A notícia da criação de um Jardim Botânico no Sul da Bahia, na Vila de Serra Grande, município de Uruçuca, foi recebida com entusiasmo pela comunidade local no viveiro do Instituto Floresta Viva (IFV), na última semana. O anúncio, em tom de diálogo e participação comunitária, foi feito pelo Presidente do IFV, Rui Rocha, idealizador do projeto, que conta com o apoio da Human Network do Brasil (HNB).
Conhecida por botânicos de todo o mundo, a região de Serra Grande compõe uma flora das mais biodiversas do planeta, já tendo alcançado o recorde mundial de biodiversidade na década de 90. Mais de 450 espécies de árvores foram identificadas em apenas 1 hectare na Fazenda Caititu, situada a cerca de 7 km de Serra Grande no sentido de Itacaré, em um estudo realizado em 1992 pelo Jardim Botânico de Nova York e a CEPLAC. Esse recorde de biodiversidade, na época, ajudou a proteger a mata atlântica do Brasil, uma vez que fundamentou o Decreto nº 750 de 1993, e, depois, a lei da mata atlântica, em 2006, sendo um marco de 27 anos de importância histórica-ambiental para o Brasil.
“O fundador da Human Network do Brasil, Michael Eckes, amante da natureza e como uma das instituições apoiadoras junto ao IFV, destinou ajuda financeira para o JBSG em virtude da consciência ambiental-ecológica para a vida humana e dos ecossistemas, sobretudo por acreditar e confiar no trabalho do IFV, realizado ao longo desses anos na região. Fazer com que o reflorestamento seja compreendido e praticado pela comunidade, é um dos principais propósitos da HNB, com este apoio”, declarou a representante da HNB, Jussara Antunes.
A ideia é que agricultores e proprietários de imóveis situados no corredor ecológico, ao visualizarem a paisagem botânica existente como una, se reconheçam como elos interconectados e partes do JBSG. “Se isso for acolhido, as áreas podem ser visitáveis como parte do jardim e, assim, outros agricultores que queiram trazer visitantes para conhecer seus sítios, vão poder mostrar a coleção de plantas que possuem. O primeiro mapa vai incorporar quem se associou ao JBSG em 2019 e 2020. Em 2022, já teremos outro mapa do JBSG com outra concepção, à medida que as pessoas forem aderindo ao jardim”, explicou o Presidente do IFV, Rui Rocha.
PLANO DE TRABALHO - Segundo o plano de execução apresentado no encontro, o JBSG começa com o reconhecimento e consolidação do viveiro do IFV, de 12 hectares, como jardim botânico visitável, seguido por uma proposta de embelezamento da região, reflorestamento e arborização urbana a serem acolhidos pela comunidade de Serra Grande e Prefeitura de Uruçuca. Melhorias paisagísticas no viveiro do IFV, na entrada da Fazenda Caititu - onde se pretende compor uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e uma área de 30 hectares como perímetro exclusivo e permanente de pesquisa e monitoramento – bem como destinação de mudas para a arborização e jardinagem de praças e avenidas de Serra Grande, integram o plano de trabalho.
A comunidade recebeu de forma positiva a ideia, com propostas e considerações para a construção do novo lugar. Fizeram-se presentes no encontro os moradores e nativos de Serra Grande, pesquisadores e docentes de Universidades como a UESC, a Federal do Sul da Bahia (UFSB) e a Estadual de Feira de Santana (UEFS), estudantes universitários, representantes e gestores de instituições como o Parque Estadual Serra do Conduru, APA Itacaré-Serra Grande, Projeto Baleias de Serra Grande, Caminho das Ervas, Associação dos Produtores Rurais de Serra Grande, Associação Beira Rio da Ribeira, Human Network do Brasil, Movimento de Resistência Boto Negro, Associação Comunitária Taboa, Espaço de Desenvolvimento Social e Humano Canto da Mata, Escola da Madeira, colaboradores, conselheiros e pesquisadores do IFV, além de diversos profissionais ligados às ciências naturais, exatas, humanas e área da saúde.
O JBSG visa, inclusive, promover espécies nativas importantes para a segurança alimentar, como o aipim e a mandioca, além da produção de mudas de espécies de árvores ameaçadas de extinção, o cultivo e multiplicação técnica de plantas medicinais e ornamentais como helicônias, gravatás, orquídeas etc, de modo a propiciar uma conexão com Ilhéus, Itabuna, Salvador e outros centros urbanos.
ADEQUAÇÃO - De acordo com as informações apresentadas na reunião, a formalização do JBSG passará por uma autodeclaração, associação futura à Rede de Jardins Botânicos do Brasil e, muito possivelmente, ao Jardim Botânico de Nova York, onde está sendo amadurecido um trabalho de cooperação científica na linha de espécies ameaçadas.
Segundo Rocha, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) estabelece que jardins botânicos devem ter casas de vegetação, ambientes naturais preservados, trabalhos de pesquisa, educação, espaços recreativos e coleções botânicas com propósitos diversos. Nestes quesitos e conforme as normas de jardins botânicos no Brasil, o atual viveiro do IFV já reúne todas as condições para constituir um jardim botânico.
A combinação de características do viveiro do IFV e trabalhos desenvolvidos, somados à rica biodiversidade da região, reúnem elementos fundantes para a constituição do JBSG. Fazer com que o conhecimento da mata seja recuperado, com a realização de cursos, ambiente de educação e valorização da floresta, resumem o JBSG, lugar em que #somostodosjardineiros.
A Human Network do Brasil apoia essa iniciativa.
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