ao Educandário, não continuaria o mesmo neste ano de 2015, além da falta do transporte escolar.
“Então os meninos foram levados para estudar no Salobrinho, e nós ficamos esperando que viessem fazer uma reforma no prédio. Mas não fizeram. Só faltei chorar quando vi as crianças saindo daqui no final do mês de abril”, de 2015, relembra a Irmã Joana.
As crianças residentes próximas ao Salobrinho, ficaram estudando lá, e as que moram próximas do Educandário, estão sem ir para a Escola, porque não têm recursos para custear o deslocamento e a Prefeitura não tem disponibilizado o transporte escolar para atender essas crianças, é o que afirma a mãe Edilene da Silva, de 23 anos. Seu filho Bruno, de 6 anos, atualmente estuda em Itabuna porque conseguiu uma vaga. “O pai tem que levar e trazer todos os dias. Fui na secretaria da escola do Salobrinho perguntar se o ônibus ia voltar, para meu filho poder estudar no Salobrinho, e a moça disse que não, que não tinha previsão para o transporte voltar a rodar”, afirmou Edilene.
O drama da luta pela educação - No entanto, estas crianças já haviam sofrido o drama de terem sido “devolvidas” pelo município de Itabuna para o município de Ilhéus. A Irmã Joana explica que há dois anos, no período em que houve a discussão territorial entre Ilhéus e Itabuna, a maioria dos alunos do Educandário Cordolina Loup foram matriculados para estudar no município de Itabuna, quando o município de Itabuna disputava uma faixa de terra para incluir em seu território a área que abrange as grandes redes de supermercados como o Atacadão e Makro.
Com a comprovação territorial desta faixa pertencente à Ilhéus, as crianças que estudavam em Itabuna foram devolvidas para estudarem no território ilheense. Elas foram levadas para a Escola do Salobrinho, mas que segundo a Irmã Joana, a diretora não pode recebê-los e os alunos ficaram estudando no Educandário Cordolina Loup como anexo da Escola do Salobrinho. Professoras foram enviadas para tocarem as atividades pedagógicas no Educandário, e ficaram até o final de 2014.
Atualmente as atividades do Educandário Cordolina Loup está concentrado em trabalhos artesanais com mães dos alunos, assim como voltados para a culinária, com a confecção de biscoitinhos para comercialização.